As voltas aulas estavam me deixando animada. Aquelas tinham sido as minhas últimas férias de verão. Eu sentiria falta disso na faculdade.
── Vem cá, me empresta uma meia? ── Max pediu, enquanto vasculhava algo nas minhas gavetas. Balancei a cabeça e ela continuou a procurar. ── Vou pegar essa verde aqui, tá bom?
Eu sei que ela nunca mais vai me devolver. Não por mal, mas por esquecimento.
── Tá bom ── Coloquei a minha mochila nas costas e me olhei no espelho. ── Essa saia não está muito amarrotada?
Maxine me olhou, fazendo careta.
── Não? Cara, você passou ela umas duas vezes!
── Eu sei, mas... Mas eu tenho a impressão de que está.
Continuei passando as mãos nela, e Max soltou um sorrisinho, enquanto terminava de calçar os tênis. Ela tinha dormido aqui na noite passada.
── Isso tudo aí é por causa do Mike Wheeler?
A olhei, pasma com esse questionamento.
── Não, claro que não!
Senti minhas bochechas ficarem quentes. Max começou à gargalhar.
── S/N Harrington, nem pense que você vai me fazer acreditar que não é isso.
Revirei os olhos, enquanto pegava uma almofada lilás para jogar em cima dela.
── Vem, acho que estamos muito atrasadas!
Depois que eu disse, corri até a porta. Max nunca deixa de retribuir uma almofadada. Ela riu e levantou, pegando a sua mochila.
Descemos a escada, e senti uma alegria imensa quando eu vi o meu pai sentado na mesa, lendo um jornal.
── Pai?
Ele me olhou, e abriu o maior sorrisão. Se levantou da cadeira e veio até mim, me dando um abraço.
── Oi, filha!
── Quando você chegou?
── Ainda pouco ── Ele depositou um beijinho na minha testa e sorriu para Max. ── Mas logo tenho que voltar para a delegacia. Flo acabou de me ligar dizendo que roubaram os anões de jardim do Phil Larson.
── Ah, aqueles anões de jardim de novo? ── Max bufou, incrédula.
── Pois é, ele perturba a cidade inteira com isso ── Steve apareceu de repente, com uma toalha em volta de seu quadril, deixando sua barriga e suas costas de fora.
Não quis olhar para a cara de Max, mas eu sabia que ela estava surtando por dentro.
── Ah, oi pai ── Steve acenou, e o meu pai cruzou os braços.
── Oi, Steve ── Ele disse, enquanto olhava para o relógio na parede. ── Você vai para o trabalho? Quero ter uma conversa com você.
Steve nos olhou, e Max e eu demos de ombro.
── Certo, eu só vou me trocar e daqui a pouco desço.
