Por que essa múmia me lembra tanto o meu irmão?
— Alejandro Del Toro! — ouviu a voz do velho que se aproximava o saudando com um abraço, mais dominador que fraternal. Retribuiu sentindo um sabor agridoce.
O velho de longos cabelos e barbas brancas se chamava Zephyrus. Sua figura era semelhante ao que o imaginário popular concebia como mago, o que arrancou de Alex gostosas risadas internas.
Ah se eles soubessem que de bom esse velhinho adorável não tem nada!
— Grande mestre Zé! Vocês conservam relíquias interessantes aqui!
— Sim! Por isso quis que viesse conhecer o nosso espólio milenar, já que agora, meu jovem, somos parceiros. — o velho arregalou os olhos de uma forma sinistra. — Te apresento o maior que temos, o símbolo da nossa vitória e dominação sobre este planeta. — apontava para a criatura dentro da cúpula com verdadeira adoração.
— E o que ele fez pra merecer tal destino?
— Digamos que ele foi ousado demais. — Então é isso. Uma ameaça para caso eu não faça ou me comporte como eles querem, terei um final assim... interessante.
— Ousado como? Pergunto porque odeio a solidão e lugares escuros. — o velho deu uma risada debochada.
— Helianthus tentou desafiar o nosso sistema e hierarquia. Ele queria nos expulsar da Terra e dominar o universo, acredita? Ele queria se tornar a pessoa mais poderosa já vista. Uma pena que nem todos concordavam com ele e graças à ganância de sua parceira fomos capazes de matar esse maldito.
Ele me parece mais vivo que eu...
Alex estava odiando conhecer aquela história e como criatura desconfiada que era, tinha certeza que aquela informação não era da missa um terço.
— Sabe, meu jovem, o Elixir existe desde muito antes do seu nascimento e de seus irmãos, mas a criação da fórmula começou nele. — O velho apontava para a cúpula. — Helianthus DOIS. — Ele e os irmãos, na época, foram considerados aberrações, mas tempos depois, descobrimos que, na verdade, eles eram os primeiros homens da linhagem do fogo sagrado a terem a magia desperta, tal qual as mulheres.
— Historinha interessante para contar para as crianças, agora, vamos parar de enrolação e me diga o que você de fato quer.
— Queremos a fórmula do Elixir atual.
Que merda. Elizabeth estava certa! Concluiu, se lembrando da conversa que tiveram horas atrás:
— Entregue a sua fórmula sem receios. Faça o contrato como quiser e caso se sinta ameaçado, use isto. — a bruxa deu a ele uma carta coringa de um baralho de tarô: "O Louco".
— Pra quê? — questionou de forma seca e grosseira.
— Essa carta é um token e com ela você pode se teletransportar para qualquer lugar que queira. E quando digo qualquer lugar, é porque não há proteção ou barreira que impedirá sua entrada.
— Você não costuma ser legal comigo, bruxa. O que quer?
— Quero que pare de tentar machucar seu irmão e que façam as pazes.
— Eu não tenho irmãos desde o dia em que eles decidiram virar seus pets. — a vadia riu.
— Eu só quero mais um, cunhadinho. — Ela se levantou do sofá, ajustou o vestido e continuou. — E você virá para o meu lado de bom grado.
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Terra Proibida - Essência
VampireEm um entrelaçar de passado e presente, mergulhe em uma trama que desafia os limites da razão e da sanidade. Benício Speltri, um homem comum à beira do abismo da loucura, desvendará os enigmas que envolvem sua própria existência e o destino do unive...
Cap. 23 - Essência
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