Capítulo 10.

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LANA

Eles ficam no parque até a hora do almoço, mais ou menos. Lana não via a hora de voltar para casa e ficar o mais longe possível de Joe.

Mary quis passar no drive thru de uma lanchonete e agora, as duas estão na sala, vendo TV e comendo batatas fritas.

-O clipe vai ficar incrível. -Mary diz.

-É. -Ela concorda, focada no episódio de Brooklyn 99.

-Vocês estavam lindos na câmera.

-Obrigada. -Lana dá de ombros.

-Sua atuação está muito boa, bem natural.

-Você acha?

-Lana, meu Deus! -Mary grita, jogando uma batata frita nela. -Parece que você está morta! Cadê a animação?

-Por que eu deveria estar animada?

-Por que você não deveria? -Ela retruca.

-Sei lá. -Lana dá de ombros. -É domingo a tarde.

-Eu não quis dizer de animação no geral, eu quis dizer sobre você não estar animada com o clipe.

-Ah, sei lá. -Ela força uma risadinha. -É só um clipe.

-Não é só um clipe, Lana. -Mary revira os olhos. -Isso seria uma oportunidade e tanto para qualquer atriz iniciante.

-Eu sei, desculpa. Não quis ser uma babaca.

-E além do mais, metade das garotas do país matariam para estar no seu lugar. -Mary enfia o dedo nas costelas dela, fazendo cócegas.

-Elas podem ficar com o meu lugar se quiserem. -Lana ri, desviando das mãos de Mary. -Elas podem me matar para ficar com o meu lugar.

-Você está sendo dramática.

-Talvez... Ou só estou sendo suicida.

Ela não está mentindo. É suicídio ficar tão perto de Joe, é como se ela estivesse se matando aos poucos, girando a faca devagar, bem no meio do peito.

-Você não é suicida. -Mary ri. -Na verdade, você parecia estar se divertindo hoje.

-Você está falando sério? -Ela também ri. -Eu o odeio!

-Não odeia.

-Claro que eu odeio.

-Vocês flertaram a manhã toda! -Mary retruca.

-O quê? Não!

-Lana, eu te conheço. -Mary semicerra os olhos para ela. -Eu sei como você se comporta quando está flertando e você estava.

-Que ridículo! -Ela levanta do sofá, pega as embalagens de comida e as leva para a cozinha.

-Você abraçou ele!

-Eu estava com frio! -Ela se defende.

-Você não aceitaria algo do tipo se não gostasse dele. Nem que seja um pouquinho. -Ela faz um gesto com os dedos.

-Você está mesmo me enchendo o saco por causa de um abraço? Você passou a manhã toda flertando com o Cory.

-O Cory é gay! -Mary responde, gargalhando.

-Que bom que você sabe, eu não queria ter que te contar isso.

-Lana, por favor. -A amiga suspira, atravessa a sala até ela, agarrando suas mãos. -Você prometeu.

-O quê?

-Prometeu que ia se abrir para o amor.

-Sim, eu prometi. -Ela responde. -Mas você precisa admitir que é ridículo você chamar isso de amor. Ele é ridículo.

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