8; Sombras

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O lugar estava escuro, somente as luzes azuladas e alguns lustres, quase falhos, iluminavam o local, trazendo a áurea que tanto desejavam.

Belle organizava o baile. A garota vestia um vestido pouco rodado na ponta, com renda sobre sua clavícula e sem mangas; seu tronco revestia-se em um corset preto sobre um tecido que montava o vestido da mesma cor. Suas sapatilhas pretas deixavam seus pés charmosos, e sua maquiagem, qual realçava seus olhos, era leve, pesada apenas sobre os olhos e a boca, que continham cores escuras. Seus cabelos estavam presos à mechas em rabo de cavalo, deixando o resto caído sobre os ombros. Uma máscara presa a um elástico com detalhes perolados estilo cobria metade de seu rosto, deixando apenas sua boca descoberta.

Ela estava linda, com certeza.

Já Richarlison, ao seu lado, vestia um terno preto com uma gravata da mesma cor, uma blusa social branca e sapatos sociais que calçavam seus pés. Uma vestimenta cara de tecidos caríssimos que havia comprado em Londres, em uma loja de costura que encontrou pelas ruas. Sua máscara era simples, preta detalhada em dourado, linhas curvas formavam alguns formatos incompreensíveis; o acessório compunha em bordas curvilíneas e um elástico para prender a máscara em sua cabeça.

Ele estava incrível.

— Gostando da festa, Richy? Parece pensativo. — Belle comentou, bebericando a bebida que havia em sua taça.

Ele se virou, girando a vidraça em mãos, logo imitando o gesto da mais velha. Seu rosto era comum; lábios quietos, respiração regulada e olhos neutros, nada fora do normal.

— Estou bem, Bell. Não se preocupe. — sorriu pequeno à garota, logo deixando a taça sobre a bandeja do garçom mais próximo, ainda faltando um gole para finalizá-la. — Almejo uma dança com a anfitriã desta maravilhosa festa, que tal? Estive doido para te encontrar novamente, Mon chéri.

Ela sorriu, satisfeita. Richarlison era mesmo um anjo em pessoa, por mais complicado que fosse em outras circunstâncias; com a garota, o homem era um verdadeiro cavalheiro.

— Claro, Chevalier. — sua pronúncia arrastada, como a do garoto, foi ouvida com entusiasmo pelo mais novo.

Sua mão foi erguida na altura da curva menor que noventa graus que o corpo do Andrade havia dado. Ele olhou para ela, fitando seus olhos, e sorriu, em seguida selou seus lábios às costas dos dedos da mulher.

Voltou à sua postura e segurou a mão da garota, passando a ficar ao lado dela novamente. Estendeu seu braço em uma altura agradável aos dois, passando a caminhar com a morena até o centro do salão, observando todos aqueles convidados dançantes imobilizarem-se nos cantos do salão.

Ele deixou um selar sobre as costas da mão coberta pela luva da bela mulher com quem dançaria, logo se apresentando: curvou-se levemente, passando seu braço direito de um canto a outro, como um cavalheiro dos filmes da Disney. Já Belle, curvou-se após o mesmo levantar seu corpo e abriu os braços, já que seu vestido era pequeno para fazer isto, passando a se levantar rapidamente.

Andrade pousou sua mão sobre a cintura da bela dama e a puxou, cuidadosamente, para mais perto de si; uma das mãos de Belle pousaram sobre o ombro do platinado, e a outra procurou a mão livre do mais alto, logo a encontrando. Enlaçou sua mão a dele, seguindo os passos que o mesmo fazia.

Dois passos para lá, dois para cá. Olhares conectados, sincronia perfeita, seguindo o ritmo dos instrumentos que a banda contratada tocava.

Eram o casal perfeito.

E então, deu-se uma pausa para os casais que dançavam pelo salão se afastarem, juntarem as mãos e, enfim, se aproximarem minimamente.

Os olhos se fechando, as mãos procurando uma a outra, logo se encaixando novamente; a meia volta que deram ao violino iniciar um ritmo mais calmo, fazendo os olhos do casal se abrirem, olhando nos olhos do outro.

Minha Estrela do Futebol (나의 축구 스타) - 2sonWhere stories live. Discover now