Capítulo 5 - Atacando o inimigo

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Assustado com o estado da Abrasadora, Raoni agachou-se à frente dela, tentando descobrir o que teria a deixado daquele jeito.

- O que vamos fazer, Raoni? - perguntou Cauê.

Depois de pensar um pouco, o índio suspirou, tomando uma decisão:

- Parece que voltaram a fazer desmatamento de biomas! Vamos encontrar quem fez isso e matá-los! - ele disse.

- Mas e a Nina? - perguntou Jakarta.

- Leve-a para um lugar seguro, eu e o restando vamos procurar o invasor.

- Beleza - falou Cauê.

Jakarta, enquanto todos os outros índios saíam caminhando para mais fundo do Pantanal, segurou Nina e começou a levá-la para um lugar longe do bioma vizinho, mas que ainda se mantivesse longe da aldeia deles, para não causar outro confronto ainda maior. 

Depois de correrem mata adentro por alguns metros, os índios começaram a se sentir mal por causa da fumaça que o fogo causava. De tão densa, era impossível enxergar qualquer coisa que estivesse pela frente. Mesmo assim, Raoni não queria desistir.

- Raoni, vâmu imbora! - pediu Cauê.

- Não, vamos encontrar esse miserável! - protestou ele, continuando a caminhar, ofegante.

- Tá muita fumaça, vâmu esperar baixar, vem! - gritou ele novamente, tentando puxar o amigo.

Impaciente, Raoni empurrou seu amigo o fazendo cair no chão, mas nada que o machucasse. Em seguida, saiu andando mais rápido, deixando todos os outros índios para trás, a fim de tentar descobrir quem estava por trás de tudo aquilo. Usando seu tridente, o índio conjurou um campo de força em volta do seu corpo que o permitia respirar sem que a fumaça entrasse em seus pulmões, por mais que a iluminação do local estivesse péssima, ele não desistiria. Só parando vários minutos depois, quando viu duas silhuetas próximas uma da outra. Pelo formato delas, eram silhuetas de humanos, o que o fez ter certeza de que eram eles quem haviam causado todo o desmatamento no Pantanal. 
Embora não fosse com a cara dos pantaneiros, principalmente após a guerra dos biomas, ele sentiu um aperto no peito após ver aquele lugar tomado pela destruição. E o pior de tudo, era que haviam ferido Nina Jaguar, o que não era tarefa fácil, mostrando que realmente eram perigosos.

Mesmo assim, ele não desistiu e, com muita raiva, decidiu fazer justiça com as próprias mãos e tentar ir até as silhuetas. Usando suas táticas de índio, escondeu-se atrás de uma árvore a dez metros de distância de onde eles estavam, de costas para ele, esperando o momento certo de atacar, o permitindo ouvir o que eles conversavam:

- Então, é aqui que será o lugar? - perguntou um deles.

- Que nada, esse foi só a pontinha do iceberg. Ainda falta o bioma vizinho - respondeu o outro.

- Achei que não era para deixar nenhuma árvore escapar.

- Na verdade, as que sobraram servirão para dar aquela aparência mais bonita sabe? Praças, campinhos e tudo mais.

- Vamos gastar uma bolada com tudo isso!

- Mas vamos ganhar o dobro ou até o triplo do que gastaremos se fizermos tudo direitinho!

O outro concordou com a cabeça, antes de perguntar novamente:

- E como vai se chamar? 

- Ainda não defini o nome, mas isso resolvemos quando tudo começar! - respondeu ele.

- Sim senhor.

Ao perceber que os dois homens pretendiam destruir também a Amazônia, Raoni não conseguiu mais conter sua fúria. Fechou os punhos, a ponta do seu tridente brilhou, desfazendo o campo de força e ele começou a caminhar em direção à eles. 

Índio Feroz - Batalha de TitãsOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz