O vermelho significa que eu te amo

Universidade

Kali Hunt.

Após uma longa reflexão, saí do banheiro apressada enquanto pegava a primeira roupa que vi na mala que ainda estava aberta.

Por sorte, na noite anterior havia organizado todas as roupas e produtos que eu usava nas malas. Daquele dia em diante eu iria dividir uma casa com Kai, Nicky e Ashley, que ficava bem próxima a universidade.

Minha mãe entrou no quarto e após ver meu desespero enquanto me vestia adiantou-se em fechar minhas malas e levar para o carro.

- Eu acho melhor se adiantar – me repreendeu enquanto levantava a primeira mala do chão -  Sabe que meu dia vai ser corrido e ainda preciso organizar algumas coisas da campanha.

- Eu sei mãe, sinto muito.

Eu me apressei em vestir uma calça skinny jeans e clara, que apesar de meu corpo não ser tão avantajado, me deixava com curvas bonitas. Para blusa, eu peguei a primeira peça que vi na mala que ainda estava aberta. Vesti o cropped todo preto de mangas medianas e coloquei apenas um all star branco que eu costumava usar sempre.

Eu não teria tempo de me maquiar, então, apenas prendi meu cabelo em rabo de cavalo alto. Vi alguns fios loiros e rebeldes insistirem em sair do penteado.

Meu cabelo era um tom de loiro escuro. Entretanto, já havia notado que sempre que voltava a surfar, ele se tornava cada vez mais claro e mais ressecado também.

Como já havia tempo que não ia para a praia, já que eu só ia quando alguns dos meus amigos ou até meu irmão estavam aqui, meu cabelo voltou a sua cor natural. E além disso, me sentia cada vez mais estressada.

Sempre que algo me incomodava eu corria para a praia. Mergulhar no mar parecia fazer com que todos os meus problemas sumissem.

Eu peguei minha bolsa de ombro e coloquei somente os pertences necessários como carregador, celular, carteira, uma caneta e um pequeno caderno, pois assim que chegasse já teria aula.

Desci as escadas rapidamente e sem nem me preocupar em parar para comer, avistei minha mãe já na frente de casa conversando com Olga, sua gerente de campanha.

Minha mãe estava concorrendo a prefeita, assim como sempre foi na nossa família.

Meu trisavô fundou HuntHill há 133 anos atrás. O nome da cidade já não deixa dúvidas do quanto ele era egocêntrico.

Nomear uma cidade com seu próprio sobrenome não é nada além de ridículo.

Desde então, sempre havia eleições para decidirquem seria o prefeito de HuntHill. Mas apesar das candidaturas, todos osprefeitos até agora foram familiares meus. Era como se passasse de pai para filho. Primeiro meu trisavô, que fundou a cidade, depois meu bisavô, seguindo pelo meu avô e agora finalmente, minha mãe.

Na nossa cidade não existia um tempo certo para sair do poder, assim que o prefeito que estivesse no poder quisesse desistir ou naturalmente morresse, já se iniciava uma nova eleição.

Por algum motivo as pessoas confiavam em minha família, então já era de se esperar que minha mãe se tornasse a próxima prefeita dentro de algumas semanas.

Mas depois da traição e da separação com meu pai, ela estava tentando ocupar a cabeça com algo. Por isso, a única coisa que ela falava era em sua campanha.

Caminhei até Olga e a cumprimentei. Olga era e minha mãe tinham a mesma idade, mas com uma diferença absurda de aparência. Anastácia Hunt tinha 41 anos com um rosto e um corpo de 30.

Eu sempre a admirei muito como mulher, seu corpo era magro e com curvas bem destacadas. Seu cabelo era de um tom de loiro mais claro do que o meu e seus olhos eram azuis, mas um azul tão claro que era a primeira coisa que alguém notava ao se dirigir a ela. E depois, o que você notava em seguida eram as covinhas bem fundas que se destacavam sem ela precisar fazer muitas expressões.