Capítulo IV

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Lutessa Lena Kieran Luthor |Point of View

Estávamos quase na saída do restaurante, antes de chegar onde os fotógrafos ficam eu fiz o movimento de soltar a mão da loira, mas ela segurou.

- Os fotógrafos vão ver. – eu falei.

- Eu não tenho problemas com isso. – Kara disse. – A não ser que você tenha.

- Eu sou solteira Kara e não sou um símbolo ou heroína. – falei.

- E daí? – ela questionou. – Não se pode ter uma heroína gay nesse planeta?

- Pode, mas a mídia vai especular. – eu falei.

- Se for te incomodar. – Kara disse e ia largar minha mão.

- Só não quero lhe causar problemas, mas se você não se importa. – falei e me aproximei dela. – Eu também não vou.

Kara riu e saímos do restaurante, os fotógrafos caíram matando em cima da gente, mamãe foi com o carro que viemos e eu estava prestes a chamar um motorista, quando a loira me abraçou e senti a gravidade nos puxar pra baixo.

O voo não durou muito e pousamos no parque, eu estava com os braços em volta do seu pescoço quando ela colocou meus pés no chão. Suas mãos firmes na minha cintura e seus olhos azuis brilhantes, estavam me deixando desconcertada.

- Minha heroína. – eu falei. – Obrigada.

- Disponha Lee. – ela disse.

- Lee? – questionei.

- Apelidos é um jeito de socializar e fazer amizade. – ela disse. – Li as regras de etiquetas humanas.

- É mesmo? – falei ainda com meus braços em volta do seu pescoço.

- É. – ela disse e me puxou mais para perto do seu corpo.

- E como se chama, eu estar com o corpo colado ao seu num parque a noite? – questionei com um sorriso no rosto.

- Não sei. – ela falou. – Mas é bom.

- Nisso eu concordo. – respondi. – A questão é se você entende o que significa.

- Você também se sente diferente? – ela perguntou com inocência.

- Defina diferente. – eu pedi.

- Minhas mãos suam muito, meu coração parece que vai sair do peito, a boca fica seca e eu perco a capacidade de fala. – ela disse. – Além de querer ficar toda hora ao seu lado, querer lhe tocar e não conseguir parar de te olhar, acho que estou com defeito.

Ela está apaixonada e por mim, mas não entende o que sente, meu deus, o que eu faço? O que eu falo?

- Eu sei o que está acontecendo com você. – falei sincera. – Mas não posso lhe dizer, é uma coisa que tem que descobrir sozinha, mas me sinto da mesma forma e você não está com defeito.

- Como vou descobrir o que tenho? - ela perguntou perdida.

- Pergunte ao Kelex. – eu falei.

- Farei isso. – Kara respondeu. – Pra onde vamos agora?

- Eu disse que tem uns pubs pela cidade. – falei. – Eles tem petiscos se ainda estiver com fome.

- Não tomei meu suprimento hoje. – ela disse envergonhada.

- Então vamos. – eu disse e demos as mãos de novo.

Caminhamos pelo parque em silencio, Kara estava pensativa e eu a deixei com seus pensamentos.

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