O42. vinnie | elle

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— Vocês já falaram que amam um ao outro, quando vão dar o próximo passo? — ergueu a sobrancelha e peguei no ar sobre o que ela está falando.

— Um passo de cada vez, né? Já foi muito difícil escutar um "eu te amo" dela, quem dirá um "sim" depois de perguntar se ela quer namorar comigo. — ri da minha própria desgraça e ela me acompanhou, dizendo que entende eu ir com calma.

Enquanto desabafo ainda mais sobre a Elle, relembro o momento exato em que eu me toquei que estava perdidamente apaixonado por ela e o quanto eu tentei negar a si mesmo, evitando todo tipo de sentimento para conseguir ficar ao seu lado.

Dia do meu aniversário. Não estava esperando nada dela, aliás, muito menos vê-la porque passei o dia todo com os meus amigos e ela com a mãe. Quando eu cheguei em casa, já havia passado da meia noite. E então, tive a linda surpresa de ser chamado para o seu apartamento e o privilégio de ver aquela cena: ela com um porquinho de pelúcia e cantando "parabéns pra você".
Naquela mesma noite, eu tive uma vontade avassaladora de soltar um "eu te amo", enquanto estava sobre ela e movendo o meu quadril de forma ágil contra o seu corpo.

É bizarro como uma mulher pode mexer com o seu psicológico de uma forma tão surreal, ainda mais por não imaginar como ela se sente em relação a você. Agora eu sei, e é mais fácil, porém antes, foi complicadíssimo.

— Você sabia que eu já sentia um clima entre vocês dois, né!? — ela disse e franzi a sobrancelha. Ela gargalhou. — Por que você acha que eu a chamei para ser madrinha? Foi tudo esquematizado.

— Cara, você é bem psicopata, tá?? — indaguei, assustado.

Por mais que eu desconfiasse, vê-la confessando é diferente. Como ela apadrinha sua filha com uma "desconhecida" só pra juntar ela e eu? E se desse tudo errado? A Rory que ia sofrer.

— Quero ver se não desse certo.

— Conheço o amor de longe, me respeite. — se gabou. Eu ri negando com a cabeça e afirmando que ela é doida. — Ainda verei vocês casando com Aurora entrando com as alianças. Depois com três pirralhos quebrando a casa toda e a Elle surtando com a bagunça.

— E ela chamando eles de "os três porquinhos". — gargalhei ao dizer e tentando imaginar a cena.

Depois de imaginar tantas coisas, literalmente um futuro com a Elle, volto pra realidade e relembro que ela passou por traumas, e provavelmente, não pensa sobre isso. Chego a conclusão que estou apenas me iludindo e criando cenários inexistentes, e, imploro para o meu consciente focar no presente e se contentar com o que temos.

foi bom enquanto os pensamentos duraram…

Continuamos conversando, agora sobre os seus pais e os do Jordan, e como eles estão agindo com o nascimento da Rory. E segundo a Maddy, eles estão cedendo aos poucos e comentam algumas fotos postadas, mas que até agora não pediram para visitá-las.

Isso é tão ridículo, não consigo imaginar como fica a cabeça dos meus amigos, sabendo que os seus próprios pais possivelmente ignoram a existência da neta deles por pura birra.

Pelo menos a Aurora está rodeada de amor. Tem a mim, Elle, Aaron, Jett, o Jack e até mesmo a London e a Cindy. E por mais que sabemos que o amor dos avós faz falta, os três nunca estarão sozinhos.

Maddy resolveu tomar um banho enquanto a Rory não acorda, e eu aproveitei para preparar alguma coisa para comermos e também arrumar a pouca bagunça que contém no apartamento. De vez em quando dou uma olhadinha na minha afilhada. E quando ouço o seu choro, corro até o quarto.

— Deus, me ajuda! — peço baixinho, tentando encontrar o melhor jeito para pegá-la. Ela é muito pequenininha e mole, eu morro de medo de machucar.

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