capítulo 55-detetive

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Dias depois:

Gusttavo narrando:


O caso do desaparecimento do Jonathan estava muito estranho, a única pista que tínhamos era aquele punhal.
Notei que Henrique também sumiu, mas ele apareceu dois dias depois, disse que foi visitar os pais no interior. Por outro lado eu tinha minhas suspeitas de que Luíza estaria envolvida, mas não tinha provas contra ela.

Essa não era a única coisa que tirava meu sono, na verdade tem um problema que vem tirando meu sono faz tempo, e esse problema tem nome e sobrenome: Bianca Ferraz.

Esses dias o caso dela foi reaberto e junto com o caso vieram lembranças e não pude evitar o sentimento de culpa pela sua morte. Por esse motivo acabei voltando pra minha "vida noturna" e tem causado muitas brigas entre mim e a Cassandra

Mas voltando ao presente, no momento estava eu, o Luan e a Cassandra esperando o resultado das digitais sair.

- nossa tá demorando muito - Luan reclamou e na mesma hora Cassandra o encarou com deboche.

- veio porque quis - Cassandra disse debochada, mas brincando.

- que engraçada - Luan disse rindo enquanto debochava dela.

A risada dele era contagiante e logo nós três já estávamos rindo feito hienas, quando uma moça do laboratório chegou.

- aqui está o resultado. - ela estendeu sua mão que segurava um envolve e me entregou.

- muito obrigado.- disse agradecendo a moça que deu um sorriso e saiu.

Horas depois:

- não isso não deve estar certo - Luan disse nervoso enquanto segurava o resultado em sua mão.

- mas está constando as suas digitais aí Luan - Cassandra disse irritada. - eu nunca pensei que fosse capaz de fazer isso.

- fazer o que se eu não fiz nada? - Luan gritou entrando em desespero. Foi aí que me lembrei daquele pedaço de papel que ele havia encontrado ao lado do punhal.

- ei Cassandra, não acuse o Luan sem provas. - disse tentando acalmar os ânimos mas não tive sucesso.

- como não fez nada? O Jonathan despareceu e vice não fez nada? - Cassandra gritou com ele, ignorando totalmente o que eu tinha dito antes.

- para de gritar - disse aumentando o meu tom de voz.- o Luan achou um pedaço de papel ao lado do punhal, talvez a pessoa que despareceu com o Jonathan usou aquele papel pra não deixar vestígios de digitais - ao ouvir isso Cassandra ficou pensativa.

- faz sentido, e na onde está aquele papel? - ela perguntou enquanto planejava algo.

- não sei achei que o Luan tivesse pegado - respondi me levantando da cadeira onde estava sentado.

- eu não peguei - Luan pareceu pensar um pouco até que se lembrou de algo. - eu acho que sei porque deu esse resultado.

- sabe? - perguntei curioso.

- ontem quando eu encontrei o punhal eu vi aquele pedaço de papel dobrado caído no chão, eu pensei que tivesse algo escrito nele que pudesse nos ajudar então o peguei, mas acabei encostando no cabo do punhal. - ele disse enquanto olhava pra Cassandra que estava completamente irritada.

- Luan você parece burro. Como você toca em algo que está numa cena de crime sem usar luvas? - ela disse irritada, porém mais calma.

- temos um problema - disse ao me lembrar que já tínhamos enviado os dados para o sistema e que agora o Luan poderia ser acusado de algo que certamente não cometeu. - a gente já enviou os dados no sistema, então lá está constando que o principal suspeito é o Luan.

- tá de brincadeira comigo - ele passou uma de suas mãos em seu rosto em uma tentativa de se acalmar.

- mas podemos apagar e alegar que foi um erro - Cassandra disse tentando encontrar uma solução.

Eu tava preocupado com o que poderia acontecer com o Luan...

Semanas depois...

Luan narrando:

Já estava na hora de ir sair do trabalho e eu ia na casa da Bruna pra conversar com ela, quando um senhor chegou e me impediu que eu saísse da delegacia.

- senhor Luan Torres? - o homem perguntou enquanto ficava parado na porta, me impedindo de sair.

- sim - respondi enquanto o encarava confuso, quando o homem tirou um distintivo do bolso de seu terno e mostrou para mim.

- sou o detetive Sanches e tenho algumas perguntas para você. - ele diz em um tomo severo o que me deixa desconfortável e nervoso. - O senhor poderia me acompanhar? - ele pergunta enquanto caminha para fora e eu o sigo.

- sobre o que o senhor quer falar comigo? - pergunto enquanto paramos em frente ao carro que acredito ser dele.

- sobre o desaparecimento do Jonathan Castro, irei te fazer algumas perguntas e você terá que me dizer apenas a verdade. - mesmo eu não tendo nada a ver com o sumiço do Jonathan, eu me senti encurralado e com medo, pois todas as provas apontavam para mim e apenas Gusttavo e Cassandra sabiam a verdade, mas era impossível provar que eu não tinha nada a ver com aquilo.

- pode falar - digo tentando parecer mais forte e confiante e o encorajando a continuar.

- para começar, como era a sua relação com a vítima? - o detetive pergunta enquanto pega um bloco de notas a uma caneta de dentro do carro que estava com uma das janelas abertas.

- a gente sempre foi melhores amigos desde a infância, a nossa relação sempre foi muito boa, mas mudou quando conheci Luíza. - fasso uma pausa tentando juntar forças para continuar.

- qual a relação que essa mulher tem com vocês dois? - o homem pergunta enquanto faz anotações em seu bloco de notas. Dou um suspiro e continuo.

- ela era minha noiva e flagrei ela me traindo com o Jonathan na véspera do meu casamento, desde então, Jonathan ficou se culpando pelo nosso término e acabou se mudando de cidade, mas ele voltou ha uns meses atrás e voltamos a nos falar, Luíza tinha retornado dois anos antes e armado pra mim muitas vezes e por isso Jonathan se ofereceu para desmascará-la e eu topei. - um pequeno sentimento de dor e ódio surge dentro de mim ao lembrar de tudo que Luíza tem feito para me prejudicar.

- mas você sabia como ele planejava fazer isso? - ele me pergunta em olhando sério, o que me faz lembrar do plano de Jonathan. Me lembrei também que peguei ele beijando a Bruna, mas não seria conveniente pra mim contar isso.

- sim, o plano dele era se aproximar dela e fingir ser seu aliado para descobrir o que ela estava tramando e a entregar para a polícia. - mesmo que eu não tenha tocado no assunto do beijo, minha mente insiste em rever aquela cena repetidas vezes.

O detetive Sanches continuou com as perguntas por um bom tempo e quando terminamos já havia anoitecido.

- muito obrigado por cooperar - o detetive me dá um aperto de mão e segue para o seu carro.

- eu que agradeço - me despeço dele e vou para o meu carro, na expectativa de me encontrar com a Bruna ainda essa noite.

CADA SEGUNDO COM VOCÊ - LIVRO IWhere stories live. Discover now