Capítulo 23

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Gabriely★

𝟐 𝐬𝐞𝐦𝐚𝐧𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬

Estou no meu quarto colocando algumas roupas na minha mochila, enquanto o Alex como bom irmão está me perturbando e me fazendo várias perguntas.

—Alex: Porquê tá arrumando a mochila? Vai dormir na casa da Mélanie?

—Não!

—Alex:Vai fugir de novo?! –Olho para ele irritada–

—NÃO!

—Alex: Então aonde você vai?

—Seguinte... –Sento-me ao seu lado na cama para explicar tudo que aconteceu nos últimos dias– No dia que você me obrigou a voltar pra escola, um garoto chamada Gael falou que sabe aonde Felipe está!

—Alex:Aonde? –Oh garoto que não cansa de fazer perguntas–

—Na casa do pai dele, que fica em uma cidade de Pernambuco e eu estou indo pra lá. –Ele rir–

—Alex: Com quem e com que dinheiro você vai sair do Rio de Janeiro até Pernambuco, Gabriely?

—Um conhecido do Gael vai levar a Mélanie e eu até lá!

—Alex: Você não é nem louca de pegar carona com estranhos. Você não vai!

—Eu vou sim! E você vai ficar de boca fechada. Fala para o seu pai que eu fui passar um tempo na casa de umas amigas.

—Alex: Nosso pai. –Ele me corrige–

—Que seja... O que importa é que você não vai falar nada tá me ouvindo. –Ele assente– Ótimo!

Termino de arrumar minha mochila colocando alguns produtos de higiene pessoal dentro da mesma. Não peguei muita coisa para ser mais discreta, irei hoje depois da escola.

Desço na cozinha para beber um copo de água e encontro a pipoca que me olha abanando o rabinho.

—Vou sentir sua falta garota! –Sussurro– Mas Jajá a mamãe tá de volta.

[...]

Após o término de todas as aulas vou ao banheiro para trocar de blusa. Estava com o uniforme da escola e achei melhor trocar, assim vai ser mais difícil de me identificar de longe caso alguém veja eu saindo.

Mélanie me espera aflita na saída da escola, me perguntando pela sétima vez se é uma boa ideia fazer isso sozinhas. Ela com certeza contaria para meu pai ou para os pais dela, mas eu não deixei. Assim o plano iria por água a baixo.

—Mel: Tem certeza que é uma boa ideia?

—Boa não é, mas eu preciso reencontrar Felipe!

—Mel: Tudo em nome do amor! –Dou risada–

Alex vem correndo em minha direção me abraçando tão forte que só falto cair para trás.

—Alex: Não vai, por favor! –Fala com os olhinhos cheios de lágrimas–

—Vai ser rápido...prometo!

—Alex: Eu tô com pressentimento ruim, acho que vocês não deveriam ir!

—Mel: Eu falei com sua irmã, mas ela não me escuta.

—Gente, Calma. Vai dá tudo certo!

—Gael: Vamos meninas! –Gael aparece do nada do nosso lado– Meu amigo não gosta de atrasos.

Olho para Mélanie que olha para mim de volta, depois olho para Alex que tem uma expressão apreensiva no rosto. Abraço-o para deixar ele mais confortável.

—A gente se ver em breve! –Sorrio simples–

Corro um pouco para acompanhar Mélanie, chegamos a porta do carro e entramos. Gael não irá junto, falou que tem assuntos pendentes para resolver.
Tento conversar um pouco com esse suposto amigo de Gael, mas ele não dá uma palavra sequer. Um homem moreno, barbudo, forte e alto, mais ou menos 1,80 de altura.

Pego meu fone de ouvido na mochila e conecto em meu celular para escutar música, afinal o caminho será longo. Mélanie tá lendo um gibi, ela fala que se acalma quando tá lendo e isso ajuda ela a não pensar demais.

Tava tudo de boa, até eu observar que o caminho que o homem estava seguindo no GPS mudou de rota.

—Moço, desculpa incomodar... é que você entrou na rua errada!

—Xx: Eu sei o que estou fazendo, já passei várias vezes por aqui é como se fosse um atalho –Fala em um tom de voz sério–

Isso não me acalmou nem um pouquinho, continuo achando estranho. E a situação só piora quando ele coloca o carro em uma estrada de terra, andando mais ou menos uns 15 à vinte minutos à frente ele para o carro.

Fico assustada por não ter nada nem ninguém em volta. São apenas árvores e uma estrada de terra, olho para Mélanie achando a situação bem estranha e ela me olha no mesmo estante, com medo.

—Xx: Desçam do carro! –exige-

—Mel: Moço...oq você vai fazer?

—Xx:Eu nada, apenas obedeço ordens da minha patroa. Façam o que eu estou mandando.

Mélanie e eu descemos do carro com a sensação de medo estampada na nossa cara. Ficamos paradas na estrada sem sabermos o que fazer, até aparecer uma pessoa toda de preto com um capuz na cabeça.

—Mel:A gente vai morrer! –Diz querendo chorar–

—Para de falar besteira!

Parte de mim queria isso. Queria morrer. Mas a Mélanie não merece, o meu irmão não merece mais uma dor pra vida dele...o meu pai não merece.

"Não vai, por favor!"

"Eu estou com pressentimento ruim"

As palavras de Alex passa pela minha cabeça e só agora elas fazem sentido para mim. O Gael sabia de tudo isso, era apenas um plano e eu cair feito idiota, e ainda acabei trazendo minha melhor amiga junto.

Queria correr, me esconder pra nunca mais ser achada, mas estamos cercadas.
A pessoa com capuz se aproxima mais de mim, ela faz um gesto para o moço que vinha dirigindo o carro e pedindo para que tire o capuz.

Eu estava completamente apavorada antes, a pessoa tira o capuz revelando sua identidade, fico sem reação pela pessoa que acabo de ver.

—Xx: Tudo Bem filhinha? A mamãe sentiu saudades! –Diz em tom sarcástico–

Meu meio irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora