7

15 1 1
                                    

Uma semana.

Fazia uma semana que Hera estava andando completamente perdida no meio do nada.

Balerion foi com ela até um lugar plano, quase sem vegetação e completamente deserto, e decidiu que era a hora de sumir.

Então Hera não o via a uma semana.

Bom ela não podia afirmar certamente que era uma semana, mas desconfiava.

A garota estava cansada, com sede, com fome, e principalmente, começando a ter uma insolação, o que não era nada bom considerando que Hera era estremamente branca.

Mas para a alegria da garota ela estava chegando a um lugar, não sabia exatamente onde, mas tinham pessoas o que era um bom sinal.

Logo dois cavalos montados por homens que pareciam guardas, mas ainda adsim não usavam roupas costumeiras.

-Poios eísai kai ti káneis edó-perguntou um dos homens.

Hera pensou que era algo bom eles saberem falar uma língua que ela também sabia, e logo tratou de responder.

-Eímai i Íra máviri, cháthika- respondeu.

Talvez eles tivessem entendido certo e simplesmente não se importado com a resposta, ou talvez Hera estivesse enferrujada para falar.

De qualquer forma eles colocaram uma dar facas que tinham no pescoço dela.

-Perpatíste- falou o homem com a faca apontada para Hera.

Ela então começou a andar.

Estava cansada e sentia que poderia cair a qualquer momento, e isso quase aconteceu, mas o ato foi impedido por uma chicotada nas costas.

Hera não tinha mais duvidas de que era um povo selvagem, ou talvez fossem só antiquados, mas a primeira opção prevalecia.

Principalmente após chegar ao lugar onde eles abtavam.

Era de um tamanho consideravelmente grande, com o que Hera diria que fossem centenas de tendas.

Ela foi levada para uma tenda no centro, era maior que todas as outras e possivelmente o lider deles ficava ali.

Hera entrou com os guardas, haviam tochas iluminando o lugar e um homem sentado em uma grande cadeira.

-De onde vem?- perguntou o homem se embolando um pouco e com um sotaque forte pela diferença de línguas.

-Elphame- disse a garota.

O homem então se levantou e andou até a jovem.

-Uma garota rica de Elphame, o que esta fazendo nessa região?- perguntou pegando uma mecha do cabelo dela e olhando atentamente.

-Eu fugi- foi tudo que disse, sabia que não podia dar muitas informação pois não sabia se o homem poderia a entregar, mas tinha que faze-lo confiar em si.

-Não acredito em você- disse ele soltando a mecha e a olhando- seus cabelos são bem cuidados, e a pele ainda mais, eu diria que você é uma nobre.

Hera ficou tensa, não tinha escapatória, o homem era inteligente e havia provado que não enguliria qualquer mentira.

Hera então pensou, seria mesmo a melhor opção dizer a verdade? Talvez, mas ela só saberia após dizer.

-Preciso de um exército- falou.

Um momento de silêncio se instaurou sobre o lugar, e então todos riram.

A princesa não entendeu o que estava acontecendo, mas não podia ser bom já que o som das risadas ecoavam alto.

-Garota, se quiser um exército precisa merece-lo, e você ainda não provou nada- falou o homem.

-Não preciso provar, posso comprar seu exercito- falou se arrependendo na mesma hora.

-Com que dinheiro?- e lá estava a pergunta chave.

Ela havia fugido, não tinha dinheiro, nem roupas ou suprimentos, e tudo que podia fazer agora era confiar de que eles não se entediariam com ela e a matariam.

-Como posso provar que mereço?- perguntou nervosa.

-Uma caçada, se chegar até o nascer do sol viva então poderá levar meu exército- falou e Hera engoliu em seco mas concordou.

E então em uma hora, Hera estava do lado de fora da cabana ainda com as mesmas roupas de uma semana, o céu estava escuro e não era possivel ver além dos limites da vila.

Hera se questionava a todo momento como sua vida chegou a esse ponto.
Não tinha mais Colin, nem uma casa, e estava a ponto de ser assassinada para poder sobreviver.

Sem contar que seu dragão de 10 metros havia sumido há uma semana.

Porém logo foi tirada de seus pensamentos com o som de uma trombeta, o que significava que era hora de correr.

E foi isso que ela fez, correu como jamais tinha corrido.

Atrás de si era possivel ouvir os cavalos correndo e se aproximando, mas nem por isso ela parou.

Já havia passado dos limites da vila, o que significava que não podia ver nada por conta do escuro, só ouvia.

Seu pé que ardia pelos possiveis cortes feitos por pedras não pararam, muito menos suas pernas que já ardiam.

Mas quando menos esperava ouviu o som de um cavalo muito perto de si, e então um estalo em suas costas.

Hera sabia o que era, e sabia que havia coisa muito pior que um chicote esperando por si, mas ela havia caido após o golpe.

Suas chances diminuiram em 80%, agora ou ela sobrevivia por misericordia, ou por algum milagre.

Os cavalos corriam ao redor dela, e o som das patas batendo no chão a fizeram estremecer.

Mas Hera se recusou a desistir assim, então se colocou de pé e tentou a todo custo sair de dentro da roda que havia se formado, o que ocasionou em cortes e chicotadas, além de cair várias e várias vezes após trombar em algum cavalo.

Mas enfim depois de algum tempo conseguiu se esgueirar rápido suficiente para fora do círculo.

Não que estivesse intacta ou inteira, mas estava viva e isso ja era uma vitória.

Hera correu pra longe e se escondeu, sentando no chão exausta e com dor, logo caindo no sono.

Quando acordou sua pele ardia pelo calor do sol, e o sangue era evidente por toda parte.

Então se lembrou da noite anterior, e percebeu que precisava voltar para a vila, não havia morrido, o que significava que agora tinha um exército.

E então, a completo contragosto de seu corpo, se levantou e começou a andar com dificuldade.

Demorou, mas enfim achou a entrada da vila.

Enquanto passava pelas pessoas recebia vários olhares, mas não podia se importar menos.

Quando chegou na porta da cabana central hesitou um pouco, mas entrou.

Todoa que estavam conversando e rindo pararam assim que a viram, seus cabelos ruivos molhados de sangue, sua roupa rasgada, e a pele com varios machucados.

Eles fizeram silêncio, mas dessa vez não tinham risos, era somente completo choque.

Até que Hera resolveu se pronunciar.

-Acho que me devem um exército- falou vendo enfim sua visão ficar turva e apagar.
●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●●

no time to dieWhere stories live. Discover now