Capítulo 10 - Quem Ri Por Último É Um Idiota

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Ele tem alguma compulsão? Acha que pode sair matando as pessoas por aí agora?!

Estou bem assustada com esse comentário dele.

- Ela não é como a sua... Como aquela mulher. - Digo firmemente, tentando não dizer que ele não pode matar pessoas. A última coisa que eu quero é desafiá-lo a fazer algo. - E eu não disse que ela não merece morrer.

- Oh não é igual? Vamos lá... Ela te deixa comer livremente ou raciona suas refeições? - Diz fazendo cara de pensativo enquanto seus olhos disparam para o teto.

Fecho as mãos com força e não respondo.

- Hm... Que tal, ela te bate ou machuca de alguma forma? - Diz apontando o garfo na minha direção e me encarando sorrindo sarcástico.

Desvio o olhar do seu nesse momento. Odeio gente se metendo na minha vida.

- Ah... Talvez ela a ofenda e xingue muitas vezes ao dia...  -  Diz com o sorriso desaparecendo  a única coisa que ela não fez ainda é abusar sexualmente de você direta ou indiretamente, mas posso apostar que coragem pra isso ela teria. Conheço bem esse tipinho.

Ok, agora quem quer matá-lo sou eu.

- Heitor, para. - Digo fingindo parecer triste - Você está sendo muito cruel.

Não deixa a máscara cair, não deixa a máscara cair. Não avança nele, não avança nele!

Sério... Eu nunca nem contei pra ele isso... Como ele sabe?

Talvez sejamos realmente parecidos.  Eu já pensei que gostaria que minha mãe morresse, porém... Seria problemático pra mim e... Não quero que ela morra, só quero sair de casa o quanto antes.

De toda forma, ela é problema meu! Não dele!

- Cruel? - Sua voz tem um tom de descrença mordaz. - Jina, eu matei uma pessoa, de uma forma bem mais do que cruel, eu diria que fui atroz, bárbaro, desalmado e facínora.

Ele está certo...  Mas porque há um brilho de mágoa em seus olhos?

- Heitor... Você... Vai matar mais pessoas? - Dessa vez eu o encaro, observando seus olhos intensos que parecem não ter desviado de mim um segundo sequer.

Eu não queria perguntar... Mas a forma como ele fala... do que pretende fazer.

Estou tentando decidir se ele é uma boa pessoa ou não ainda, mas as vezes ele parece ser bonzinho e outras parece ser um louco de caráter duvidoso...

Seu semblante muda de ácido para irritado.

- Por que? O que você teria a ver com isso? - Rebate.

Oh... Eu achei que ele só faria aquilo com aquela mulher, isso porque ela merecia. Mas eu nunca descartei também a possibilidade de ele ser um psicopata assassino que começasse a matar por impulso.

- Eu... Não tenho nada a ver com isso. Assim como você não tem nada a ver com a minha mãe. Ninguém se mete na vida do outro e podemos viver em paz e harmonia felizes para sempre. - Digo perdendo a paciência.

Sei que se eu lhe desse um sermão sobre ser um psicopata assassino as coisas só iriam piorar mas também sei que uma resposta ácida poderia irrita-lo também, só que minha paciência está no limite.

O surpreendente é que ele fica visivelmente mais calmo e volta a enfiar o garfo com macarrão na boca e mastigar com gosto.

Sério... Por que tudo com ele funciona ao contrário?

- Ok, Jina. - Diz de boca cheia e revirando os olhos.

Ok o que, porra?!

O encaro esperando que se explique.

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