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Δ~𝑵𝒂𝒓𝒓𝒂𝒅𝒐𝒓~Δ

O Seo adentrou o café segurando a mão da sua filha com força, como se sentisse medo (ele sentia).

Seo Eunji, era o nome de sua pequena. Apesar de bem novinha já foi bem educada para não conversar com estranhos ou coisas do tipo, como já foi demonstrado com Felix.

Os dois se sentaram em uma só cadeira da mesa combinada. Changbin, com a pequena em seu colo começou a ficar nervoso. E se desse errado? E se o Christopher não conseguisse proteger ele e Eunji? Eram tantos 'e se' rodando por sua cabeça que chegava a doer.

O cheiro intenso de café e bolo entrava por suas narinas e o fazia sentir fome. Ele não comia a pelo menos um dia e meio, o nervosismo não permitia que nenhum alimento que entrasse realmente ficasse.

Ele estava na merda.

Seu psicólogo abalado pelas coisas que fez com a mãe de um garoto tão doce; a perseguição de seu ex chefe para cima dele; dívidas para pagar, sua falta de emprego gerava isso. Tudo estava conspirando contra o Seo.

Seus pensamentos são bruscamente interrompidos por um garoto consideravelmente alto, em seu rosto permanecia uma face indecifrável, como se ele estivesse cansado de algo. Seu corpo era esbelto, magro, com uma cocha um pouco grossa e bunda farta, que Changbin fez questão de ignorar. Seu rosto tinha um nariz um pouco grande, uma boca larga e olhos médios. Ele era um garoto realmente lindo, porém ele parecia infeliz aos olhos do baixinho acomodado na cadeira.

— Pediu um expresso duplo e um biscoito de gengibre? — perguntou ríspido, sem paciência alguma.

— Exatamente. — o Seo ofereceu um gibi, esse que estava disposto em uma prateleirazinha perto da mesa, para sua filha.

— Ótimo, meu marido logo chegará para resolver tudo. Cuidado com o que pede, Changbin. Suas ações tem consequências. — o garoto foi embora deixando somente encima da mesa algo curioso aos olhos do Seo. Ele deixou uma moeda. Não uma moeda comum, mas uma moeda de ouro, como se estivessimos no século XIX.

Seus olhos correram rapidamente pelo café inteiro, como uma forma de identificar algo a mais que estivesse estranho. Conforme foi achando, fez uma lista mental : três relógios, dois deles errados; mesas com gavetas trancadas; rasgos no papel de parede listrado; paredes de madeira um pouco soltas; o piso rangia muito; o silêncio.

Realmente isso incomodava o Seo. O silêncio. Como pode uma cafeteria pequena, porém lotada como aquela não ter uma pessoa se quer falando, e aquelas que conversavam realmente falavam baixo, como se escondessem algo. O único barulho ouvido era de talheres contra pratos e chaleiras fervendo água.

Outro pensamento tomou conta da cabeça de Changbin: quem era Seungmin? Ele tinha a consciência de que era o dono do café, porém, como era a aparência dele? Ele era alguma coisa de Christopher?

Sua confusão foi novamente interrompida, mas porém, agora por alguém sorridente. O homem sorridente era forte, um pouco alto. Seu nariz era grande e seu sorriso lindo aos olhos do baixinho.

— Olá, eu sou o Christopher. — aperta a mão do Seo.

— Eu sou Changbin. — aperta a mão de volta.

— Me conte toda a situação.

Changbin então, explicou todos os detalhes. Desde sua contratação até a solicitação de demissão. O Christopher sentiu uma pontada em seu peito ao saber que conversava com o homem que matou sua mãe, porém, sabia que ele estava sobre ameaças e não tinha escolhas. Entre Seungmin e alguém desconhecido, ele sempre escolheria Seungmin.

Para o Seo, contar aquilo foi doloroso. Se sentia tão culpado pelo transtorno que havia causado que nem ao menos se deu trabalho de segurar as lágrimas, fazendo uma confusão na pequena que já ressonava em seu colo e acordou com o pai chorando.

— Papi, não chore, papi! — ela segurou o rosto dele e limpou suas lágrimas deixando um beijinho em sua bochecha. — Eu te amo papi, não chore! — se aconchegou novamente no mais velho enfiando a cabeça na dobra do seu pescoço.

— Eu também te amo, bebê! — fez um carinho nas costas dela. Ele amava tanto sua filha.

O Bang assistia a cena completamente admirado, estava disposto a chegar em casa e convencer Seungmin de ter filhos.

— Por isso eu preciso entrar nesse seu esquema 'indefinido'. — fez aspas com os dedos.

O esquema indefinido se tratava de um programa de proteção à pessoas que correm perigos. Mães solteiras que sofrem abusos, mulheres que sofrem agreções, pessoas ameaçadas. O esquema do Christopher era esse. Ajudar qualquer um.

Porém, ao pedir um expresso duplo com um biscoito de gengibre, você não pede um programa de proteção, você pede para entrar no esquema. Você se torna um dos Coffee and Guns. Changbin pediu para fazer parte desse esquema.

— Faremos uma entrevista mais formal em breve, mas tenha certeza de que você está protegido junto conosco. — olha para o garoto que havia aparecido na mesa antes e o chama com o dedo. — Amor, ele me parece qualificado, mas precisamos daquele contrato de novo. — fala para o garoto assim que ele chega.

O garoto se tratava de Kim Seungmin. O dono do café que abrigava os contratos e termos de proteção a todos que solicitavam.

— Sem problemas, meu velhinho! — ele sorriu e o Seo se espantou com a brusca mudança de humor.

— Guarde a moeda que ele te deu, ela serve como uma carteiribha de entrada para a Coffee and Guns.

Aquela jornada seria longa.

-∆-

Notas: 902 palavras.

Estou orgulhoso de mim por essa história, ela renderá uns bons capítulos.

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fototeta? - MINSUNG Where stories live. Discover now