empire || Joe Burrow

twenty eight

Joe Burrow
Los Angeles

Estava em uma viagem com uns amigos quando meu celular começou a tocar incansavelmente. Era um número privado, mas pude ouvir a voz de Jasmine quando atendi.

Não entendi muito bem o que havia acontecido, mas ela parecia desesperada com algo que havia acontecido com seu pai.

Como estava em Orlando, não pensei duas vezes em pegar um avião e ir até lá ficar com ela.

Não esperava encontrar North, ela simplesmente sumiu do mundo a algumas semanas. Sinceramente, queria que tivesse permanecido assim.

- Vocês podem ir, eu fico com o papai. - Jezzy desce do meu colo - Acho que vocês precisam voltar.

- Jasmine... Por favor. - a loira a repreende e volta a me encarar 

- É bom ver que o senhor está bem Senhor Jhonson, desejo melhoras. - ele acena com a cabeça e eu saio do quarto ouvindo os passos de North atrás de mim

Entramos no elevador em silêncio, fomos até o estacionamento em silêncio. Até que paramos ao lado do carro que eu havia alugado.

- Entra. - é só o que eu digo antes de fazer o mesmo

Ela se senta no banco do carona e fecha a porta ainda sem fazer contato visual. Nós dois estávamos evitando isso na verdade.

- Então... O que veio fazer aqui? - é a primeira a quebrar o silêncio

- Sua irmã me ligou. Como não sabia onde você estava, vim ver se ela ficaria bem.

- Minha irmã tem um monte de gente por ela, não precisa se preocupar.

- Se você não se preocupa com ela o problema é seu, eu vou continuar cuidando dela como se fosse minha filha.

- Mas ela não é. Por favor, pare de achar pretextos pra continuar na minha família.

- Eu não estou arrumando pretextos North.

- Sim, você está. É por isso que eu saí daqui, sabia que você continuaria aparecendo mesmo tudo tendo acabado. Por que você não desiste?

- Porque eu não quero desistir de você. North, o que foi que deu errado?

- Não somos bons um para o outro. Você quer um romance, eu estou focando na minha carreira.

- E daí? Não pode simplesmente ficar com os dois?

- É mais complicado do que isso.

- Você tem medo. É sempre a mesma coisa, você prefere machucar os outros do que se arriscar um pouco.

- Não é você que tem um ex maníaco obssessivo que fica te perseguindo. Eu tenho motivos para não querer nada com ninguém.

- Eu nunca faria isso com você.

- Eu não me importo, eu não quero mais nada com você. - suas palavras me atingem em cheio - Aceite isso, por favor. 

Parei de encara-la e olhei para o céu através do vidro do carro. Meus olhos ardiam, e eu nunca havia cogitado chorar por nada que não fosse "como eu era antes de você".

Meus sentimentos estavam confusos e não havia uma parte do meu corpo que não estivesse em conflito agora. Era o que ela causava em mim. Caos.

- Tudo bem - encontrei seus olhos novamente

- Tudo bem? É isso que vai dizer?

- Quer que eu diga o que? O quanto eu te amo? O quanto queria que nós casassemos, tivéssemos uma família e fossemos felizes? Nada vai te fazer ficar.

- Você se quer tentou.

- Eu tentei milhares de vezes North, eu tentei te fazer ficar todos os dias desde que você bateu na droga do meu carro. Não posso fazer mais do que isso.

- Eu não bati no seu carro, você bateu no meu.

- A ordem dos fatos não altera o produto. Eu sei que depois daquele dia minha vida nunca mais foi a mesma, porque eu estava apaixonado pela garota mais mimada que eu já vi na vida.

- Isso era pra ser reconfortante? Porque não foi.

- Eu não estou mais nem aí pra você, eu estou cansado. Eu não te amei, eu ainda te amo, mas você já deixou claro sua decisão.

- Eu estraguei as coisas, admito minha culpa, e eu sinto muito por isso...

- É tarde demais para pedir desculpas, não adianta, você conseguiu incendiar tudo. Parabéns North Jhonson, você acaba de estragar a minha vida.

- Eu...

- Esse é o seu tão esperado final. Esqueça tudo o que a gente planejou um dia, nada mais disso te pertence.

- Você quer parar de ser dramático?

- Dramático? Sabe quantas noites eu passei em claro com você? Eu perdi meu tempo com você e foi tudo em vão.

- Não foi em vão, foram meses incríveis.

- Poxa então imagina o que não é incrível pra você.

- Joseph, eu aprendi coisas que nunca aprenderia com ninguém, você me ensinou o outro lado da minha vida.

- Sorte minha que eu sou jogador profissional e não professor, se não estaria no olho da rua uma hora dessas - ela me encara com tédio

- É sério isso?

- Se eu te ensinei tanta coisa, você achou pelo menos alguma relevante?

- Você me ensinou que algumas pessoas são para nossa vida, e outras são a nossa vida.

- Quando eu te ensinei isso?

- Agora. Joseph eu vivi em uma redoma de vidro a vida inteira, você me tirou dela e me apresentou o mundo. Você esteve do meu lado durante todo esse processo.

- E?

- Eu não posso estragar a sua vida.

- Nossa que novidade, já reparou que é exatamente isso que está fazendo agora??

- Tudo ao meu redor em algum momento desmorona. Foi assim com o primeiro casamento do meu pai e todos os meus relacionamentos. Eu machuco as pessoas.

- Para com esse discurso idiota de fanfic clichê, não somos um casal de historinha brigando por um futuro. Você sabe que eu não me importo com o caos que você é, nunca me importei.

- É por isso que você é a minha vida Joe, porque me aceitou como me conheceu, mas...

- Eu não sou a sua vida, eu não sou nada pra você. E quer saber mais? O que são alguns meses de coração partido também.

- Não fala assim...

- Você é muito bipolar, pelo amor de Deus, procura um psicólogo. - ela ameaça dizer algo mas eu a interrompo - pode ir. Deseje melhoras ao seu pai e diga a Jezzy que nos vemos logo.

- Não acabamos a conversa.

- Eu acabei. Sai do carro.

- Joseph.

- Agora North. Eu tenho que voltar para as minhas férias, acho que vou pro polo norte, bem longe de você. - paro por um segundo - Norte não, Polo Sul. - ele suspira derrotada - Adeus North. 

 O silencio a seguir parece ser eterno, até que ela finaliza 

- Se cuida Joe.

É a última coisa que diz antes de bater a porta do carro e voltar para o hospital.

Demoro um pouco ainda para assimilar tudo, eu ouvi e disse coisas que gostaria de apagar agora, mas não há muito o que fazer. Foi uma decisão dela.

Amar é respeitar a partida do outro mesmo que doa. É ver seu parceiro voando e ficar feliz, mesmo que você ainda esteja no chão.

Não vou deixar de apoia-la, nunca amei ninguém como amei North, mas não posso fazer nada agora. Quer dizer, posso, mas não quero.

No fim das contas acho que nunca fui pra relacionamentos.

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Pelo amor de Deus, que ódio