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Preciso tomar cuidado para não pisar em nada. Todos os pertences dele parecem ter sido atirados em direções opostas. A postura de Diego é tensa e diante aquela situação caótica, evita me encarar.

Noto que está se esforçando para manter a calma. Fico surpreso, não com a bagunça, mas com a vontade que surge dentro de mim para acalma-lo. Mal nos conhecemos, mas os traços suaves de Diego incitam algo dentro do meu ímpeto, um desejo investigativo, explorador.

Cerro os punhos quando ele se vira para mim, controlando a vontade de tocar-lhe a maça do rosto. Nunca havia o notado, mas ele era um rapaz muito bonito. Os olhos verdes, um pouco grandes demais, lhe davam uma aparência andrógena, mas nada gritante. Parecia ter um corpo juvenil e belo por baixo das roupas, da calça de moletom folgada. Diferente do que eu costumo gostar, mas ainda assim, muito atraente.

Me repreendo por aqueles pensamentos. Digo para mim mesmo que é o tesão acumulado falando mais alto, que estava me fazendo babar pelo primeiro homem que aparecia na minha frente.

—Você fez tudo isso? — Pergunto, tentando ocupar minha mente com outra coisa, antes que começasse a fantasiar também com o corpo nu de Diego.

— Achei que ia me ajudar a arrumar — responde ele. — E não fazer mais perguntas.

Sorrio diante o seu tom. O toque de acidez ali me faz querer segurá-lo com força, exigir que fale direito.

Mas o que é que está acontecendo comigo? Sinto o meu pênis pulsar, ganhando volume. Lembro das roupas que estou usando. Short de futebol velho, nenhuma cueca. Ficar duro ali seria extremamente embaraçoso.

Sento na cama macia dele. Inclinando o corpo para frente, cruzando os dedos e ocultando qualquer coisa que possa aparecer nas minhas calças.

— Porque? — Pergunto, ignorando a resposta anterior de Diego. Ele me olha um pouco irritado, depois, dá de ombros.

— Eu estava irritado — responde, sem entrar em detalhes. — Mas isso não vem ao caso — complementa. Sua voz se torna amarga, de repente. E como resposta, minha expressão se torna mais curiosa, consequentemente, mais sarcástica.

Inclino a cabeça para o lado, os olhos semicerrados. Diego parece um moleque mimado, de família abastada, que teve tudo tão fácil na vida e agora não consegue controlar a mínima faísca de raiva.

O tipo que mais odeio.

Porém, seu rosto, ficando mais fechado a cada segundo, não me repele. Pelo contrário, sinto um desejo louco de provocá-lo. Arrancar a birra, que ele provavelmente está fazendo, na marra.

Um arrepio me percorre a espinha. Meu membro lateja. Estou duro, no quarto do calouro.

Temo que ele note a minha ereção. Escondo o volume com o braço. Sem cueca, meu pau fica claramente visível sob o short. Tento me controlar e achar algo para dizer, que não deixe a atenção do garoto descer para entre as minhas pernas. E na pressa para preencher o silêncio, acabo falando a primeira coisa que me vem à cabeça.

Talvez a mais errada para se dizer, levando em conta a reação de Diego.

— O que aconteceu? Seus pais te negaram algum brinquedinho novo e você resolveu destruir o quarto que eles compraram pra você?

Me repreendo no segundo seguinte, apertando o meu pau com força o suficiente para esmaga-lo. Eu queria ajudar o garoto, e não o deixar ainda pior.

Fecho os olhos, tentando me concentrar. Que efeito era aquele que Diego mostrava ter sobre mim, a ponto de me deixar confuso, interessado e ao mesmo tempo excitado desse jeito?

O Quarto [Conto Erótico Gay]Where stories live. Discover now