hoje é um dia (qualquer) como todos os outros. eu acordei com dor no peito, lágrimas salgadas, deprimido; lavei o rosto, os dentes e olhei no espelho, fui humilhado. é estranho, dói. eu não sei mais o que está acontecendo, estou confuso.
será a crise da meia idade?
não, acho que não, eu só tenho vinte e quatro anos.
mas mesmo assim eu fico confuso, nada dá certo na vida, parece que vai ruir, dói e não dói pouco não, dói demais; é problema com o relacionamento, com os pais, no escritório, na faculdade, em tudo, absolutamente tudo.
eu não sei se eu consigo aguentar toda essa pressão, me sinto quebrado, um estorvo - será que você pode segurar na minha mão? fica comigo, só hoje, eu tô de crise, me deixa deitar no seu ombro? chorar um pouquinho, molhar sua camiseta, sei lá. só deixar sair.
é inabalável esse meu coração, digo, essa minha vida, tudo acontece, eu já nem sei mais meu nome, mas eu nunca desisto, eu sempre estou bem, sempre fico bem, (apesar da dor).
mas é assim mesmo, quanto mais dói, mais a gente aprende.
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estranho, imperfeito e clássico
PoetryPaulo Vinícius nasceu em São Paulo e foi criado em Francisco Morato. Músico, blogueiro e jogador de truco. Hoje, além de compor, gasta seu tempo livre criando histórias. Eis aqui, um pedaço de sua alma transcrevida em pequenos textos.