Hayloft II

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Não havia ninguém a quem recorrer

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Não havia ninguém a quem recorrer. A casa de Pop estava praticamente na borda da floresta, e estávamos correndo pela única estrada disponível. Poucos carros passavam por ali, e nenhum deles parou para nos ajudar.

Corríamos há cerca de 10 minutos. O carro de Jonathan estava a cerca de 1 quilômetro de distância. Ele costumava estacionar longe de casa por gostar de caminhar, além do meu receio de acordar Pop com o barulho do motor.

O medo me envolvia. Sabia que não poderia voltar para casa, deixei todos os objetos de valor pessoal lá. Pop não parava de atirar, e eu torcia para que as balas se esgotassem logo. Não sabia se ele estava tentando me acertar também, mas se estava, havia conseguido. Meu antebraço estava ferido, mas eu nem sentia a dor, graças à adrenalina.

O carro de Jonathan estava à vista. Ainda distante, mas conseguíamos alcançá-lo. Entretanto, mais um tiro ecoou, acompanhado por um grito de dor. Olhei para trás e vi Jonathan caído no chão, o tecido de sua calça jeans manchado de vermelho; sua perna havia sido atingida e ele não conseguiria mais correr.

Pop, que estava longe de ser atlético, parecia cansado. Graças a algum deus, não conseguia mais nos acompanhar. Ergui Jonathan, passando meu braço ao redor do ombro dele, tentando suportar seu peso enquanto corria em direção ao carro.

- Me dê as chaves! - Pedi a Jonathan. Ele procurou em seus bolsos e me entregou, mas o medo o fez deixá-las cair no chão, e outro tiro ecoou, seguido por mais um grito de dor.

Olhei para Jonathan, vendo seu olho sangrar, o medo e a aflição me dominaram.

- Desista, não aguentarei até chegarmos a um hospital. Você sabe que sangue me faz mal. - Ele falou, mas eu não podia aceitar aquilo. Não podia deixá-lo morrer.

- Não, ainda temos esperança. O hospital mais próximo fica a uma hora daqui, e en... - Antes de terminar, Jonathan interrompeu.

- Uma hora! Fui atingido no olho, estou cego. Se eu for morrer, que seja protegendo você. Nunca imaginei que isso aconteceria. Diga aos meus pais que eu os amo. Há um dinheiro extra guardado no meu closet, a senha do meu celular é 5739, todos os meus cartões estão lá.

- PARA! VOCÊ NÃO VAI MORRER! - Fechei os olhos com força, tentando conter as lágrimas.

Jonathan correu em direção a meu pai, tentando desarmá-lo. Outro tiro soou, e eu não suportava mais o som. Jonathan estava no chão, ferido. Meu pai percebeu o que havia feito e fugiu covardemente. Corri até Jonhny, ajoelhando-me junto a ele. Uma poça de sangue nos cercava.

- Olhe para mim, eu te amo, e nunca deixarei de te amar. Quando eu partir, não sei para onde irei, mas não quero te ver tão cedo. Aproveite sua vida ao máximo; estarei esperando por você.

- Por favor, não, ainda não, por favor! - Eu tentava estancar o sangue que escorria por toda parte.

 - Eu também te amo! Por favor, não me deixe; você é tudo o que tenho!

- Gatinha, nós somos como Jack e Rose, sabia? - Ele riu fracamente. - Temos uma história de amor clichê, e então, eu morro, e você continua a sua vida. Espero que case com um velho rico.

- Isso não tem graça. Pare com essas bobagens.

- Eu sei que já disse isso, mas eu te amo, e nunca deixarei de te amar. - E com essas palavras, ele deu seu último suspiro de vida.

Gritei como nunca na minha vida, chorando e pedindo perdão por tudo que fiz de errado. Naquele momento, desejei estar morta também. Vi a arma de Pop jogada em algum canto, e a ideia de usá-la passou pela minha mente. Mas decidi viver como Jonathan havia sugerido. Fiz isso por nós dois, dei um beijo em seus lábios agora sem vida e o coloquei no carro.

Havia sangue na rua e nos meus joelhos, mas não sabia se era de minhas pernas arranhadas ou dele. Peguei a arma e fui atrás de Pop. Eu irei matá-lo.

3:27 da manhã Pop

Cheguei em casa e fui direto ao meu carro, pegando a gasolina e espalhando-a pelo celeiro. Tudo estava acabado, ela me odiava, e eu a entendia. Fui até a sala de estar e arrastei minha poltrona até o celeiro. Acendi os fósforos e os joguei em um canto onde havia gasolina.

O fogo queimou, ardendo intensamente, uma cena impressionante. Não demoraria muito para que Victória voltasse em busca de vingança. Eu estava pronto para enfrentar meu destino.

Comecei a cantar uma música antiga, apropriada para a situação.

- My baby's got a gun, my baby's got a gun, my baby's got a gun. I better run, my baby's got a gun, it goes, boom boom crack

Ga-ga-ga-ga boom boom.

Então ela chegou, seus olhos vermelhos denunciavam que havia chorado. Ela estava com minha espingarda. Confesso, estava com medo; sabia que estava a caminho do inferno, mas não imaginava que seria assim.

- Olá, papai. - Ela disparou, mas não me atingiu. Fez outro disparo, mirando na minha perna.

Soltando um gemido de dor, permaneci onde estava.

- Um olho por um olho, uma perna por uma perna. - Ela disse, fazendo referência aos lugares onde ela havia atingido Jonathan e a mim.

Derrubei um vaso de flores que Vick tinha deixado no celeiro, o som do

Derrubo um vaso de flores, que Vick deixou no celeiro por motivo algum. O som do vidro quebrando ressoa por um breve momento. Em seguida, para confirmar minhas suspeitas, ela mira no meu olho esquerdo, e eu simplesmente sinto o sangue escorrendo pelo meu rosto. Ela se aproxima, apontando a espingarda para o meu coração.

- Nunca imaginei que você teria essa coragem, Vickzinha. - Eu rio, como um idiota, essas são minhas últimas palavras.

-  Vá para o inferno, seu velho miserável. - Ela atira, e tudo fica escuro enquanto perco a consciência.

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⏰ Last updated: Apr 08 ⏰

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𝐇𝐚𝐲𝐥𝐨𝐟𝐭 - 𝙄, 𝙄𝙄 𝙚 𝙎𝙈𝘼𝙎𝙃𝙐𝙋Where stories live. Discover now