6 capítulo

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Demorei um pouco pois quase não achava o candeeiro, saí correndo novamente em direção ao túnel e parei olhando Lucca tentando escalar as pedras que tinham ao lado.

- Quer subir para que? - Perguntei empurrando seu corpo para ele conseguir se manter firme.

- Podemos olhar o comprimento do túnel Falava com dificuldade devido ao esforço para subir.

Ele estava quase no topo quando seu pé escorregou em uma Rocha solta e ele despencou em cima do meu corpo que foi ao chão devido ao peso. Fiz uma careta sentindo meus ossos doendo e gentilmente empurrei seu corpo para o lado, olhei para ele e um rubor subiu pelo seu rosto.

- Me desculpe, não foi muito calculado se as rochas estavam firmes - Se levantou e limpou sua roupa - Poderia ter sido pior, como eu cair de cara nos trilhos, fez um ótimo trabalho Priscila - Grunhiu colocando a mão nas costelas.

- Bom.. Vamos continuar com nossa exploração - Peguei o candeeiro que caiu ao meu lado e chegamos na entrada do túnel. - Vá na frente - Empurrei o candeeiro no seu peito e fiquei atrás esperando ele começar a andar.

- Ora! Você vai aqui - Me puxou para seu lado e passou seu braço em volta do meu.

Colocamos o primeiro pé na parte escura e suspiramos, Lucca esticou seu braço iluminando um pouco a parte escura, e era como no começo só muito mato cobrindo os trilhos e algumas plantas nas paredes.

- Você ouviu isso? - Lucca sussurrou apertando meu braço.

- Não! O que você ouviu? - Olhei para trás, já tínhamos andado um pouco.

- Um barulho, como se tivesse quebrando
um galho - Franzi as sobrancelhas e peguei o
candeeiro da sua mão.

Um arrepio subiu pela minha espinha quando um grito muito alto soou por todo o túnel.

- Meu Deus, Priscila corre - Lucca gritou puxando meu braço. Saímos correndo e os gritos aumentaram, tropecei e caí no chão, rastejei um pouco para recuperar o equilíbrio e voltei a correr, Lucca já estava do lado de fora me esperando segurando a cabeça.

Quando saímos, os gritos cessaram, apoiei as mãos nos joelhos tentando recuperar meu fôlego.

- Será que tem alguém morando lá? - Lucca perguntou com a mão no peito.

- Lucca, você ouviu o que eu ouvi? - Ele assentiu - É você acha que esses gritos foram só de uma pessoa? - Ele olhou para o céu e suspirou negando com a cabeça.

- Ainda queria subir para ver o comprimento dele - colocou as mãos nas rochas e olhou para cima - Assim saberíamos onde paramos.

- Você quer entrar lá de novo? - Perguntei já me preparando para entrar.

- Definitivamente não, foi muito estranho aqueles gritos - Falou já tentando subir novamente.

Coloquei o candeeiro no chão e repeti seu movimento tentando subir, colocava força nos braços sentindo eles queimando por todo o esforço, mas valeu a pena, quando chegamos na parte de cima, fiquei um tempo deitada de bruços tentando recuperar as forças.

Me levantei e olhei em volta, era muito bonita a vista, várias árvores e plantas por todos os lados, andamos até ficar em cima da Rocha do túnel, parecia bem longo.

- Não chegamos nem na metade do túnel - Lucca parou em uma parte e apontou para baixo - Eu acho que foi aqui, até onde chegamos.

Assenti e olhei o que faltava para terminar o túnel, fiz uma careta e comecei a caminhar até o final. Olhei para trás e meu amigo me seguia. Paramos quando ouvimos alguns ruídos.

- Será que são os gritos novamente? - Falava já se afastando.

- É melhor deixar essa exploração para outro dia - Ele assentiu e saímos correndo daquele lugar.

Chegamos no lugar onde subíamos e deitamos colocando as pernas para baixo, depois de alguns arranhões, uns machucados conceguimos descer. Não paramos de correr até chegar no nosso trem.

Deitei nos colchões quando chegamos, e suspirei sentindo meus pulmões ardendo pela corrida.

- Acho que vou voltar a ler o livro - Se jogou
ao meu lado já começando a ler.

Fiz uma careta e me levantei saindo do vagão pelas escadas, normalmente não usamos essas escadas, mas era muito legal então às vezes fazia questão de subir nelas.

- Eu poderia ver ela novamente - Sussurrei só para mim.

Como entre meu coração e minha mente eu não tinha muitas escolhas, logo já estava a caminho da propriedade dela, eu sabia que me colocaria para fora, mas essa ansiedade e essa vontade louca de ver ela era mais forte do que qualquer ordem sua mandando não aparecer mais lá.

Quando cheguei na cerca, fiquei olhando sua casa, ela não estava lá fora, então não sabia como chamaria sua atenção para fora de sua casa. Parece que ela sentiu que a intrusa estava na sua propriedade novamente quando ela abriu a porta e saiu, me senti nervosa quando seu olhar se encontrou com o meu, e lá estava meu coração novamente acelerado como se fosse sair para fora do meu peito.

- O que você tanto procura aqui na minha casa? - Ela perguntou alto para eu conseguir ouvir.

Passei pela cerca me aproximando dela, que sentou-se na cadeira que havia na varanda de sua casa.

- Eu não sei, só fico com vontade de vir aqui - Falei dando de ombros sentando na escada que tinha na frente da sua varanda.

- Você não deveria estar na escola ou algo do tipo - Ela falou arqueando uma das sobrancelhas.

- Bom, está em reforma - Falei olhando seu rosto, com certeza nunca vi uma mulher como ela, parecia de outro mundo de tão bonita.

- Então deveria estar brincando com seus amigos - Assenti e brinquei com meus dedos.

- Meu amigo, está lendo agora, ele fica muito ligado as histórias e acaba esquecendo o mundo - Murmurei e soltei um sorriso.

- E o resto de seus amigos? - Arrumou sua saia cruzando as pernas.

- Eu só tenho ele de amigo - Precionei os lábios desviando o olhar para o chão.

- Então é por isso que você insiste em oferecer sua amizade? - Neguei com a cabeça.

- Não me preocupo em ter só um amigo - Olhei em volta, mas logo olhei para a bela senhora sentada me olhando.

- Certo! - Falou encerrando o assunto.

- Como é seu nome? - Perguntei olhando para seus olhos. Ela suspirou e soltou uma risada revirando os olhos.

- Carolyna - Falou simples.

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