Assim, Jungwon acompanhou o grupo enquanto levavam Jay preso. A cadeia de Moonrory ficava no subsolo na praça, por sorte o fogo não tinha chegado até lá então tudo estava intacto. Aquele local tinha sido construído para trancar marinheiros capturados ocasionalmente, mas isso tinha acontecido poucas vezes na história da ilha, então a cadeia estava abandonada e com teias de aranha por todos os cantos. Havia quatro celas, Jay foi empurrado dentro da primeira e as velas do corredor foram acesas para iluminar um pouco o local escuro. Havia um colchão fino no chão e um buraco no fundo onde seria feito as necessidades. Fora isso não havia mais nada e era bastante frio. O Yang tinha anotado mentalmente tudo o que precisava, então se retirou com os demais e disse que voltaria em breve.

Em uma corrida rápida até sua casa, ficou um tanto chocado com o estado com o qual estava, somente o quarto de sua mãe e o seu tinham sobrado e em condições ruins. Ele foi até a cômoda e ficou aliviado porque as coisas ali não tinham queimado, então pegou um cobertor de lã e uma almofada e voltou para a cadeia. Ninguém estava supervisionando, por isso Jungwon entrou facilmente e encontrou o outro escorado no canto da parede em profundo silêncio. Ele passou o cobertor e a almofada pelas grades e sentou do lado de fora para encará-lo na luz fraca das velas.

— Eu sinto muito — disse.

Jay se aproximou e puxou o cobertor de lã para se enrolar nele, fazia muito frio ali embaixo.

— Eu devia ser aquele dizendo isso.

— Eu tenho certeza que você não sabia de nada disso, você realmente estava do nosso lado ontem.

Ao ouvir aquelas palavras, o marinheiro não respondeu.

— Sabe, eles são um pouco burros — Jungwon olhou para o cadeado — Eu sou um pirata, é claro que posso arrombar um cadeado como esse em dois tempos.

Jay deu um sorrisinho.

— Não precisa, eu quero ficar aqui — pediu — Acho que preciso de um tempo sozinho, tenho pensamentos demais na minha cabeça.

O Yang assentiu, ele entendia os sentimentos do outro. Assim, ele se aproximou das grades e pediu para o outro fazer a mesma coisa, depois pediu para ele virar o rosto e lhe deu um beijo na bochecha, que o surpreendeu.

— Vai ficar tudo bem — disse — Nós vamos passar por isso.

Assim, ele segurou na mão gelada dele e disse que precisava ir ajudar os demais, mas voltaria depois, voltaria milhares de vezes para vê-lo. Jay assentiu e o deixou ir enquanto voltava para os seus pensamentos confusos e pesados.

Ali, no silêncio daquela prisão, ele finalmente iria colocá-los no lugar.





Niki estava junto dos soldados do palácio relatando o que tinham descoberto na cena do crime: aqueles fios de cabelos loiros. Além disso, também relatou os acontecimentos do passado envolvendo o filho do dono do circo e Hyein, incluindo o trato assinado de não se aproximar dos dois. Como aquelas eram provas muito fortes, o rei ficou sem saber o que fazer e ordenou que fizessem uma busca atrás do filho do dono do circo, poderia haver mais alguma prova com ele como a faca usada no crime, por exemplo. Por fim, ele se viu sem escolha a não ser liberar Hyein. Assim que a garota foi carregada pelos guardas até o salão principal e viu Niki parado ali, ela se soltou e correu para abraçá-lo. O garoto estava mais do que aliviado de tê-la nos braços, faria todo o possível para que ela nunca mais precisasse passar por algo assim.

Bússola de EstrelasWhere stories live. Discover now