Cap. 7

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Hoje pela manhã retirei os pontos da minha boca. Passei maus bocados com eles, no primeiro mês estava tranquilo, até inflamar, e sempre estava estourando um ponto, isso fez com que a cicatrização demorasse muito. Assim eu fiquei por cinco longos meses até que finalmente cicatrizou.

A pele ainda está sensível, mas só não ter aqueles fios me espetando já está ótimo.

A aula acabou mais cedo, então decido voltar pra casa. Passando pela garagem percebi que havia algo na caixinha de correios.

- mas o que sera?

Ao pegar o envelope, percebi que era uma carta.

Será que devo abrir? Olhei ao redor e tudo estava silencioso. Quando olhei o verso havia escrito "Para Runa. Do Tio David"

- Tio David?? Esse nome não me soa estranho.

Peguei a carta e outro papeis e entrei. Por sorte a casa está vazia, as crianças ainda não chegaram.

No aconchego da minha cama comecei a abri o envelope. Havia uma carta escrita:

"Olá Runa! Sou seu tio David, um filho bastardo de seu avô. Atualmente estou morando em Oregon, é uma cidadezinha bem pequena. Mas o importante aqui não é isso.

Quando eu soube da morte de seus pais fiquei estrema mente abalado. Eu queria que você tivesse vindo morar comigo, mas como um tio bastardo, não tinha o direito. Eu e seu pai éramos muito próximo, ficamos amigos assim que ele começou a namorar sua mãe. Você não se lembra de mim pois quando a conheci ainda era muito novinha.

Me recordo de quando você nasceu, depois de dois meses suas mãe a trouxe na minha casa. Era pequenina e delicada.

Deve estar se perguntando por que só agora entrei em contato? A verdade é que esperei todos esse anos até que você tivesse idade suficiente pra tomar suas próprias decisão e fazer suas escolhas.

Sua Tia Tânia, é uma mulher muito difícil de lidar e sempre que pode está achando uma maneira de sugar dinheiro dos famíliares. Por isso mantive distância.

Mas agora, sei que já está em uma idade independente, onde faz suas próprias escolhas. Eu não faço ideia como seja sua vida aí em Boston. Mas queria te fazer um convite.

Um convite para vir me visitar e... E também, se quiser... Vir morar aqui em Oregon comigo.

Imagino como deve estar sendo confuso ler isso. Mas queria dizer que seria um enorme prazer revela. Caso aceite meu convite estou te enviando passagens de ida e volta. Mas sinta se a vontade se quiser vir pra ficar!

Se quiser mater contato, meu número está no verso da folha.

Até logo!

Tio David. "

Olhei dentro do envelope e lá estavam as passagens. E no verso da folha havia seu número.

Tio David, esse nome não me é estranho. Tenho uma vaga lembrança da minha mãe citar esse nome.

Realmente estou bem confusa, foi tudo muito repentino, preciso pensar nessas hipótese. Ir morar em Oregon não parece nada ruim. Mas, aqui estou estabilizada, tenho um trabalho bom, e se la eu não conseguir um emprego. E se esse tio for pior que minha tia Tânia?! Acho bem difícil ter alguém pior do que ela, mas é bom desconfiar um pouquinho.

Coloquei a carta sobre a escrivania.

Vou tomar um banho depois resolvo isso!

*Algumas horas mais tarde*

Acabei dormindo, só acordei quando ouvi o barulho de Meg e suas colegas, que vieram pra fazer a noite do pijama. Minha tia já deve ter chego também.

Peguei a carta apressada e a guardei dentro da minha cômoda. Preciso pensar um pouco mais sobre isso. Deci para a sala de estar.

Oregon. É ao Oeste daqui. Sentido totalmente oposto de onde moro. Rodava a tela do celular freneticamente na tentativa de ver mais sobre a região.

- o que tanto vê nesse celular Runa?

- nada de mais, só alguns conteúdos para meu alunos - Respondi minha tia saindo da página aberta no celular.

- A Escola comentou se vai haver algum aumento no seu salário?

- daqui a pouco vou para a reunião geral. Se falarem algo eu comunico.

- vou aguardar.

Conferi o horário. Acho que está na hora de ir.

O ambiente na sala de reunião está calmo e com um clima amistosos. Mas minha mente estava tão perdida em pensamentos sobre Ir para Oregon, que era difícil me concentrar. Chegaram até perguntar se eu estava bem.

Tio David... Será que ele é um cara legal. Pelo nome parece ser um cara bem estudado. Ou ele também pode ser um cachaceiro e escreveu essa carta num momento de embriagueis. Mas, e as passagens?! Será que são falsas?

Tenho medo de ir e acabar sofrendo mais do que estou, e, depois não poder voltar. Preciso pensar com calma nessa oportunidade.

O que Ethan diria?

- "Acho melhor não..." ou "Vá! É melhor do que você ficar aqui sendo sugada" -

Eu falava andando pelas ruas, após sair da reunião, enquanto tentava imita-lo, isso acabou chamando atenção de algumas pessoas.

Eu só passo vergonha.

Ahhh!!!! como é ruim ser grande e ter que tomar suas próprias decisões. Apesar de que eu sempre as tomei "sozinha"

Tenho um tempo pra pensar e quando decidir espero não me arrepender. Chegou a se passar na minha mente que essa carta poderia ser a realização dos meus incessantes pedidos.

Por enquanto é melhor mater escondida aquela carta, se minha tia achar é capaz de me matar.

Respirei fundo e prossegui em passos lentos até o metrô. Ultimamente chegar em casa não é prazerosos.

Tudo que eu quero é uma vida tranquila. Onde posso acordar tranquila, e ansiar por voltar pra casa, talvez um dia ser recebida com um abraço.

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