Capítulo 14 - Quem Tem Pena É Galinha

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Estreio os olhos pra ela.

Vai tomar no seu cu! Você é tão desequilibrada quanto eu!

E putinha!? Putinha?! Ela é a única que gosta do cara que mais desgraça a vida dela e eu sou putinha?!

Não vou dizer isso em voz alta, ao invés disso, posso usar a situação ao meu favor.

- Nossa, Jina. Entendo você achar que eu invadiria sua casa, agora pensar que eu faria isso com você? É realmente bem ofensivo. - Faço uma cara de indignação.

Ela revira os olhos.

- Guarda seu teatro para quem não te conhece, Heitor. Você e eu sabemos que você descobrir uma pessoa dormindo no frio não chega ser nem a ponta da ponta do iceberg da malignitude que você é capaz. E até parece que você fica magoado com alguma coisa.

Reviro os olhos mas insisto em manter meu teatro porque ela precisa desfazer essa visão minha de que sou capaz de crueldades e de que sou um cuzão frio.

As vezes eu prefiro que a Jina seja burra, mas infelizmente ela não é.

- Eu só matei aquela mulher porque ela não ia me deixar em paz e ela ia te matar, devo acrescentar. Só por isso! Eu não quero sair por aí causando o caos como você acha.

- Você está certo, claro... Mas se esqueceu de um detalhe: não precisava matar da forma que você matou! Eu preciso lembrá-lo que mesmo depois de morta você mijou na cara dela, cortou o corpo dela inteiro, até ela parecer um tomate aberto e depois ainda espremeu cada parte do que sobrou do corpo dela em uma máquina bizarra, a qual eu nem sei o motivo da existência, da mesma forma que você espremeria uma laranja para fazer suco. - Ela para e coloca um dedo na boca. - Ah sim... Quase me esqueci, depois jogou o suco dela no vazo e deu descarga.

É...  Vai ficar bem difícil fazer ela achar que não sou cruel.

Porra, Heitor! Se esforça! Pensa!

- Jina eu estava transtornado! Aquele não era eu, eu nunca machuquei nem uma barata! - Isso é verdade - Eu não estava em mim... Eu...

Talvez eu deva misturar mais verdade nisso?

Jina está me olhando agora com as mãos entrelaçadas sobre seu colo com cara de desconfiança, decidindo de acredita ou não... Se eu consegui pelo menos sua dúvida, não vou parar agora.

- Tem uma coisa... - Faço uma pausa dramática.

- Uma coisa? Que coisa?! - Ela agora me olha atentamente.

- Eu... Não sei explicar, é como se quando eu alcançasse um determinado nível de raiva eu perdesse totalmente o controle das minhas ações. Não é por mal! Eu tento controlar, mas eu simplesmente... Não consigo.

Desvio o olhar do dela e tento o meu melhor para parecer aflito.

Não preciso me esforçar tanto, eu realmente fico preocupado com isso, porém eu sentir esse nível de raiva para perder o controle é bem mais difícil de ocorrer do que eu perder esse controle quando é o desejo sombrio que sinto por Jina que me ataca.

- Ei... Tudo bem, Heitor. Desculpa eu não deveria ter falado assim... É que eu... Hã... Estou um pouco confusa com você. - Ela diz atraindo meu olhar pra ela.

Jina agora me encara e parece genuinamente confusa mesmo.

Quase sorrio, mas mordo o lábio para me conter.

- Na verdade eu já organizei toda a minha vida e não está nos meus planos matar mais nenhuma pessoa! - Digo tentando deixar o clima leve.

Talvez o Jake... Mas não sei... Bom, de toda forma isso é verdade.

Desejo Sombrio Where stories live. Discover now