— Bom dia a todos. Sou a Doutora Ziegler. Eu conduzirei a entrevista hoje.
Olhou a prancheta.
— Podemos começar com... você — disse. — Você é a Kamori?
— Sim! Sou Kiriko Kamori. Pronta para o serviço!
—Nossa! Temos gente animada aqui hoje — afirmou. — Bom, Kamori, onde você estudou medicina?
—Eu?
— Aham — respondeu — tenho ótimas recomendações de você. Imagino que tenha grandes façanhas acadêmicas.
Mercy sentou-se e pegou sua caneca.
— Não, não, rolou um engano. Eu nunca fiz universidade.
O café desceu mal.
—Daora! Eu também não. Toca aqui! — disse Lúcio esticando a mão.
— Nenhum de vocês dois fez universidade?
— Não.
Foi unânime.
— Uau — reagiu — ahm, bem, não sabia que a Overwatch estava contratando outros médicos de campo. É meio chocante — concluiu. — De qualquer maneiro, qual a experiência de vocês? Cruz vermelha, Médicos sem fronteira...?
— Nenhum desses. Mas se for ajudar, eu curo as pessoas através dos espíritos da natureza.
— E eu faço música — fechou Lúcio.
Mercy fixou os olhos nos dois.
— Como vocês entraram aqui?
—Tudo bem. Eu curo as pessoas com esses papéis aqui — mostrou.
— Poderia me explicar como um papel pintado poderia substituir um kit médico?
— Assim, oh! — respondeu enquanto cravava uma kunai no braço de Mercy e, logo em seguida, pressionando o papel contra a ferida.
— Ah! — urrou. — O que você está fazendo?!
— Calminha. Só presta atenção.
Uma luz amarela suave era emanada enquanto o papel gradativamente desaparecia.
— Como?
— Esse é o poder da Kitsune.
— Kitsune?
— É minha raposa espiritual.
— Espíritos?
Era chocante. Não pelo espírito. Mercy podia reviver combatentes através de bolas flutuantes amarelas que apareciam do além; então nada demais. Mas por que? Por que a vida precisa ser tão cruel. Anos de medicina! Teologia era muito mais barato.
— Puf, isso é fichinha. Deixa eu mostrar
Rapidamente, Lúcio puxou um três oitão da cueca e pow! acertou a doutora. Ela desmoronou com uma pequena cratera no peito.
— Porque você fez isso?! Onde você tirou essa arma?
— Relaxa. Tudo autodefesa — respondeu.
Lúcio tirou os fones de ouvido e encaixou–os na cabeça da doutora desmaiada.
— Agora cê liga na mágica.
Depois de alguns minutos procurando a playlist perfeita, era notável: a ferida gradativamente fechava. A doutora demonstrava pequenos sinais de vida quando de repente eles cessaram.
— Coé, Spotify? Agora?
— Você usa o Spotify? — confusa.
— Claro, porque só com Spotify eu consigo ouvir as minhas playlist em qualquer lugar. E ainda ouço o que eu quiser offline. Para sempre ter a trilha perfeita.
— A trilha perfeita?
— A trilha perfeita.
Então Kiriko concluiu:
— Assine o Spotify Premium agora e ganhe 3 meses grátis na primeira assinatura.
Isso foi estranho.
Depois de pular o anúncio, o tratamento voltou normalmente. A ferida curou-se, expelindo a bala.
— Eu... eu estou viva?
— Espero que sim — disse Kiriko. — Como se sente?
— O céu...
— O céu?
— Eu vi. Havia... platinados, julietes e muito, muito drip... Foi horrível! — exclamou.
— Não, não — riu — Não tem funkeiros no céu. Acho. Foi a playlist funk mandelão +18 do Spotify do Lúcio. Ele usou isso para te curar.
Mercy agarrou fortemente a gola de Kiriko e a puxou.
— Por que você não me deixa morrer!? Eu não quero viver num mundo onde meu diploma não faça sentido nenhum.
A porta abre.
— Desculpa pelo atraso, pessoal.
— Ih, você não é a filha do Torb? — perguntou Lúcio, analisando a sueca — Achei que seria mais baixa e...
— E loura. Todo mundo diz isso — cortou. — O que está acontecendo ali?
— Nem sei — respondeu —, mas aí, que cê manda? Como é que você cura os outros?
— Batendo neles.
O carioca refletiu por um momento.
— Faz sentido
Lúcio virou-se para discussão.
— Pô — apontou —, tá vendo aquela moça ali? Ela tava precisando de cura a pouco tempo. Quer ajudar?
— A caída?
— A caída.
Brigitte concordou. O que seguiria era o próprio suco da medicina alternativa: gritos, tratamento 100% especializado, individual e com toda aprovação científica. Assim, demonstrando mais uma vez — ou melhor, várias vezes num intervalo de um socorro e outro — que diplomas são iguais à medicina tradicional. Eles não te serviram de nada para um espancamento.
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Medicina alternativa (Overwatch 2)
FanfictionUma entrevista com os suportes do jogo Overwatch 2. Miniconto baseado no FPS multiplayer Overwatch 2. Escrito por JHM