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Kai havia sofrido um corte profundo em sua mão direita, na tentativa mirabolante de fazer um jantar surpresa para mim.
Mas a boa notícia, e que já estava em uma recuperação boa, quase na verdade, ainda tava bem feio, e nem apresentava uma cicatrização próxima.
Nós estávamos deitados na cama, há muito tempo, quando eu proponho.
─ Amor, o que quer comer? - Pergunto.
─ Qualquer coisa pra mim tá ótimo amor, não se preocupa. - Ele responde.
─ Vai amor, quer um delivery? - Insisto.
─ Tá bem, o que você quiser, mas eu pago. Pode pegar o dinheiro na minha carteira.
Ele vê a cara de emburrada que faço, e então me diz.
─ Nem adianta, se eu não pagar, não adianta pedir. - Diz sério.
─ Tá, tá bem então. - Digo levantando as mãos como se me rendesse. - Agora vou pedir o que quero também. E enquanto não chega, vamos trocar esse curativo.
─ Ok. - Ele levanta e nos dirigimos ao banheiro.
Ele encosta no balcão de mármore do banheiro, e começa a desenfaixar a mão.
─ Ai!!! - Diz enquanto desenfaixa. - Caramba!!!
Ele coloca as faixas no balcão.
─ Meu Deus amor, não acha que deveríamos ir pro hospital? - Pergunto ao ver ele tirando as gases, completamente molhadas de sangue.
─ Pra o médico me passar dipirona? Qual é amor, já já sara, você vai ver. - Ele diz enquanto examinava o corte.
─ Se você diz. - Respondo.
Prendo o cabelo em um coque, pra não me atrapalhar, Kai fica me observando.
Coloco uma luva, para não correr o risco de infectar, pego as gases manchadas de sangue e jogo no lixo, e percebo que ele ainda continua a me encarar.
─ Que foi amor? - Digo sorrindo, encostando também no balcão.
─ Nada, - Ele sorri bobo. - e que eu já te disse hoje o quanto você é linda amor? Melhor, que tem a carinha de amor da minha vida?
Sou pega totalmente desprevenida, dou uma boa risada antes de responder.
─ Bom, - Digo, e coloco a mão no queixo, como se estivesse pensando. -hoje não. - Concluo.
Ele se aproxima de mim, e com a mão livre, coloca uma mecha solta do meu cabelo atrás da minha orelha.
─ Então eu digo, você está maravilhosa, linda, perfeita hoje, e sempre. - Diz sorrindo.
─ Obrigada meu amor, sério. - Digo lhe dando um beijo. - Mas por hora, vamos cuidar disso tá bem?
Ele me olha com um olhar triste, mas ele percebe que é o certo a se fazer.
Eu olho pro corte, volto o olhar para ele, pedindo permissão, afinal, é preciso muita coragem pra isso, o corte foi beeem profundo, devia doer pra caramba.
Mas ele acena permitindo pra eu começar a tratar.
Começo fazendo a lavagem de costume, e em seguida aplico um álcool, Kai faz uma careta.
─ Calma amor, vai passar ó, eu assopro. - Digo assoprando na tentativa de aliviar.
─ Certo doutora, mas preciso de um beijinho pra sarar. - Diz fazendo careta de pidão.
─ Um pouquinho só, mas pode prosseguir. - Diz dando um sorrisinho.
Continuo o curativo, termino de tratar, e finalizo colocando novas gases limpinhas e enfaixando sua mão novamente.
─ Pronto, novinho em folha, o curativo pelo menos. - Digo sorrindo.
Kai ergue a mão, e olha pra o curativo satisfeito, sorri para mim.
─ Obrigado minha doutora. - Diz passando a mão esquerda em meu rosto, fazendo carinho, em seguida me dando um beijo.
─ Que isso amor, magina. - Digo fazendo carinho em seu cabelo, que já estava bem crescido. - Sabe, eu achei você lindão com o cabelo raspado ficou bem durão, mas agora, tá mais lindo que nunca.
─ Hummm você acha é? - Ele diz sorrindo bobo.
─ Acho, mas você é lindo de todo jeito.
─ E você também, linda de todo jeitinho. - Ele diz encostando nossas testas.
Somos interrompidos com o barulho da campainha.
─ Hora do bebê papar. - Digo correndo do banheiro até a porta.
Pego o delivery, pago, e o coloco na mesa.
Havia pegado a comida predileta de Kai, ele vem até a mesa para finalmente comermos.
─ Não acredito nisso. - Diz quando abre a embalagem todo contente. - Meu Deus amor!! Você é um anjo!! Obrigado!!
Ele vem até mim e me dá um abraço forte, e em seguida me dá beijinhos no rosto.
─ De nada!! De nada!! Anda logo, vai esfriar.
─ Não sei se consigo equilibrar sabe amor. - Ele diz brincando.
─ Ah, o neném não consegue comer? Mamãe te serve.
Sento ao lado dele, pego uma colherada, assopro e levo a sua boca.
Ele dá um sorrisinho.
─ Agora o bebê pode prosseguir, obrigado amor. - Diz me beijando rápido.
Começamos a comer satisfeitos, e quando terminamos, ele me convida.
