CAPÍTULO DOIS

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No dia seguinte, a cuidadora e enfermeira Andressa, chegou um pouco mais cedo do seu horário habitual, apenas para poder ouvir o restante da história

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No dia seguinte, a cuidadora e enfermeira Andressa, chegou um pouco mais cedo do seu horário habitual, apenas para poder ouvir o restante da história.

Se afeiçoou muito com o idoso, como se fosse seu avô e fazê-lo recordar o passado era tão benéfico para ele quanto estava sendo para ela.

Encontrou-o no jardim, apreciando o voo de algumas borboletas, que pousavam nos crisântemos brancos ainda úmidos pelo orvalho da noite anterior.

- Bom dia, senhor Menske? Que bom encontrá-lo aqui no jardim. Como se sente?

Ele virou-se na direção da jovem, sorrindo ao vê-la.

- Bom dia, senhorita Andressa. Não podia deixar de apreciar esta beleza toda. Tem coisas na vida que são tão simples e de uma grandeza imensa.

- Concordo com o senhor. - Sentou-se em um dos bancos de madeira próximo a ele.

- Você sabia que as borboletas azuis, são referência à metamorfose da vida e as transformações físicas e espirituais das pessoas?

- Eu realmente não sabia. Mas minha mãe dizia que eram sinal de boa sorte. - Sorriu.

O idoso estava em sua cadeira de rodas, com o mesmo livro da noite anterior. Ele não precisava de cadeira de rodas, mas a clínica achava mais confortável e menos perigoso. Particularmente, Andressa não concordava com este método, já que exercitar os pacientes era muito mais saudável.

- Adivinha só! Eu vim uma hora antes, só para saber mais sobre a menina. Se sente confortável para me contar?

- Será um prazer para mim. É sempre bom recordar aquela época.

- Lili era mesmo sua imaginação?

- O que mais poderia ser? - Olhou pra ela, enigmático.

- Então foi assim que você a imaginou?

Andressa sorria encantada com a história de Balthazar. Tinha o corpo inclinado, os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos no rosto. Queria que ele continuasse, mas como do nada ele ficou observando as flores, soube esperar que voltasse dos seus devaneios.

Por um momento, pensou que ele já não iria mais continuar e por uma fração de segundos se ajeitou para ir embora, quando ele a olhou com olhos marejados, que tinham um brilho especial e sorriu para ela:

- Quer que eu continue?

- Ah, claro! Por gentileza! Eu gostaria de ouvir mais sobre sua história, Seu Balthazar.

Jogou o corpo para trás, em uma felicidade quase infantil, espalmando as mãos no banco. Sabia que tinha uma hora fora do seu turno e preferia sentar e conversar com ele, do que ficar em casa, sem nada para fazer.

Ele pigarreou de leve, pousando as mãos sobre os joelhos:

- Desde aquele dia, eu e ela éramos inseparáveis e, confesso, a senhorita Andressa, que houve momentos bem constrangedores! - Riu, sacudindo a cabeça.

LILI: JUNTOS ATÉ DEPOIS DO FIMWhere stories live. Discover now