Estrelismo • Shivley Maliwal

Twelve

— Maya, o que acha de irmos jogar verdade ou desafio? — Ingrid me perguntou. Estava sentada conversando com Nathan e Jhonattan. Ambos descobriram que têm gostos parecidos.

— Ta. Tanto faz. Vocês veem meninos?

— Já iremos.

O baile de inverno não é nada de mais do que eu imaginei. Sim, é divertido, animado, tem festa, comida, bebidas sem álcool, mas senti falta da magia que fazia acreditar que seria um máximo. 

As pessoas mais velhas estavam no outro setor, tinham adultos nos supervisionando porque existe gente que pode benzer os sucos com vodka. Nunca vou saber onde arranjam isso.

Acompanhei minha amiga até uma mesa cheia de gente, conhecidos, amigos, ou gente que eu nunca tinha visto.

— Também vamos jogar, e tem dois meninos vindo. 

— Ok — um garoto do 9B estava no meio, parecia autoritário mas pra falar a verdade, nenhum de nós somos nada comparado ao pessoal do High School.

Jhonattan foi me buscar em casa, e tive que apresentá-lo a Bailey - acho que era o mínimo a se fazer - foi um príncipe a tarde toda, mas não acho que tenha vindo com segundas intenções.

Um pouco tempo depois os meninos se juntaram a gente, jogamos uma, duas, cinco, nove rodadas até chegar em mim.

— Verdade ou desafio, Franjinha? — às vezes me chamavam assim, por conta que eu sempre to com a franja feita, mas nunca me incomodou.

— Verdade. 

— Verdade que você tá ficando com Jhonattan?

— Não, não estamos ficando.

Jhonattan parecia um pouco desanimado, mas isso era porque sempre eram as mesmas perguntas. E sempre gostam de fofocar sobre a vida alheia.

— Vou no banheiro, com licença. — Falei me levantando

Ingrid também deu uma desculpa e veio junto comigo. Nos sentamos na área externa que estava um pouco mais afastada da festa. Estamos abaixo de uma árvore. O pé de amora.

— Tá pensando o mesmo que eu? — Ela me perguntou.

— Só se estiver pensando que a festa tá chata.

Demos uma gargalhada juntas, sim, estamos pensando o mesmo.

— Jhonattan ainda não falou nada sobre…?

— Sentimentos? Não. Acho que criei muita expectativa.

— Que droga.

— Nada de anormal, nem acho que estamos na idade.

— Talvez. O que Shivani faria nessa situação?

— Uma música, talvez?

— É.