|CAPÍTULO 12|

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Bilhete n° 290

Eu te odeio, mas essa música ainda continua sendo sobre você:

Can i be him do James Arthur

LG

PRESENTE | ANNA LIS

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PRESENTE | ANNA LIS

Lucas Graham não era o tipo de pessoa que se encontrava em qualquer esquina. Bonito sim, engraçado e inteligente também, mas nada disso tinha muita importância levando-se em consideração que o mesmo sentia essa necessidade avassaladora de afastar tudo e todos.

Seu humor era péssimo por boa parte do tempo e completamente insuportável no restante dele. Vivia andando por aí com fones de ouvido no máximo apenas para não ter que lidar com as pessoas que considerava um desserviço à sociedade ― o que, bem, significava 99.9% da população mundial.

Sim, Graham era arrogante, sarcástico e narcisista. Terrível. Ácido. Crítico. E cheio de manias irritante. Mas ele também era apenas uma criança adulta, carregando por aí uma ferida em cicatrização.

Ah, droga. Por mais que eu tente explicar que não, Graham era sim um enorme e dramático problema e isso era óbvio para que qualquer ser humano com meia dúzia de miolos. Permanecer longe daquele garoto de olhos vazios e sorriso forçado era a opção mais correta a se fazer em todas as hipótese.

Bem, menos pra mim.

Sempre fui do tipo que usa mais o coração do que a cabeça e por causa disso acabei me apaixonando pela maneira como as partes quebradas daquele garoto se encaixavam nas minhas. Em sua existência encontrei conforto; pude ser eu mesma sem me sentir estranha e patética. Lucas me deu os momentos mais mágicos da minha vida e estar com o mesmo significava não sentir medo. E é por esse cara que procuro enquanto observo o tão renomado e disputado capitão dos blackbear sair da área dos chuveiros com apenas uma toalha em volta da cintura. Inconsciente da minha presença, e terrivelmente atraente, o jogador de basquete bufa e arrasta os cabelos molhados para longe do rosto, parecendo irado e inconformado com alguma coisa.

Não... com certeza não há nada nesse cara que possa me lembrar, mesmo que vagamente, o meu melhor amigo. Ele nunca me trataria como essa pessoa vem me tratando, e mesmo que fizesse, ele logo perceberia o erro e me pediria perdão. Mas essa pessoa na minha frente não se arrepende de nada do que fez naquela noite. Não, ele realmente não parece afogado em um sentimento tão pesado quanto a culpa enquanto anda pelo Scientia como um verdadeiro deus, mandando e desmandando em qualquer coisa que respira. Uma nuvem de medo e admiração agora o perseguem como uma segunda pele, e tudo isso graças ao meu pescoço que foi colocado embaixo de uma guilhotina com lâminas cegas.

― Se eu não soubesse melhor, diria que você me sentiu antes mesmo de me ver. ― murmuro para chamar sua atenção, e, um segundo depois, olhos imensamente verdes se chocam contra os meus.

When We FallOnde histórias criam vida. Descubra agora