Limites Extrapolados

365 18 1
                                    


Foi quando se deparou com a cena: Rin bebendo shots de uma bebida que ao que parecia era forte, a julgar pela cara que ela fazia após virar cada copo do líquido. Ao seu lado haviam dois homem fortes, um com uma mão em sua coxa e outro acariciando muito de leve seu pescoço na parte de trás.

Capítulo II – Limites Extrapolados

Seshomaru encostou numa parede observando com os olhos estreitos e trincou os dentes ao observar a carícia no pescoço e a reação do corpo de Rin. Ela estava excitada, ele a conhecia melhor que ninguém, aquele era o ponto fraco dela.

Ele tentou respirar mais de uma vez, pediu uma cerveja. Tentou se acalmar pensando que ela estava bem e tentou manter o sangue frio para assistir aquele "espetáculo" de camarote. Queria ver até onde ela era capaz de ir.

Os streapers dançavam no palco e ela ria, mas o ânimo foi diminuindo com o tempo. Ela quase estava triste e nostalgica. Foi quando Seshomaru pegou seu celular e ligou para ela novamente, ele sabia que ela não atenderia, como não atendeu a nenhuma das outras cinquenta chamadas.

Ela sentiu o celular vibrar, olhou o número de Seshomaru e sorriu, desligando novamente a ligação. Seu ânimo para com o homens que a acompanhavam voltou. Foi quando ele teve a certeza absoluta que ela queria provocá-lo e não traí-lo.

Ela não beijou nenhum daqueles homens e os afastava quando eles tentavam algo mais. Mas não havia perdão, aquilo era inadmissível.

Ele cansou daquele show todo, cansou de tentar ser o mais calmo da relação, cansou de ser ponderado até mesmo enquanto ela estava quase se agarrando com outros homens. Levantou da mesa e caminhou com passos firmes e lentos até a mesa em que ela estava e a agarrou pelo braço.

- O que é isso? Me solte!

Seshomaru olhou enfurecido para os homens que a acompanhavam, mas nenhum a defendeu diferente do que ele achou que aconteceria. Ele riu internamente, que grande companhia ela arranjara para aquela noite.

- Cale a boca, eu não quero ouvir um "pio" seu garota!

Sentenciou Seshomaru e a jogou por cima de seu ombro, já que ela tentava se segurar nas mesas e cadeiras para não ser arrastada para fora da boate. Ele revirou os olhos enquanto era socado com toda a ínfima força dela nas costas e braços.

Ele precisava de um lugar a sós, ele teria uma conversa com ela... Uma conversa definitiva. Falou com o mesmo cara que lhe permitira a entrada.

- Vocês tem quartos por aqui, certo?
- Sim Senhor.
- Quero um.

O homem exitou, provavelmente achando que eu estruparia minha mulher ou algo assim, já que ela chorava e me batia tentando se soltar.

- Senhor, não me parece que essa madame queira ir a um quarto com o Senhor.

Seshomaru nem tentou explicar, apenas deu mais quinhentos dólares para ele perguntando se pagava as despesas do quarto. Ele olhou o dinheiro em excesso e entregou uma chave sem discutir. Ele respirou fundo e virou as costas para aquele canalha, pensando que poderia ter sido qualquer outro com dinheiro a arrastar sua Rin para um quarto e fazer com ela o que quisesse.

Chegou no último andar daquele pulgueiro que caia aos pedaços, o cheiro era horrível e os quartos do andar de baixo eram todos cheios de gigolôs e prostitutas, a julgar pelos gemidos fingidos e altos que se ouvia.

Rin não parava de gritar e chorar, mas agora Seshomaru podia ouvi-la finalmente. Antes o barulho de música era alto demais para que se distinguissem palavras, claro que ainda se ouvia muita música, mas não como antes.

Ele a jogou na cama daquele lugar e a encarou nos olhos.

- O que foi isso que acabei de ver, Rin? Me explique, o que foi isso?! O que foi essa fuga do hotel? Você indo para uma noitada sem mim? Se agarrando com homens num prostíbulo?

Rin arregalou os olhos, como quem toma consciencia do número de idiotices que fez num rompante de criancisse. Mas ela decidira que não cederia, que não baixaria a cabeça para aquele homem que estava diante dela.

- Isso é para você aprender a não me torrar mais o saco...

Seshomaru ouvia o que ela falava e os xingamentos que ela começou a proferir. Ele tirou o paletó com calma, desabrochou a gravata e a tirou pela cabeça enquanto olhava fixamente para sua namorada descontrolada.

- O que você está fazendo seu imbecil? Se pensa que vou fazer algo com você nessa imundisse, você pode esquecer!

Ele riu disfarçadamente e a olhou de canto de olho enquanto abria os punhos de sua camisa e a dobrava até os cotovelos, deixando seus braços mais livres. Então, por fim, abriu os dois botões de cima de sua camisa.

Seshomaru foi admirado pro Rin por alguns instantes. Ele estava com uma calça cinza risca de giz muito elegante, acompanhada por um cinto e sapato que combinavam perfeitamente e uma camisa de linho que agora compunha um visual mais despojado com os dobras que ele fizera.

O corpo era perfeito, musculoso e forte. Ela por um momento desejou aquele corpo enquanto observava cada detalhe, até que sua observação chegou ao rosto do seu amado – a parte favorita dela.

Mas ela se assustou, sentindo toda a sua espinha gelar. O rosto de Seshomaru nunca fora tão frio em toda a sua vida, ele a encarava com um olhar vidrado e profundamente decepcionado, como quem se pergunta se está olhando a pessoa correta para estar ao seu lado ou não.

Ela ficou com os olhos cheios d'água e não sabia direito o que falar diante daquele olhar, pela primeira vez na noite se calara.

- Rin – Começou ele sem qualquer emoção na voz, de maneira dura, fria, triste – Você ultrapassou todos os limites essa noite, ultrapassou todos os meus limites. Eu não sei se poderei perdoá-la.

Um Castigo Para RinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora