Paixão Na Neve

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Ludmila adorava o sol. Ela detestava tempos chuvosos e abominava o frio. No entanto ela tinha ganhado um sorteio no instagram e ganhara justamente uma viagem para curtir o inverno em Bariloche. O prazer em viajar falou mais alto do que o desgosto pelo frio e ela foi.

No dia da viagem acordou cedo, passeou com seu shihtsu de estimação, depois correu em volta da lagoa da Pampulha, ao final do treino embaixo de um sol de 32 graus, ela tomou água de coco e foi para casa, preparar os documentos para viagem. Ela a era uma morena linda e vários rapazes a observavam, sem nenhum deles ter a atitude de vir falar com ele, há como ela estava farta desses homens frouxos.

Nas malas ela só colocou o básico, algumas legues, botas e sobretudos, estava um pouco ansiosa, era sua primeira viagem internacional e ela ia sozinha. Engoliu a ansiedade, o medo e o desgosto pelo frio e embarcou no avião.

O avião decolou do aeroporto de Confins direto para Buenos Aires, dela ela iria de ônibus para o hotel em Bariloche.

Se surpreendeu com o frio, vestiu todas as peças de roupas sobrepostas e nada de esquentar, esbravejava em seu quarto quando foi interrompida pelo serviço de quarto. Ela um lindo rapaz argentino, na argentina tanto rapazes quanto moças limpam os quartos de hospedes.

O rapaz disse que ela poderia comprar roupas de frio no saguão do hotel, que ela precisaria de algumas peças, se quisesse fazer passeios ao ar livre. Ela aceitou o argumento do rapaz e desceu para comprar as roupas de frio. Ludmila era uma linda negra de longos cabelos loiros trançados, chamava a atenção por sua beleza, simpatia e vitalidade por onde quer que passasse. Ela se surpreendeu pelo fato de quase não ver pessoas negras na argentina, mas pelo menos não a estavam tratando mal como muitas vezes ocorria no Brasil.

Comprou as roupas, logo as vestiu, sentindo-se mais confortável. Então caminhou em direção ao restaurante do hotel, o hotel era enorme e tinha de tudo, lojas de compras, praça de alimentação, e muitas outras atrações. Ela podia ficar dias ali e não conseguiria explorar tudo que era oferecido. Ao caminhar para o restaurante, ela foi atropelada por um carrinho com louças.

Caiu no chão e irritada quis entender o que lhe havia acontecido, deu de cara com o loirinho que arrumou seu quarto mais cedo, ele estava aflito, falava apressadamente que perdeu o controle do carrinho, perguntava se ela estava bem e implorava que ela não reclamasse com a gerência. Ele falou tudo isso, mas o problema é que ele falou tudo isso ao mesmo tempo e de maneira sobreposta e desarmônica o que só aumentou a irritação de Ludmila, que era professora e como tal se irritava facilmente com frases sobrepostas e ininteligíveis.

Um grupo de brasileiros se aproximou para ajudá-la e logo ela já estava de pé, já tinha recebido atendimento e estava bem. O rapaz permanecia lá, falando menos, porém com semblante preocupado, as pessoas ao redor, pareciam não percebe-lo ou fingiam que ele não existia. Ludmila falou para todos que estava tudo bem, acidentes aconteciam. A multidão se dispersou, mas o rapaz continuava lá, ele disse que o perdoava, mas que ele deveria prestar mais atenção ao conduzir carrinhos, falou isso e riu, não um riso debochado, mas um riso solto.

Hernandes a olhava boquiaberto, ele jamais conhecera uma mulher tão intensa. A primeira vez que viu Ludmila ela praguejava impropérios, a segunda estava com os olhos inflados e vermelhos de raiva pronta para aniquilá-lo e agora ela ria de toda situação e o perdoava.

Ele se sentiu imediatamente atraído por ela, mas não via possibilidade dela lhe retribuir, estavam em planos diferentes. Timidamente, ele chegou perto dela e a entregou um cartão com seu número, disse que saia do serviço as dezoito e em compensação ao acidente, gostaria de leva-la para um passeio mais tarde.

Ludmila já havia reparado na beleza e juventude do rapaz, achou ele extremamente ousado e elegante em seu convite e por isso aceitou.

Aquela viagem estava sendo interessante afinal das contas, naquele dia ela curtiu as atrações do hotel, todas inclusas em seu prêmio, até se arriscou a esquiar na neve. Ela a rainha do sol, estava lá montando bonecos de neve como uma criança, pensando no argentino e em qual roupa vestiria para aquele passeio. Certa de não ter nada disponível para ocasião, decidiu novamente ir as compras, procurar um vestido de inverno, quem sabe.

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