We Go Down Together [Versão em Português]

49. Who Will Save Us

Ross hesita, ela respira fundo e dá um passo em sua direção.

— Eu não tenho nenhuma intenção de machucar você — Ela diz.

— É um pouco tarde pra isso — Ela solta uma risada sem vida — você tinha a intenção de matar meu irmão— Kit ergue as sobrancelhas

— Ele não é seu irmão, não verdadeiramente — Ross rebate.

— Sim, ele é — Kit diz — E você ameaçou a vida dele, assim como todas essas pessoas inocentes — Ela aponta para o lado de fora, para os vampiros lutando, sangue escorre por todo lado, manchando a grama da praça de vermelho, como um carpete— Eu deveria te avisar que a última pessoa que fez isso, ameaçou a vida do meu irmão, não teve um fim tão prazeroso.

— Eu acredito que nós podemos acertar isso sem violência — Ross diz — Não há motivo para uma luta Kit.

Kit, que já havia se abaixado para recuperar sua espada, ergue os olhos para Ross.

— Então você procurou a pessoa errada, Ross — Ela diz e abre um sorriso perverso — E não finja que você acredita no que diz, nós duas sabemos que eu tenho apenas uma resposta para o Wyrm, que é não, eu não irei me juntar à ele, a profecia diz que eu trarei glória ou a destruição ao Wyrm, e eu não tenho a menor intenção de entregar meu mundo e meu povo à ele — Kit gira sua espada e se aproxima de Ross, que põe a mão na bainha de sua própria espada — Nós duas sabemos que apenas uma de nós sairá daqui viva.

Ross pisca, hesitante, ela está com medo, e isso é uma vantagem para Kit, ela pode ainda guardar algum tipo de afeição pela garota em seu coração, mas ela jamais deixaria que isso atrapalhasse na sua visão, Ross era a harbinger, ela era sua inimiga e não havia qualquer outra alternativa se não o que já se apresenta à sua frente.

Ross veio até aqui com a vantagem, e rapidamente, as circunstâncias haviam mudado, e agora, Kit tinha toda a vantagem.

— Kit — Ross diz, lágrimas enchendo seus olhos — Eu não quero fazer isso, não quero lutar contra você.

— Isso é inoportuno, porque eu quero — Kit diz, antes de atacar com sua espada.

+++

Jade corre pela praça, que se tornou um verdadeiro campo de batalha, há sangue em seu rosto e em suas roupas, e ela não consegue mais identificar onde começa o seu e onde termina o daqueles que ela destruiu.

Ela vê Airk, lutando contra um dos monstros do Wyrm, ele está ferido, sangue jorra do seu tronco, manchando suas roupas, ela corre na direção dele.

É quando ela encontra um rosto familiar no meio do caminho, Jade para repentinamente.

— Não — Ela sussurra, correndo na direção dele, tropeçando em corpos no caminho e caindo de joelhos ao lado dele.

Agnar está coberto de sangue, seus olhos encaram o céu vazio e sua garganta está completamente aberta, ainda jorrando sangue, há uma enorme ferida em seu peito, feita por um dos servos do Wyrm.

— Agnar? — Jade chama, sua voz trêmula e rouca, ela segura o rosto dele e um soluço escapa de sua garganta quando ela percebe que o osso de seu pescoço está completamente exposto e quebrado, quem quer que tenha feito isso, não o decapitou por completo, talvez ele apenas esteja em estado de cura, talvez seu veneno ainda consiga salvá-lo.

Jade se vira e chama por ela, gritando seu nome tão alto que alguns dos vampiros ao seu redor se viram para atacar Jade.

— Cherlindrea! Cherlindrea!

Os vampiros caem no chão com um flash de magia ao passo que Cherlindrea vem correndo, ela cria um escudo ao redor delas, se ajoelhando ao lado de Jade.

— Você está ferida? — Ela indaga preocupada, ignorando a massa de monstros que colidem com o escudo ao redor dela— Você está bem?

— Salve Agnar — Jade chora, implorando — Por favor, salve ele Cherlindrea.

É então que Cherlindrea parece notar o corpo do vampiro ali, ela observando enquanto Jade segura o rosto de Agnar, tentando encaixar sua cabeça de volta no lugar, sangue cobrindo seus dedos, os olhos vidrados de Agnar encarando-a em desafio.

Cherlindrea não precisa tocá-lo para saber que Agnar está morto, mas ainda assim, ela tenta, ela tenta salvá-lo com sua magia, mas quando ela tenta alcançar seu espírito com sua magia para trazê-lo de volta, ela se vê tentando alcançar o nada, o vazio de um corpo morto.

— Eu sinto muito Jade — Ela diz, calmamente — Mas não há nada que eu possa fazer, ele se foi.

— Não! — Jade soluça, seu choro fazendo seu peito balançar — Não, por favor salve-o Cherlindrea por favor, ele não pode estar morto!

Jade sente a esperança escapar de seu coração quando Cherlindrea desvia o olhar, lágrimas ameaçando cair de seus cílios.

Ela se vira para Agnar, seus olhos fantasmagoricamente dourados a encarando, vazios, sem vida.

Ela se inclina sobre ele, abraçando seu corpo frio e chora, ela não teve a oportunidade de dizer adeus, ou de dizer o quão grata ela era a ele por tê-la protegido anos atrás.

Ou o quanto ela o amava.

Ela ia perdoá-lo, ela tinha colocado em sua mente que iria perdoar Agnar, eles teriam finalmente uma chance de ser pai e filha de verdade dessa vez.

Um som agonizante escapa a boca de Jade quando, ao abraçá-lo, acidentalmente, Jade desmembra a cabeça de Agnar de seu pescoço, separando-os definitivamente, ela soluça e suas mãos tremem ao passo que ela tenta encaixá-la de volta, mas suas mãos estão escorregadias com o sangue de Agnar.

— Ah minha criança — Cherlindrea diz, sua voz embargada, ela afasta as mãos de Jade do corpo de Agnar, não conseguindo aguentar vê-la tentar montar de volta o corpo do homem morto, a própria fada começa a chorar ao abraçar Jade, ela jamais tinha presenciado tanta tristeza e tragédia — Querida, eu adoraria deixá-la em seu luto, mas nós estamos no meio de uma batalha, você precisa se levantar, eles precisam de nós, Airk, Scorpia, Boorman, Kit precisa de nós.

Jade respira fundo, ela limpa suas lágrimas e ergue os olhos para Cherlindrea, dentro deles, há apenas um vazio frio e sólido.

— Proteja o corpo dele — Ela pede — Eu desejo enterrá-lo depois que tudo isso acabar.

E com isso, Jade se ergue, pronta para voltar ao campo de batalha, então, seus olhos se encontram com outro par de olhos dourados, a alguns metros de distância, Arann está no campo, coberto de sangue. Em uma de suas mãos, ele tem o colar que pertenceu a Agnar, e Jade não precisa pensar muito para entender que foi ele quem fez isso com seu pai.

Ela sequer nota a chegada de Elora, Graydon e os feiticeiros de Oorla ao sair de dentro do escudo de Cherlindrea e seguir na direção de Arann.

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Elora entra a praça, com Graydon ao seu alcance, o que antes era um adorável parque havia se transformado no palco de um massacre.

Porque era isso que estava acontecendo, um massacre, o exército de Agnar não era grande o suficiente para vencer as hordas do Wyrm, e mais chegavam a cada momento, enterrando a praça com cada vez mais corpos.

Os feiticeiros não hesitam em atacar, correndo pelo campo e lançando feitiços e encantos contra o inimigo.

— Tente não morrer ok? — Elora diz à Graydon

— Eu digo o mesmo à você — Ele diz antes de depositar um beijo na testa de Elora e correr em direção à batalha, pronto para lutar.

— Oh céus — Elora diz antes de adentrar ao campo de batalha, lançando seu imenso poder sobre a terra, fazendo o chão estremecer.