Capítulo Único

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Monstro


A vida é uma completa loucura, em um minuto você está ali com a família, amigos e namorada completamente feliz e despreocupado, e no outro, você está completamente sozinho, talvez triste e até confuso. Todos os sentimentos anteriormente sentidos, que preenche o grande vazio em nosso peito, aliviando a constante tensão confusa, que o cérebro propõe. Um medo e um desespero, incompreensivelmente irracional. É interessante como à mente pode enganar facilmente, se não bem cuidada.

E digo mais, a sanidade é a maior dadiva que uma pessoa comum, poderia ter, sem isso, o irreal assume todo o controle. Destrói um por um, todo o seu ser.

Infelizmente, a loucura, quando impregnada no cérebro, ela nunca mais parte. É como um parasita, que se alastra pelos campos de veias, expandindo e se reproduzindo, tão rápido que você nem perceberia como aconteceu.

Pelo menos, essa é a explicação mais plausível que tenho agora, para o que quer, que for essa coisa me perseguindo, como um caçador faminto. Tenho toda a certeza de que estou louco, completamente insano. Correndo por aí, no meio do nada e imaginando essa besta horrenda. Fico a desejar, o momento em que médicos de algum hospício me parariam da forma mais bruta o possível, me trancafiando em um dos piores quartos que tiver, por lá. Ou, juro por tudo nessa vida. Eu vou morrer e será da forma mais assustadora e dolorosa, se eu não conseguir despistar ela e fugir.

Tudo que tenho, é uma única chance e eu preciso encontrar essa chance, ou será tarde demais.


Ouço os sons esganiçados de todos os lados, como se estivesse por toda parte, já não sei mais por onde ir, por onde ela irá aparecer. Um passo em falso... um som alto demais...


Jesus, isso é como um maldito labirinto! Como carga d'águas, eu vim parar aqui? Em um minuto, estou na floresta, correndo feito um maluco, desviando de tudo quanto é arvore e objetos em meu caminho, em outro, há uma sala, não uma sala comum, há muitos corredores com curvas. Andei por um deles, e havia mais outros, é como a porra de um maldito labirinto sem fim! E o barulho, por todo o lugar, ele pode estar no próximo corretor ou em uma sala ao lado, eu não sei, não sei o que faço! Como escapo dessa coisa? O que fiz para merecer isso?!


Às vezes, vejo e sinto coisas, fragmentos de visões que não fazem o menor sentido. Há sangue neles, corpos desmembrados, coisas muito nojentas. Sinto que ele brinca comigo, com a minha cabeça, me faz ver coisas... às vezes, até me diz coisas...

Ele parece me culpar, por algo, me pergunta se eu lembro. Me lembrar do quê? Ele escreve nas paredes, há até setas me redirecionando.

Isso é ele ou outra pessoa?

Se for ele, porque me ajudaria a encontrar esses objetos, pertences...

Juro que não fiz nada de errado, mas ele parece insistir que sim, Deus, isso é horrível. Acho que vou vomitar, tantos corpos... há rastros de sangue no chão...

Havia um tempo, no passado. Eu amei muito uma pessoa, amei tanto que fiquei obcecado, me senti mal, quando me rejeitou e me menosprezou. Aquilo para mim, era demais, eu não pude suportar, foi o sentimento mais arrebatador e estranho que já senti, foi como se uma força inexplicável tivesse invadido o meu ser, a loucura...

Talvez a culpa tenha sido completamente minha, por não me controlar, não aceitar que você não me queria. Ou quem sabe, tivesse sido sua, por esse medo bobo. Eu não sei e não quero pensar muito disso, mas não posso esquecer, não assim, e eu sei que não devia ter feito isso.

Você devia ter ignorado a moral insana do seu pai. Ele devia estar aqui, a culpa é toda dele. Sem esse medo, estaríamos juntos...


Eu não queria admitir, nada do que aconteceu, eu não queria aceitar e agora, ainda tento não aceitar, mas a culpa é minha. Eu matei você.

Não aceitei que nosso amor acabasse assim, e me descontrolei.

Agora você me pune, não é mesmo? Sinto muito, de verdade.


Sou um louco, um monstro, você pode me levar agora, podemos ficar finalmente juntos. Seu pai não poderá te machucar, e eu, nunca mais farei isso novamente. Me desculpa, meu querido.

Tudo o que desejo agora e te dar um abraço.

Tudo bem, dói, sinto as garras entrando em mim, está tudo bem. Estou bem.

Você tem esse direito.


Adeus, meu doce, doce, anjo.

MonstroNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ