eu lembro da vez que eu chorei baixinho, que aprendi que era impossível viver só sorrindo, dói amar; dói muito mais que gastrite.
você mandou mensagem na tarde, era domingo.
eu lembro como se fosse ontem.
'eu não consigo te amar da mesma maneira que você me ama'.
eu fiquei besta, não besta pra bom, besta pra triste, besta pra deprê, besta por nós, pornôs.
botei o celular no modo avião e joguei na cama.
eu não queria falar com você, não hoje, não mais.
liguei o som.
fresno.
eu gritava e a cada poça daquelas ruas, havia um pouco de minhas lágrimas.
eu me senti evaporar
não foi fácil, eu não sabia lidar.
mas iriam ficar marcas no coração, de toda dor que você causou.
eu sabia.
gritei.
peguei o celular.
eu queria me despedir.
uma mensagem sua:
'eu amo muito mais, é maior que a minha fome, maior que o meu sono, e maior que todo o meu desejo por chocolate'.
eu quase morri do coração.
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estranho, imperfeito e clássico
PoetryPaulo Vinícius nasceu em São Paulo e foi criado em Francisco Morato. Músico, blogueiro e jogador de truco. Hoje, além de compor, gasta seu tempo livre criando histórias. Eis aqui, um pedaço de sua alma transcrevida em pequenos textos.