- Irei ajudá-lo.

Digo e vou para a cozinha pegando alguns itens de limpeza.








Meia hora depois...

A sala de jantar estava limpa, mais limpa do que antes, até.

Estava um silêncio na sala, a tv estava desligada, e eu não sabia se deveria ou não dizer algo. Thomas estava no sofá, todo encolhido. Como se fosse uma criança na qual recebeu um sermão do responsável.

Vê-lo assim me entristecia.

Saí do sofá em que estava, e fui até o dele e me sentei na ponta do pequeno sofá em que ele estava e fiz carinho no cabelo macio e cacheado dele.

- Olha, aquilo não foi culpa sua. Você só não queria comer... Não estou com raiva, Tommy.  

Após o apelido que acabei o dando de repente, ele me olhou curioso, mesmo ainda sendo estranho com a máscara de pele morta, mas ele me olhou de certa forma curiosa.

- Gostou do apelido? Tommy?   - Sorrio gentilmente e ele balançou a cabeça acenando calado.

Dou uma risada baixa e sem força. Pelo que percebi nestes dias, Bubba tinha bastante características de uma criança, além de aparentar ser bastante inocente.

Ele mostrava mais esse lado infantil quando o ensinava. Thomas batia as mãos e balançava os pés quando acertava as palavras.

Se encolhia quando quebrava algum prato, e acredito que chegava a chorar também achando que eu iria brigar com ele de alguma maneira.

Lembro-me das palavras da Srta Sawyer dizendo "aja como uma criança educada, e não irá apanhar hoje, Bubba". A ouvi dizer estas palavras do lado de fora da casa dos Sawyer, em uma tarde de pôr-do-sol quando ia procurar Bubba para brincar.

A Srta Sawyer tinha sérios problemas com a raiva, e era bastante bipolar. E “gostava” de descontar a raiva em Bubba quando mais novo.

Bubba sofreu muito naquela casa, e trouxe consigo diversos traumas.

Um deles era água. Principalmente no banho e mesmo não o vendo, eu ficava do lado de fora do banheiro enquanto ele se banhava. Imagino que o trauma foi por conta de seus irmãos que o afogavam nos barris.

Outro era um medo terrível de caso eu briga-se com ele, acredito que sentiria que eu iria o abandonar. Mesmo que nem eu concorde com isso. Não quero abandonar Bubba.. Custe o que custar.

Sinto os braços fortes e largos de Thomas me envolver na cintura me fazendo voltar a realidade. Sorrio continuando o cafuné em seu cabelo. Curiosamente me curvei e cheirei um pouco seu cabelo. Por pouco não tossi. O cheiro que havia ali era forte. Terei que emprestar um shampoo meu para ele.

- Está mais calmo agora.. Tommy?

Ele acenou com a cabeça confirmando. Sorrio docemente e o fiz olhar para mim.

- Que tal.. Fazermos pipoca hoje.. Caramelizada? Einh? Assistirr um bom filme? Einh? Que tal?

Ele me olhou surpreso se afastando um pouco, mas Bubba acenou aparentando estar ansioso, isso me agradou.

- Certo! Será uma tarde de.. Filmes!

Sorrio de canto e bate palminhas estando ansioso.

Céus! Isso é uma criança no corpo de um homem!

Dou uma breve risada achando isso fofo. Enquanto isso, liguei a televisão vendo um noticiário sobre os policiais baterem nas portas de todos pela pequena cidade de Hewitt para acharem Bubba. Isso não é bom. Fechei a cortina.

𝐿𝑒𝑎𝑡ℎ𝑒𝑟𝑓𝑎𝑐𝑒 - 𝑈𝑚𝑎 𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑁𝑎𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎 +18 Where stories live. Discover now