Virgem Maria

Cap24-Matteo Cavichiolli

16 anos depois

-Papá, podes por favor dizer ao Gabe para parar de me chatear?-Eva entrou pelo escritório dentro bufando.

-Pai, importaste de dizer à Eva que ela é chata e se não fosse eu, ela estaria encrencada?-Gabe entrou logo a seguir revirando os olhos.

Sorri ainda de olhos postos no computador à minha frente.

-E vocês importam-se de se darem como irmãos que são e não fazerem asneiras pelo menos um dia que seja?-tirei os olhos do computador e olhei para os dois quando pararam à frente da minha mesa.

Os dois se entreolharam e bufaram de braços cruzados fazendo-me rir.

Gabriel e Eva eram inseparáveis. Para onde um ía o outro ía logo atrás nem que fosse só para provocarem o outro. E, agora, neste exato momento, era o que estava a acontecer.

Ri ao ver os meus dois filhos à minha frente.

Gabriel tem agora 22 anos e a minha pequena, já não tão pequena, Eva já completou 16 anos. Eles cresceram muito rápido.

Queria poder fazer mais bebés, mas Maria recusa-se a ter mais filhos. Sempre que eu tento falar com ela sobre isso, ela trata de mudar de assunto. Ela nunca me disse, mas acho que ela se recusa a ter mais filhos por causa do que se passou no passado. Acho que ela tem medo que tudo volte a acontecer.

Tentei garantir-lhe que nada daquilo se voltaria a repetir, pois a Giovana estava atrás das grades e não a magoaria nunca mais, mas mesmo assim Maria nega-se a ter outro bebé.

O que eu posso fazer?

Nada.

Só tenho de a respeitar como sempre a respeitei.

Maria é uma mulher e mãe maravilhosa e fantástica. Está sempre atenta a todos os passos dos filhos e está sempre preocupada se algo acontece com eles. Ela sempre está lá para eles, não importa a idade dos nossos filhos, a mãe deles cuidará sempre deles.

Sorri ao pensar na minha santa pecadora.

-Papá? Papá?-saí dos meus pensamentos com a voz da minha filha.

-O que se passa?-olhei nos seus olhos igualmente azuis aos meus.

-Preciso de conversar com a mamã-Eva pensou em algo-será que ela ainda demora?

Eu abri a boca para responder, mas a voz sensual da minha santa pecadora ecoou por toda a biblioteca.

-Isso são tudo saudades?-Maria entrou na biblioteca usando um vestido branco justinho ao corpo.

Sorri com os meus próprios pensamentos.

-Ah finalmente mãe-Eva correu para os braços da mãe que depositou um beijo na sua testa e logo beijou a testa do filho também.

-Tudo bem?-Maria perguntou dando a volta na mesa e beijando os meus lábios-o que se passou para estarem os dois assim tão agitados logo pela manhã?-Maria colocou a sua mão no meu ombro e ficou ao meu lado olhando para os nossos filhos.

-Preciso de conversar contigo mamã-Eva falou um pouco desesperada-é urgente.

Maria analisou a filha e, então, logo concordou com Eva.