Vôo

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Na liberdade eu vejo espesso
Como através do vidro-fumê,
E bebo sempre os mesmos goles
Sempre a ponto de adoecer...
Da liberdade eu tenho um medo
Pois só sei que o céu é vasto demais
Pra quem está acostumado a voar baixo.

Se sonho quente, acordo frio;
Meu coração suspira lento
Pois a cada estação se sente mais vazio,
Nessas asas eu sinto
Como se tudo estivesse por um fio,
Dedilho as penas, sinto o cheiro;
Cheiro de sonho,
Ou medo febril.

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