Crescemos juntos.
Sempre me importei com ele.
Sempre cuidei dele.
Foi dele que mais senti falta quando fui estudar dança na Inglaterra.
Agora estou de volta e ele precisa de ajuda.
Vou ajudar, mas não será de uma maneira fraternal como antes era...
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Sentadinha, como a mamãe pediu, eu roía a unhas esperando para entrar no quarto de hospital que minha madrinha Angel, o tio Brent e a tia Layla estavam. Papai já me disse que devo esperar quietinha para ver o meu novo coleguinha que a cegonha trouxe. Não quero ficar quieta, quero ver de perto os bebês, igualzinho no pacote de fralda que eu usava. Não uso mais porque sou crescida e minha mãe diz que sou muito inteligente para fazer xixi na minhas lindas roupas de bailarina. Quero dançar balé agora, mas não posso até conhecer o Brian.
— Oi, lindos - Minha madrinha Angel falou quando saiu do quarto. Ela tinha o mesmo sorriso que eu quando mamãe me dá sorvete de cereja, eu amo cereja.
— Quase morro do coração quando fiquei sabendo que Layla entrou em trabalho de parto no meio do se.. seu quarto - Mamãe gaguejou com a final da frase e abraçou minha "dinda".
— Hela! - Meu papai olhou com os olhos arregalados. E mamãe me olhou sorridente.
— Acho que isso ajudou no parto - minha madrinha respondeu com o mesmo sorriso que me dava quando eu aprontava e ela me ajudava a enganar mamãe. A porta se abriu e o tio Brent ficou lá olhando para nós muito sorridente. Saltei da minha cadeira e corri para ele. Ele se abaixou e me pegou no colo rápido.
— Ei, garotinha. Quer ver seu amigão? - Nos virou para o quarto e entrou deixando a porta aberta.
Tia Layla estava deitada em uma cama estranha e segurava um bebê igualzinho o pacote de fralda. Ele estava enrolado em um pano amarelo, o rosto muito vermelho, parecendo uma coisa ruim que mamãe me faz comer. Acho que o nome é tomate.
— Olha aqui, Kai. Seu amigo chegou - Tia Layla me disse sorrindo também. Tio Brent foi até ela e me segurou perto para olhar o bebê. Ela estava de olhinhos fechados e dormia tão fofo. Eu gostei dele. Eu gostei muito, nenhum presente parece tão legal quanto esse.
Brian Smith
8 anos de idade.
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Tinha muita criança aqui, e eu não gosto de muitas crianças perto de mim. Da última vez que brinquei na escola com elas, quebraram meus óculos e me chamaram de 4 olhos. Meus colegas de classe não gostam de mim, dizem que sou esquisito, não me acho esquisito e não faço questão deles perto de mim. A Kai é a única amiga que tenho, a única pessoa que importa, ela sempre está comigo na hora do intervalo, expulsando todos de perto de mim e me fazendo companhia, eu fico calado na maior parte do tempo, já ela, fala por nós dois, tem horas que me sinto confuso com tantas palavras que saem da sua boca, mas não peço para ela parar por que é isso que deixa ela sorridente e gosto de ver ela sorridente.
