Capítulo 3 - Final

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No fim da tarde Jin foi caminhar. Menos de uma hora depois ele se viu próximo ao chalé da Tenente Song.

Escondido por entre as árvores, Jin observou as outras três tenentes saindo do local com mochilas. MinAh apareceu e ele se escondeu um pouco mais.

As mulheres se despediram, Jin ouviu que as três, todas mais velhas do que MinAh, iriam acompanhar a transferência de mais soldados para outra base, e MinAh ficaria encarregada, com dois dos homens, de recepcionar mais novatos que chegariam na manhã seguinte.

MinAh ficou observando suas colegas se afastarem. Quando ia entrar no chalé, um barulho de galhos chamou sua atenção e ela se virou. Jin estava diante dela, tentando não parecer tão inseguro, tentando desesperadamente não deixar seu medo transparecer.

MinAh se aproximou da porta, abriu e esperou que ele entrasse. Antes de fechar a porta ela olhou em volta, para se certificar de que Jin não tinha sido seguido.

Jin ia se aproximar, mas ela ergueu a mão, o parando. O rapaz ficou confuso com a aparente rejeição.

MinAh: - Não achei que fosse me procurar... foi bom curtir esses dias ao seu lado, mas não tem porquê continuarmos a nos encontrar, já que vamos nos separar amanhã. - as palavras saíram no atropelo, mas no rosto dela não se via nenhuma expressão.

Jin: - Vai me dispensar assim? Sem nem mesmo conversar? - perguntou direto, um traço de irritação na voz baixa.

MinAh: - Não pensou que eu estivesse apaixonada, certo? Foram só uns beijos.

Jin recuou um passo, a frieza na voz dela o deixando em dúvida. Teria sonhado com aquela conexão que tiveram? Não era mais um adolescente para se enganar daquela maneira.

MinAh estava cansada, tinha acabado de encerrar mais um dia de treinamentos, em que deu tudo de si para não pensar, mais um dia em que ela treinou até a exaustão, tentando não pensar em Jin e na despedida do dia seguinte.

Ela suspirou enquanto Jin aguardava a resposta dela... ou mais palavras cruéis. Para ele o que tiveram estava bem longe de se tratar de apenas alguns beijos.

Se sentindo culpada pela expressão de mágoa no rosto dele, a tenente se rendeu.

MinAh: - Desculpe... claro que podemos conversar. - ela pigarreou. - Quer um café? Posso preparar um e você toma enquanto aguarda que eu tome um banho, estou toda suada e suja de lama e neve.

Jin assentiu, só agora reparando que ela tinha lama no queixo, na bochecha e na trança em seu cabelo.

Jin: - Pode deixar, eu mesmo preparo o café, vá tomar seu banho.

MinAh agradeceu e foi para seu quarto, pegar suas coisas. Enquanto Jin abria os armários da cozinha a procura dos utensílios para preparar o café, ela voltou com uma muda de roupas e entrou no banheiro do pequeno chalé.

Dez minutos depois Jin aguardava sentado no sofá. Ele torcia as mão no colo, nervoso, enquanto observava as xícaras na mesinha de centro. O chuveiro continuava ligado.

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Dentro do banheiro MinAh estava sentada na banheira, os braços em volta dos joelhos, as lágrimas correndo livres pelo rosto molhado, os soluços abafados pelo barulho da água.

Sabendo que não poderia fugir para sempre, MinAh se forçou a fechar o chuveiro. Enrolada na toalha ela se aproximou do espelho. As olheiras denunciavam suas noites sem dormir.

MinAh: - Mas que merda! - ela esbravejou, inconformada por não ter conseguido seguir suas próprias regras.

MinAh tinha uma regra que seguia à risca desde que tinha decidido seguir a carreira militar, dez anos antes, quando ainda era uma adolescente de apenas dezoito anos. A regra era clara: - não se aproxime tanto a ponto de se apaixonar.

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