Uma Menina Insuportável

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Capítulo I – Uma Menina Insuportável

Era uma manhã cinzenta, combinava perfeitamente com o clima daquela viagem para a qual Seshomaru se dedicou muito com diversos planejamentos durante todo o ano. Ele queria dar à Rin uma viagem inesquecível, mas tudo que conseguiu foi embarcar no maior pesadelo de sua vida com a garota mais mimada do universo.

Seshomaru já estava com Rin há muitos anos, ela era muito mais nova que ele e dava mais trabalho do que qualquer outra namorada que tivera em toda a sua vida. Mas, ainda assim, ele a amava de uma maneira descomunal, amava a maneira como ela sorria e como ela o provocava constantemente. Havia algo que o prendia a ela, algo quase mágico.

Não houve um segundo na viagem sem reclamações por parte dela, sem que ela o atormentasse brigando com serviçais como se fosse dona do mundo, tratando mal carregadores de mala, discutindo com quem passasse por sua frente ou até brigando com o próprio Seshomaru por qualquer pequeno motivo.

Seshomaru estava cansado de olhar para sua companheira agindo daquela maneira tão rude, por diversas vezes sentiu-se encabulado ao lado dela quando gritava com alguém ou maltratava alguma atendente simpática que não era culpada por crime algum.

Estava decidido a pedi-la em casamento naquela viagem a Paris, havia planejado cada dia naquela cidade das luzes e encantos. Comprara um lindo anel de diamantes e pediria ela naquela noite, quando as luzes da torre Eiffel se acendessem.

Tentou ignorar aquele gênio forte e fazer com que ela relaxasse por alguns momentos que ela noite seria toda especial.

– Rin, meu amor, vista-se. Vamos comer num restaurante extraordinário hoje...
- Extraordinário?– Rin começou a rir com sarcasmo – NADA nessa porcaria de viagem foi extraordinário até agora, nem os hotéis fuleiros em que ficamos, nem as pessoas idiotas que me atenderam, nem você!

Seshomaru respirou fundo, fechou os olhos e tentou ignorar cada ofensa que saia da linda boca de sua amada. Ela não conseguiria estragar a noite, não aquela noite na qual ele pensava há mais de um ano.

– Rin, arrume-se! Eu não sei o que deu em você! A viagem está maravilhosa, você que anda um pouco difícil. Chega disso, vamos, temos uma reserva para daqui a quinze minutos.

Ela olhou para Seshomaru descrente e frenziu o cenho, logo depois deu uma risadinha e disse:

– Me espere lá embaixo, meu amor. Já vou descer...

Seshomaru sorriu, sua menina estava de volta. Ele desceu, certificando-se que a caixinha com a aliança estava em seu bolso enquanto estava no elevador. Ele suava, estava nervoso com o pedido que faria naquela noite.

Rin por sua vez estava em fúria, indignada pela maneira como seu namorado falara com ela. Se questionava acerca de quem ele pensava que era para dirigir-lhe a palavra daquela maneira. Ela respirava com rapidez e com raiva socou por diversas vezes o travesseiro desejando que fosse a cara de Seshomaru.

Num ímpeto, pegou um papel e deixou um bilhete: Fui me divertir com algum homem de verdade. Se quiser vá embora. Não aguento mais você e suas chatices.

Então se levantou e vestiu um tubo preto decotado e extremamente curto e saiu pelos elavadores da parte central do hotel, diferente daquele que Seshomaru havia descido para esperá-la. Rin sabia que Seshomaru não a largaria por isso, então, decidiu sair e se divertir. Ela sabia que ele era louco por ela e que nada era demais para ele.

Seshomaru por sua vez já estranhava a demora de Rin, ela normalmente demorava muito para se arrumar, mas já havia se passado quase meia hora. Eles realmente perderiam a reserva em breve. Ele decidiu subir e conversar com jeitinho para ver se não conseguia que ela se apressasse.

Ele caminhou até o elevador e apertou o botão, as portas abriram e ele subiu assoviando uma música até chegar ao andar de seu quarto. As portas se abriram e ele caminhou com calma pelo enorme e ostensivo hall que levava até os quartos.

Chegou na porta e bateu com cuidado.

– Meu amor?

Seshomaru esperou um minuto, sem ter qualquer resposta.

– Amor?

Continuava sem resposta. Seshomaru bufou, provavelmente ela estava brava lá dentro dizendo que não tinha roupas para sair para um restaurante chique. Ele bateu mais um vez e, sem a resposta, decidiu entrar para ajudá-la com a escolha da roupa e dizer a ela que de qualquer maneira ela era sempre a mulher mais bonita do mundo.

Mas, para sua surpresa, ela não estava no quarto. Havia apenas um caos, portas de armários abertas e gavetas por fechar, como sempre ficava toda a vez que ela se arrumava. Seshomaru parou para fechar aquelas portas, pensando que ela havia descido para encontrá-lo no hall, causando desencontro dos dois.

Ele se virou para sair do quarto, quando viu um papel rasgado com a letra dela em cima da cama. Ele o pegou entre os dedos da mão direita e leu, incrédulo, palavras ferinas da mulher que idolatrava: Fui me divertir com algum homem de verdade. Se quiser vá embora. Não aguento mais você e suas chatices.

"Homem de verdade?" pensou Seshomaru enquanto engolia seco. Ele não acreditava que sua mulher estava sozinha pela cidade num crise quase que adolescente. Rin não falava francês, mal falava inglês na verdade. Sem Seshomaru ela não conseguiria ir nem até a esquina.

Ele desceu como um foguete até saguão principal, falou com o gerente do hotel perguntando se alguém havia visto sua namorada em algum lugar. Estava em desespero, foi informado que a polícia não faria nada, pois uma ausência tão curta não configurava desaparecimento ou possibilidade de algum crime.

Seshomaru percebeu, então, que estava sozinho. Sairia em busca dela com a única informação que lhe passaram: que ela perguntou onde ficavam os bares norturnos num inglês quase impossível de entender. Ele estava decidido a entrar em bar por bar, balada por balada até encontrá-la.

Ele pegou um táxi e saiu em direção ao local que indicaram para sua Rin, sem a certeza que ela havia conseguido chegar lá, sem a certeza de que ela não estava em perigo e que nada tinha acontecido com ela...

Ele extremecia pensando em sua segurança e se lembrava das palavras do bilhete "homem de verdade", ele sabia bem que Rin era capaz de traí-lo apenas para irritá-lo.

Seshomaru entrou em cada bar da rua, foi abordado por prostitutas a quem deu trocados em troca de informações sobre o paradeiro de sua Rin – obviamente, nenhum foi válido para auxiliar na busca. Havia diversas casas de prostituição.

Seshomaru queria voltar ao hotel e dar uma boa bronca no atendente que indicou aquele local para sua namorada. Foi quando voltou a si, se deu conta que quem merecia uma boa bronca não era o atendente. Ela passara dos limites.

Seshomaru olhava seu relógio, já havia se passado horas e não entrara Rin. O desespero pelo bem-estar de sua namorada tomou conta e ele não conseguia mais pensar em nada senão algum desastre. Pela primeira vez passou a perder as esperanças.

Foi quando olhou para uma casa de strip-tease masculino para mulheres. Havia letreiros luminosos e cartazes convidativos para que mulheres encontrassem um homem para satisfazer suas fantasias. Num momento normal, Seshomaru ignoraria aquele local, mas algo o levou a entrar.

– Desculpe Senhor, mas aceitamos apenas a entrada de mulheres aqui.

Edward estendeu, então, três notas de cem dólares para o atendente. Ele apenas as guardou no bolso e desejou boas vindas. Seshomaru andou devagar até o salão principal, sem ter certeza se encontraria sua garota, mas rezando para que sua intuição estivesse certa.

Foi quando se deparou com a cena: Rin bebendo shots de uma bebida que ao que parecia era forte, a julgar pela cara que ela fazia após virar cada copo do líquido. Ao seu lado haviam dois homem fortes, um com uma mão em sua coxa e outro acariciando muito de leve seu pescoço na parte de trás.

oOo O QUE ACHARAM? ME DEIXEM SABER!

... CONTINUA...

Um Castigo Para RinWhere stories live. Discover now