26 capítulo

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Carolyna e Amanda se encaravam sem expressão e caladas, mas parecia que ambas estavam estressadas. Amanda quebrou o silêncio com uma risada e Carolyna fez uma careta, por precaução, fiquei ao lado de Carol que continuou na mesma posição.

- Ela é minha filha Carolyna, tudo da vida dela me interessa e me preocupa ela está com uma mulher que saber mais que parece mãe do que qualquer outra coisa, se você tivesse filhos saberia qual é a sensação de se preocupar com tudo - Engoli em seco e olhei para o rosto da mulher ao meu lado, que ainda se mantinha sem nenhuma expressão.

- Acho que você já tem filhos demais para se preocupar, com a Priscila deixe que eu me resolvo, ela é ingênua e precisa de alguém para lhe orientar. E sairemos amanhã de viagem, agora preciso me recolher, boa noite e passar bem - Carolyna se virou e abriu a porta, mas logo parou e me olhou - Entre e vá jantar, Lucca lhe fará companhia - Assenti e olhei para Amanda dando um sorriso sem mostrar e os dentes e me despedi corretamente em seguida segui para dentro de casa.

- As vezes acho que você ama mais ela do que sua família - Falou alto para sua mulher ouvi-lo de onde estava, seus filhos se entreolharam e esperaram a resposta da mãe - Vocês vêem crianças? Sua mãe ama mais aquela garota e vai nos substituir, todos nós, não podemos deixar ela ir embora, vocês querem isso? - Sorriu quando viu as crianças negarem com a cabeça - Então vamos ajudar o papai a convencer a mamãe a não ir embora, vocês gostam daqui certo? E não querem deixar tudo para trás, não é mesmo? - Pegou na mão das crianças levando-as para a cozinha quando elas concordaram com o mesmo.

- Já arrumaram suas coisas? - A mulher que estava sentada na cadeira perguntou quando viu seus filhos.

- Mamãe não queremos ir, gostamos de ficar aqui - Os dois falaram ao mesmo tempo fazendo Lucca suspirar.

- É preciso crianças, não tem mais conversa, iremos amanhã junto com sua irmã e aquela mulher - Sua fala fez o homem revirar os olhos e largou as mãos das crianças saindo de casa.

(...)

Quando as luzes da manhã apareceram, Amanda já estava de pé organizando os últimos detalhes para ir embora, as vezes olhava seus filhos sentados no sofá com expressões tristes, mas não se preocupava sabia que eles iriam se acostumar da nova cidade, despertou dos pensamentos quando o barulho da porta abrindo chamou sua atenção. Seu marido entrou pela mesma com os olhos baixos e calado, rumou para o quarto logo voltando com sua mala em mãos, esperou sua mulher guardar alguns itens e juntos foram para casa de camila.

Priscila sentia seu peito apertar de ansiedade quando esperavam na frente da casa sua mãe chegar, mas sentia um grande alívio passar por seu corpo quando pensava na nova vida que teria dali para frente. Sorriu vendo Amanda e os outros se aproximando.

- Pegaremos o próximo trem, então é melhor irmos logo - Carolyna murmurou e apontou para seu carro - Iremos até lá de carro.

POV Priscila

Agora sentada aqui percebi que seria minha primeira vez viajando de trem, olhei para meu amigo que olhava para a janela com um grande sorriso, quando ele me olhou com aquela felicidade que sabia que ele estava sentindo, sabia que estava tudo certo, merecíamos isso, uma vida melhor.

Olhei para a janela vendo de longe algumas pessoas montadas a cavalos se aproximando, forcei a vista percebendo que conhecia aquele rosto, meu coração pulou dentro do peito vendo os meus irmãos se aproximando a cavalo, mas quando o trem começou a se mexer e deixar eles para trás assim como toda aquela vida perturbada e aquela família louca o alívio tomou conta do meu corpo e me peguei sorrindo para o nada. Agora estava tudo bem, feliz.

Entrelacei meus dedos com os de Carolyna que estava ao meu lado concentrada em um livro, ela me olhou e me deu um breve selinho logo voltando sua atenção para seu livro.

- Estou feliz, podemos voltar a estudar Priscila - Lucca que estava sentado à minha frente murmurou ainda olhando para a janela. - Sabe, por um momento pensei que tudo daria errado e acabaríamos com eles novamente, já estava tentando me acostumar com essa ideia de passar a vida sem opção de escolher o que quero para minha vida.

Segurei sua mão deixando um pequeno
aperto.

Então era isso, esse ciclo louco que estava condenada a viver acabou, o sentimento de liberdade é melhor do que imaginei e era esse sentimento que pretendia sentir de agora em diante. Do fundo do meu coração esperava

que um dia eles percebessem tudo que fizeram e tornem-se pessoas melhores, sabia que depois de um tempo acabaria perdoando e esquecendo eles, e realmente gostaria que assim acontecesse, não vale a pena passar a vida odiando todos e não é saudável para minha saúde mental e claro, na minha nova vida não sobraria espaço para ódio e rancor. Comecei a acreditar no felizes para sempre e com certeza esse era o meu.

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