Sentei na praça observando as pessoas de longe, apesar do vento forte, o clima estava agradável, a lua parecia sorrir enquanto iluminava a terra.

Olhei de longe cada pessoa. Suas risadas, seus pensamentos, suas preocupações e até seus batimentos cardíacos. Todas elas tinham algo que eu não tinha, vida. Elas davam risada e faziam piada sobre coisas bobas e eu as invejava, sequer tive tempo para fazer essas coisas quando estava viva. Desde pequena eu já trabalhava, quando era criança eu ajudava minha mãe a vender os bolinhos que ela fazia com a ajuda de tia Emma precisávamos de uma renda extra, meu pai estava doente naquela época, eu não podia cyudar do bar eu era muito nova pra isso, então, eu saia anunciando os bolinhos pela vizinhança. Depois de um tempo, as vendas caíram drasticamente e tínhamos mais prejuízo do que lucro.

Olhei em volta a procura de alguém interessante. Meus olhos pousaram sobre um homem que tinha 45 anos. Ele estava encostado numa árvore fumando um cigarro enquanto olhava de uma forma esquisita para as adolescentes que conversavam e davam risada do outro lado da praça.

Eu me aproximei dele, fiquei do seu lado, seus olhos logo se grudaram em mim, ele agradecia aos céus pelo presente divino que tinha sido mandado sem saber que o presente não vinha dos céus, nem perto disso. Ele parecia nervoso, nunca tinha encontrado alguém tão fascinante, ele não aceitaria um não de uma jovem como eu.

— O clima está bom. — Ele disse sorrindo ficando mais próximo de mim. — Você fuma?

— Não, não fumo. — Ele sorri tragando seu cigarro e depois deixando a fumaça sair da sua boca.

— Você mora aqui? Nunca tinha te visto antes.

— Bom, moro. Meu nome é Eva. Talvez tenha visto, mas não tenha notado. — Coloco meu cabelo para trás da orelha agora observando seu rosto.

— Eu nunca teria esquecido esse seu olhar mesmo que tivesse visto por apenas dois segundos. Prazer, sou Matheus — Ele sorri.

— Acho que não teria te esquecido se tivesse te visto também, Matheus. — Dou uma risadinha forçada.

— Bom, o que acha de sairmos daqui? Você quer beber algo?

— E se eu negar?

— Eu não acho que você vá negar. — Ele sorri e toca na minha mão. — Você está gelada. Talvez queira ir para um lugar coberto?

— Sua casa?

— Seria um prazer.

Ele jogou o cigarro no chão e apagou pisando nele antes de sair da praça e eu o segui.

Ele me levou de carro até sua casa. Era imensa, não tão grande quanto a de Marie mas ainda era impressionante, ele tinha um bom dinheiro. Isso me fez pensar que muito provavelmente ele era uma pessoa com influência na cidade, matá-lo talvez não fosse uma ideia tão boa como parecia ser de início. Mas eu já estava ali, sendo levada até sua sala de estar, sentada em seu sofá branco e o deixando me secar até morrer por falta de sangue em seu corpo.

— Você quer que eu te sirva algo? — Ele fala de repente se sentando ao meu lado tirando meu cabelo do meu ombro e beijando ele, seu movimento me deixou enojada.

— Eu não quero, obrigada.

— Certo. Agora, Eva, por que está aqui? Me diga a verdade, você pode ser direta.

— Porque você parece ser alguém interessante.

— Você já parece ter bastante dinheiro julgando pelas suas vertes ou você consegue isso dormindo com caras? — Ele sorri e beija meu ombro novamente, agora segurando minha mão.

The Bloody House (Romance sáfico +18)Where stories live. Discover now