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⁝ A Lua e as quatro Estrelas

Era uma vez uma floresta encantada, nela o chão de terra escura era coberto de musgo, as árvores que a formavam eram tão antigas que não existiam seres que sequer pudessem contar suas idades. O farfalhar das folhas era suave conforme a brisa de verão, animais existiam calmamente, mantendo o equilibro daquele ecossistema mágico. Formigas carregavam pedaços pequeninos de folhas, minhocas abriam caminhos pela terra, fadas cuidavam de um esquilo filhote que não tinha mais sua mãe, tudo mantinha seu devido espaço, todos juntos mantinham a devida harmonia. Assim como um quebra-cabeça perfeitamente encaixado, sem nenhuma peça faltando e nenhuma outra sobrando, apenas o suficiente se complementando de forma precisa.

De mesma forma que o equilíbrio era mantido naquele lugar, naquela natureza imaculada, os seres mágicos eram essenciais para o alcance da perfeição que a magia mantinha. Com seus diferentes níveis de magia, suas diferentes habilidades, todos singulares, mas de alguma forma também iguais. Era possível perturbar a harmonia, já o haviam feito outras vezes, mas ela era inevitável, como a calmaria após uma tempestade, o balançar calmo do mar que antes fora tomado por ondas turbulentas. E naquele momento, era de calmaria após uma terrível tempestade, era de equilíbrio constante depois da desordem. Mas aquela paz foi trazida por um grupo que de longe não parecia harmônico, cinco corações que vieram de caminhos distintos, mas batiam em uma sincronia impecável.

Um desses corações batia mais forte, mas ainda na medida certa, enquanto outro batia tranquilo e calmamente. O dono do coração que palpitava fortemente não sabia de seu próprio potencial, pensava erroneamente que era apenas um simples humano que passara a vida em um orfanato, no centro de uma pequena cidade, junto de seu melhor amigo, que tinha um coração vacilante que era complementado por outro que lhe dava o norte. Os cinco corações estavam separados, mas ainda era possível perceber suas batidas semelhantes, mesmo a mares, ou até mundos, de distância. A magia formava o compasso que as batidas seguiam, que criava uma melodia quase silenciosa.

Mas a floresta podia sentir a música que os corações formavam. Aquela melodia, assim como todas as outras, também mantinham o equilíbrio. Mas que não duraria muito tempo até que a próxima tempestade viesse.

Beomgyu estava sentado em um campo, uma enorme extensão de grama verde brilhante, que pinicava sua pele por trás das roupas. O sol estava alto no céu azul límpido, o frescor do vento balançava os cabelos castanhos do humano que descansava, um assobio muito baixo passou despercebido por ele. Balançou distraidamente seus pés, não lembrava de ter se sentido tão calmo quanto agora, sua mente parecia estar longe, sem pensamentos demais ou preocupações. Apenas paz.

—Beomgyu — aquela voz soava como música aos ouvidos do humano, que abriu um sorriso tão radiante quanto o sol. Não se lembrava há quanto tempo não ouvia seu nome ser chamado por ele.

—Taehyun — Beomgyu disse, sua voz não passou de um sussurro baixo, que poderia ter sido levado pelo vento. O meio fada se aproximou dele, os cabelos da cor de uma nuvem de chuva, com uma auréola que o circundava. Seus olhos grandes e brilhantes encontraram os do humano, quando isso aconteceu parecia que um portal tinha sido aberto dentro deles, a magia podia ser sentia entre os dois.

Dois amantes estavam sentados em um campo de grama verde. Os cabelos sendo balançados, o sol banhando a pele, aquela sensação gostosa que não gostariam de abrir mão.

Beomgyu olhou para Taehyun, que estava de olhos fechados e um fantasma de sorriso nos lábios. Os traços do seu rosto não estavam completamente nítidos, era como se ele não fosse completamente real, como se estivesse entre o físico e uma mera memória distorcida, ele parecia mudar. Uma linha se formou entre as sobrancelhas de Beomgyu, que observou o meio fada por mais alguns momentos silenciosos.

Tinnitus | Taegyu Where stories live. Discover now