Continuação capitulo 11

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Deixei meu carro no estacionamento, assim que entrei no prédio a vi, apertei o passo segurando seu braço.

-Bom dia, raio de Sol.

 Jade olhou por cima do ombro e me encarou, dando um belo sorriso. Paramos esperando o elevador.

-Bom dia... Viking – respondeu, tocando minha barba densa. Fiz uma careta, fingindo-me ofendido. Mantive-me ao seu lado, segurando seu braço -Obrigada por me escoltar.

-Parece que estou te escoltando? – franzi o cenho.

-Exatamente. Tipo o filme Guarda Costas, quando Kavin Costner tenta separar a multidão da Whitney. A diferença é que ele não tinha tanta barba igual você, e, eu não sou negra – explicou gesticulando com as mãos.

-Não sou seu Guarda Costas e gosto da minha barba – fiz uma pausa olhando para trás, onde se encontrava uma mulher e um senhor. Reconheci ela, acho que trabalhava para mim no primeiro andar da empresa, ou segundo, não me recordo. São muitos funcionários. Abaixei sussurrando em seu ouvido com todo o cuidado – Sou seu namorado.

Ela arregalou os olhos e sorriu um tanto exagerado.

-Meu namorado? – frisou a pergunta num tom alto, de propósito.

-Sheeeeee – disse colocando a mão em sua boca – Não precisa gritar.

Gargalhou achando graça de algo que não entendi, fiquei um pouco desconcertado e visivelmente envergonhado com a situação.

-Mas você não me pediu em namoro Sr. Molinari, alem do mais eu não namoraria um Viking.

-Não preciso te pedir permissão pra nada, agora fecha essa maldita boca ou fale baixo. – toquei a barba fazendo careta – E pela milionésima vez, gosto da minha barba.

-Daqui uns dias eles te confundem com Abraham Lincoln – pois a mão na boca para abafar o riso assim que arregalei os olhos achando graça da comparação exagerada.

-Seu sarcasmo me comove Srta. Marquart. – disse alto e serio, fingindo-me pouco interessado no assunto para a nossa pequena platéia curiosa.

-Se não fizer o pedido direito, não oficializo o namoro. Considero-me solteira.

O elevador chegou e a conduzi entrar com a mão espalmada em suas costas. Essa mulher que eu vagamente conhecia era morena, bonita e mantinha o queixo caído, me dando um olhar fulminante.

"Sim, eu conheço você! Laura, funcionária do meu escritório do segundo bloco. Não se cansa de dar em cima de mim. Como pude esquecer a mulher que quase me fez passar vergonha em uma conferencia, insinuando ser minha amante? Por pouco não a demiti naquele dia."

 Certamente eu receberia algumas ameaças de mulheres loucas quando descobrissem sobre meu relacionamento com Jade. Expulsei essas lembranças assim que o elevador começou a subir, voltei a segurar seu braço.

-Quer parar de me segurar assim?

-E por que eu faria isso? Você é minha, te seguro do jeito que eu quiser. – respondi num cochicho, ignorando seu olhar.

-Não sou não! Não me lembro de ter aceitado seu pedido... Ahhh claro, você não fez nenhum pedido. Agora me larga. – disse livrando-se do meu aperto.

As portas do elevador se abriram e David entrou todo sorridente.

-Bom dia bela Jade. – disse educadamente.

Quase dei um murro na cara dele, assanhado. Não gostava nem um pouco do seu tom, ainda mais do dia em que peguei os dois próximos demais um do outro. Sabia que eles não tinham nada, David sempre tratou as pessoas carinhosamente, mas com Jade essa melancolia toda me incomodava.

Cor a Primeira Vista - Volume II da Série Dê-me AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora