Two

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Se você tivesse um desejo, qual seria?

- Ganhamos, Dess! Harry, vem cá! - Afundei mais o rosto no travesseiro - Harry, acorda!

- Que gritaria toda é essa? - resmunguei comigo mesmo.

- Harry! - Foi a vez do meu pai berrar.

Me levantei de forma extremamente preguiçosa, e - ao sair do quarto - caminhei pelo longo corredor. Isso tudo sem sequer importar com o fato de estar apenas de cueca.

Ao chegar na sala, presenciei uma cena um tanto quanto exótica: mamãe dançava assustadoramente enquanto - de tempos em tempos - alternava abraços entre o meu pai e o notebook.

Porque alguém abraçaria um notebook?

- O que vocês colocaram no café? - perguntei desconfiado.

- Nós ganhamos, Hazz. Ganhamos - Minha mãe largou meu pai e me abraçou.

- Ganhamos é? - perguntei confuso, tentando me lembrar de algo que eu pudesse ter esquecido.

Tá legal, o que foi que eu perdi?

- Ganhamos. Olha só - me entregou o notebook e eu mirei a atenção na página aberto.

Certo: ali dizia que um jogador havia ganho o prêmio acumulado de dois milhões de libras.

Parei de dar atenção a isso e conferi os números ali apresentados. Engoli em seco quando meu pai colocou o bilhete na frente da tela.

Isso quer dizer que os ganhadores éramos nós.

- Estamos ricos?!

- Ricos não. Milionários! - Mamãe voltou a dançar.

Se estamos milionários é porque meu desejo foi atendido.

- Não foi um sonho - sussurrei, ainda abismado.

- Não, não foi - Louis estava sentado no braço do sofá, o que me assustou. Olhei para os meus pais, constatando que não viam-no ali. - Eles não podem me ver. Ninguém, além de você, pode.

- Então ganhamos mesmo na loteria? - Eu ainda não conseguia acreditar, era muito para um cérebro apenas raciocinar. Muito.

- Foi o que você desejou ontem, não foi? - sorriu.

- Falando sozinho, filhão?

- Não. Eu só... estou processando tudo. - Pisquei lentamente.

- Gostei da sua cueca. - Minhas bochechas esquentaram com o comentário repentino de Louis - Bananas de pijama não é infantil demais? - arqueou a sobrancelha.

- Eu vou vestir uma roupa - murmurei, ainda mais envergonhado. Ele gargalhou.

- Eu não me importo de te ver assim, Harry!

Ignorei completamente o que ele disse, ou melhor: berrou. Apenas continuei a subir as escadas. Eufórico e assustado com todos aqueles acontecimentos.

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.

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A manhã em nossa casa foi mais animada que criança ganhando presente de natal. Mamãe e papai sorriam até para as frigideiras engorduradas em cima da pia, e planejavam ir pegar nossa fortuna depois do café. Fortuna que só ganhamos graças a Louis e meu desejo. Caso contrário, seria mais fácil sermos atingidos por um raio. E duas vezes.

- Então eu não preciso mais ir para escola, certo? Quem precisa estudar quando se tem todo esse dinheiro? - perguntei, de forma animada. Finalmente estaria livre daquele inferno.

I wish (larry stylinson)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora