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Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal

— Jota Quest

— Jota Quest

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Sequestrada. Eu havia sido sequestrada.

Me dei conta disso quando acordei em um galpão super esquisito de filmes de ação de Hollywood com as mãos amarradas em uma cadeira e uma espécie de Vin Diesel de bigode assustador me encarando de braços cruzados. Ponderei nunca mais solicitar nenhum tipo de emoção em minha vida.

— Gde ozherel'ye? — o homem se abaixou diante de mim, furioso, com uma arma na mão.

— O que? — perguntei com uma voz tão trêmula que me senti uma criança medrosa de cinco anos.

— Gde ozherel'ye?

— Gude do que? Eu não tenho gude moço, pelo amor de Deus!

— Tupaya suka! — ele disse, cuspindo no chão. Eu tinha quase certeza que ele estava me xingando. Com raiva, ele colocou a arma na ponta da mesa.

— Ela não fala russo, seu imbecil! — uma voz surgiu na garagem e, em segundos, um chute foi dado na cara do Vin Diesel.

Foi tudo muito rápido. Uma luta extremamente cinematográfica se formou em
minha frente e eu abri a boca ao ver Gael lutar como um guerreiro medieval boxeador.

Eu sabia que isso não existia, mas fazia sentido na minha cabeça porque, no lugar das espadas, ele usava os punhos com tanta força que o sangue que se espalhou me deu embrulhos no estômago.

Como toda mocinha de cinema, tentei me soltar das cordas na cadeira. Percebi que não era fácil como eu pensava. Com os braços doendo, quis chorar por me sentir tão fraca. Por isso que minha mãe me dizia que eu devia fazer pelo menos uma academia.

A luta ficou feia quando o Vin Diesel tirou uma faca do bolso. Arregalei os olhos quando ele enfiou a faca na barriga de Gael. Meu coração bateu mais forte e a minha garganta ficou seca.

Perceber que vê-lo machucado me doeu de uma forma estranha deixou a minha cabeça inteiramente confusa. Eu não devia me importar com ele. Afinal, eu estava ali por causa dele!

Sem precisar de ajuda, Gael retirou a faca do abdômen como se não fosse nada e a jogou em minha direção. Os socos continuaram enquanto a camisa dele se encharcava de sangue.

Desesperada, me joguei para o lado com a cadeira e, ignorando a excruciante dor nas costas pelo impacto, peguei a faca e comecei a cortar as cordas.

— Saia Isa! Corra! — ele gritou, enquanto apanhava no chão.

Me virei e abri a porta, engolindo a saliva ao pensar se o deixaria para trás. Ele iria morrer se eu o deixasse. Eu ia, realmente, ter uma morte na consciência, e ela, possivelmente, me acusaria.

Gael e IsaWhere stories live. Discover now