— Bom dia, Olavo! Eleonor já está vindo. Dormiu bem?

— Fui dormir tarde ontem, já que tive de organizar o restante dos móveis, logo terei de retornar à São Paulo. Mas antes, cumprirei com minha parte.

Não demorou muito, Eleonor surgiu com sua bagagem, iluminando o ambiente com sua presença.

— Bom dia! Eu vou colocar nossas bagagens no carro e vocês já podem ir se acomodando que logo estarei lá, sim?

Os dois concordaram, indo em direção ao carro dele.
Não demorou muito os três já estavam indo em direção a zona rural, onde ficava o cemitério antigo da localidade. Olavo puxou assunto, para quebrar aquele silêncio entre eles.

— Então, Andressa. Me fale um pouco deste senhor que imaginou ou viu a minha bisavó falecida?

— Ah... O senhor Balthazar... — Ela sorriu. — Ele é um cavalheiro! É um dos poucos homens que ainda possui uma gentileza impecável! Eu cuido dele já algum tempo, na clínica geriátrica onde trabalho como cuidadora. Sou enfermeira há cinco anos, já.

— E aquela história que ele te contou? Posso saber em mais detalhes?

— Então! Ele tinha uns dez ou doze anos mais ou menos e foi em uma festa acompanhado da mãe e se afastou, indo até uns balanços e ela estava lá, fazendo amizade com ele, como qualquer criança...

Andressa começou a contar em detalhes, tudo que ouviu de seu Balthazar, enquanto ele manobrava o carro, por uma ladeira íngreme.

—... até que ele descobriu que sua amiguinha imaginária não fazia parte da sua imaginação fértil e sim uma menina que veio a falecer anos antes. Ou muitos anos? Não sei ao certo!

Olavo a encarava muito sério, agora. Estava ouvindo tudo, mas com atenção voltada na estrada, também.

— Estou muito inclinado a acreditar em tudo que estás me dizendo.

— Obrigada.

— E o que ainda falta, Olavo? — Perguntou Elle.

— Você é sempre assim, impulsiva?

— O pouco que eu a conheço, sim. Ela é! Riu.

Olavo continuou até chegar em uma estrada secundária, de terra batida. O sol àquela hora da manhã estava tímido, escondido entre nuvens. Andressa aproveitou para admirar a paisagem, mostrando para a outra, os raios do sol, penetrando entre os pinheiros. Eleonor olhou na direção do céu e viu um bando de pássaros indo para o norte.

— Um bom presságio. — Apontando, para que Andressa também observasse os pássaros.

Ambas sorriram.

Levaram uns trinta minutos, pra chegar numa elevação do terreno, onde havia um portão de ferro enferrujado, onde se podia ler Cemitério São João Batista.

— É este o lugar?

— Exato! Há um mausoléu da família, aqui.

Olavo foi dirigindo pela estradinha estreita e estacionou onde era destinado para os veículos. Desligou o carro e se virou para elas.

LILI: JUNTOS ATÉ DEPOIS DO FIMWhere stories live. Discover now