capítulo 4

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Jhonny se arrasta pra longe da parede em que estava preso, tentando se soltar de alguma forma mesmo sem forças, e continuou tentando por horas, até perder totalmente a noção de tempo naquele lugar. Ele não comia a alguns dias, Igor simplesmente não apareceu mais naquele quarto, os curativos que estavam nos ferimentos de Jhonny ficaram tão apertados que o mesmo os rasgou com os dentes, não sentia mais a dor de seus ferimentos, e estranhamente todas suas feridas já haviam cicatrizado.  Talvez fosse a fome ou os dias que passou sozinho naquele quarto, mas Jhonny tinha a estranha sensação de que seus membros estavam crescendo novamente o que parecia impossível já que pelo menos até onde ele sabia, a única parte de seu corpo que cresceria novamente era a calda.

  Mesmo que Igor não aparecesse Jhonny não se preocupava em morrer de cede, já que o mesmo alcançava a torneira que era fácil de ser aberta com a boca, o problema real era que a fome o enfraqueceu tanto que depois de um mês naquele cativeiro, ele mal conseguia sair do lugar, usando todas as forças que podia para se manter hidratado. Ele estava certo seus membros realmente cresciam novamente mas mesmo crescendo de novo Jhonny mal conseguia usá-los de qualquer maneira,  ele já estava acostumado com a fome mas a tantos dias parecia uma tortura sem fim, e muitas vezes pensou em desistir e tirar a própria vida, mas mesmo que tentasse ele não tinha forças para isso. Quando derrepente ouviu passos vindo em direção a porta, não eram passos lentos, era uma verdadeira correria, e a pressa era tanta que destrancar a porta foi difícil. A pessoa que entrou era Igor, ele tinha um semblante desesperado, mas Jhonny mal conseguia manter os olhos abertos, estava caído no chão a algum tempo, passou os últimos dias bebendo a água que transbordava da pia quando viu que não conseguiria mais se levantar.

-Jhonny! - Igor disse correndo em direção ao garoto que estava magro, verificando se o mesmo ainda estava vivo, estava tão desesperado que nem se importou quando viu que os membros de Jhonny tinham crescido novamente. Acontece que Igor havia sido preso por um investigador, o plano inicial era deixar Jhonny apenas alguns dias sem comida, mas ao ser preso não pode voltar para o esconderijo por um longo tempo, e não podia pedir a ninguém que alimentasse Jhonny enquanto estava preso. - Abre a boca! Vai! Abre logo! - O desespero na voz de Igor era evidente, tentando fazer com que Jhonny abrisse a boca, mas ele não conseguiria comer nenhuma comida sólida era arriscado demais. Abriu a boca de Jhonny com força, enfiando um tubo por dentro da garganta dele, que tossia tentando tirar, Igor começou então a despejar a comida na garganta de Jhonny, fazendo com que ele engolisse. - Eu achei que tinha te perdido! Você é tudo que eu tenho eu não posso perder  você Jhonny!


Igor acariciava os cabelos de Jhonny enquanto alimentava daquela forma dolorosa, sabia que a calda de Jhonny havia crescido novamente, mas dessa vez não o deixaria usar seu veneno, não a cortaria novamente, isso poderia mata-lo, estava fragilizado demais naquele momento. Quando finalmente acabou de alimentar Jhonny, Igor soltou a corrente que o prendia da parede, o levanto ao seu próprio quarto e o prendendo lá. Segurou a calda de Jhonny com cuidado para não ser ferroado novamente, e prendeu a ponta da calda dele a um dispositivo, que o impedia de usar seu ferrão. Ele estava preso tão firme que o ferrão simplesmente não conseguia sair.

Os dias se passavam e Jhonny continuava no quarto de Igor, que agora sempre o alimentava, primeiro com comida amassada, que fosse fácil de engolir, e depois que Jhonny recuperou um pouco sua força, voltou a alimenta-lo normalmente, Jhonny começou a tentar atacar Igor assim que os seus espinhos cresceram novamente, o que fez Igor usar sua arma de choque com Jhonny várias vezes. Por algum motivo, mesmo quando Igor deixava Jhonny dias sem comer, ele não estava mais receptivo no dia seguinte, na verdade sempre que Igor aparecia, Jhonny estava mais agressivo que no dia anterior.

- Jhonny voltei sentiu minha falta? - Igor perguntava animado enquanto entrava no quarto, mas viu sua vida passar diante de seus olhos quando um dos espinhos de Jhonny apareceu derrepente fincado na parede centímetros do rosto de Igor, que primeiramente se assustou com a atitude do garoto, mas logo em seguida o susto perdeu pra raiva, e Igor pegou sua arma de choque usando em Jhonny sem parar enquanto arrancava espinho por espinho do corpo do garoto. - Você tava tentando me matar né ingrato?! Eu deixo você ficar com os seus braços e é assim que você me agradece?! - Igor gritou enquanto dava um sorriso sinistro, era possível ver o ódio em seus olhos. - Quer saber Jhonny... Eu vou ensinar você a não me desrespeitar!

  Igor acorrentou os braços de Jhonny na cama com pressa, deixando a corrente bem apertada para que ele não fugisse, Jhonny o olhou assustado, ele sabia o que estava acontecendo, estava com medo e o medo aumentou ainda mais quando viu Igor começando a tirar a roupa, Jhonny começou a se debater frenéticamente, principalmente quando suas próprias roupas começaram a ser rasgadas, Jhonny começou a implorar por perdão, prometer que nunca mais tentaria fugir, que se comportaria mas Igor não ouvia, ou pelo menos não se importava com as promessas de Jhonny, e quando ele começou a abusar do garoto, o forçando a olhar pra ele enquanto o fazia, viu pela primeira vez o Jhonny chorando, vendo o terror nos olhos dele de tal forma que ele desistira totalmente de implorar e de resistir, ver o garoto que a alguns minutos parecia uma fera, ter seu espírito quebrado daquela forma. Igor nunca havia sentido um prazer tão genuíno antes, o prazer de ver o sofrimento no olhar daquele garoto, ver sua última tentativa de resistência, fez Igor sorrir.

Depois de algumas horas o choro de Jhonny ainda podia ser ouvido pelo esconderijo, era um choro baixo, sofrido, e incessante, por horas e horas Jhonny não parava de chorar, seu corpo ainda estava exposto, o sangue escorria entre suas pernas enquanto o mesmo estava encolhido. O garoto só parou de chorar quando desmaiou, vencido pelo cansaço.

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