12 - massagem.

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Pov - Genya Shinazugawa.

Acordo com uma movimentação estranha vindo de minha janela, me viro na cama e quase caio quando vejo Tokito parado ali, me encarando.

— olá.

— TOKITO! - grito, a voz falha no final, disfarço, limpando a garganta, vejo que ele ri de mim.

— sabe que é um perigo deixar sua janela aberta, né?

— ahn? Não tem muitos onis nesta área já que aqui é fiscalizado por muitos caçadores.

Eu sei bem escolher lugares estratégicos.

— não é dos onis que você tem que se preocupar - ele pausa - é comigo. - sorri.

— verdade, você ama invadir casas. - reviro os olhos, devolvendo o sorriso de forma mais desajeitada.

— eu amo invadir SUA casa. - dá um ênfase em "sua", se senta na minha cama, atrás de mim.

— tudo bem... - me levanto, mas paro pela dor nas costas, ouço uns três estalos. - o que você... Quer fazer hoje? - termino a frase, de forma meio arrastada pela dor, me sento na cama novamente, com a mão nas costas.

— tire sua camisa.

Ouço Muichiro dizer atrás de mim, o encaro, arqueando uma de minhas sobrancelhas invisíveis.

— tire sua camisa.

Ele repete, fico o encarando sem saber muito o que fazer, vejo que se ajoelha na cama e descansa as mãos nas coxas.

— Genya, você é surdo? Eu estou mandando tirar a camisa.

Faço o que se é pedido com relutância, nem sei porque estou com tanta vergonha, vejo que ele também desvia o olhar, mas para baixo.

Para minha barriga.

— Tokito? - tomo coragem para chama-lo, ele logo volta o olhar para cima, parece que volta à realidade.

— okay, se deite de barriga para baixo. - diz, chegando mais perto de mim e empurrando meus ombros, para a cama, eu não luto contra isso, deixo que me deite e fico ali.

— o que você vai fazer? - decido perguntar.

— massagem.

Tusso, me engasgando.

— ma... Massagem?! Por que?!

— você é crocante, Genya, deve estar doendo.

Não respondo, porque é verdade.

— eu sei fazer massagem, não é como se eu fosse te estrangular no meio disso.

—... Por favor não me estrangule no meio disso. - falo, sem pausa, ouço o menor rir.

— não vou.

É meio vergonhoso, eu estou deitado de barriga para baixo, com os braços esticados, e esperando desesperadamente que o hashira da névoa puxe um assunto comigo, porque me sinto humilhado nesta posição.

Logo sinto um peso em meu quadril.

Ele se sentou ali.

— Tokito?... - o chamo, novamente, tento virar a cabeça para olha-lo, mas ele segura minha nuca e me faz deitar novamente.

— tenha calma, você sabe que é assim por causa do estresse? - começa a falar, em quanto leva as mãos lentamente de minhas costas até meus ombros, sinto que estou arrepiado, e estou, mesmo.

—... - não falo nada, por não saber qual a melhor resposta.

— você está tenso. - fala, em quanto aperta meus ombros.

Eu esqueço que, por mais que seja baixo e que PAREÇA frágil, Muichiro Tokito pode ser bem forte, ele aperta forte a região dos meus ombros repetidas vezes.

— tem que extravasar as vezes... - sua voz já é baixa, quase como um sussurro.

O que faz é muito bom, parece que ele tira o peso das minhas costas, eu não acreditei quando disse que sabia massagear as pessoas, mas ele sabe.

... Quem ele massageou para aprender?!

— Kocho me ensinou. - ele fala, como se tivesse lido meus pensamentos. -
— eu sentia muita dor quando me tornei hashira, ela quem me ensinou, e realmente funciona.

Ainda aperta meus ombros, ele faz pequenos movimentos de baixo para cima, e a sensação é muito boa.

— já se sente melhor? - questiona, sinto sua respiração em meu ouvido, seu hálito tem uma pitada de hortelã que logo invade meu olfato.

Apenas murmuro um "uhum" pelo pânico de não saber como reagir, o que está acontecendo comigo?!

— quando suas costas estalarem novamente... - ele saí de trás de mim, vejo sua sombra ao lado da cama -
— ... você deve relaxar, e depois... - para de falar.

Sinto que segura meu ombro com uma mão e usa o peso do braço com o cotovelo bem em meu quadril, antes que eu possa fazer qualquer coisa,

Tokito puxa meu ombro para cima e me faz levantar até a região do tronco.

Eu juro que minha cabeça quase chegou à minha costa.

Ouço estalos que não tenho tempo para contar, a dor vem logo depois, é quando Muichiro me solta.

— ... Você deve se esticar ao máximo. - termina sua frase, olho para ele, indignado e quase chorando.

— ISSO DOEU! - grito, o menor apenas ri como resposta.

— não seja exagerado, dói apenas por um tempo, vamos, se levante.

Me sento na cama, em quanto presto atenção em qualquer sinal de dor ou barulho de estalo, me levanto, e não sinto mais a dor.

— ... Você... Deve ter quebrado minhas costelas, por isso não sinto mais a dor. - desvio o olhar, sem coragem de dizer que ele estava certo.

— não seja tão teimoso, parece seu irmão.

— não me compare á ele! - o olho nos olhos, vejo apenas um Tokito com cara de paisagem.

Fico por um tempo encarando seus olhos, e ele também.

Acho que já falei muito sobre seus olhos, são hipnotizantes, tem um azul de um mar infinito, trazem paz.

Só fico surpreso, como não existe brilho ali, são olhos azuis que por mais que deem paz, dão também uma tristeza incomparável.

Eu os olharia o dia todo.

— obrigado por ajudar minhas costas a sararem. - falo, quebrando o silêncio.

— tudo bem! Você estava em estado deplorável.

—... Eu não estava tão ruim assim, okay?!

[...]

Por favor, diga que me ama! - GenmuiWhere stories live. Discover now