— VAI A MERDA BENÍCIO!

— Tô mentindo? Raul Speltri, pai de militar, por essa ele não esperava! — zoava. — PARABÉNS OTÁRIO!

Em todas as lembranças, boas ou ruins estavam juntos. Brigavam, mas eram cúmplices, parceiros e amigos. Nem se tocou do símbolo que desenhava com os pés. Quando reparou no que fazia, uma conversa que teve com o pai veio vívida em sua mente.

Caraca! Esse é o símbolo que o Beni sempre fazia quando parávamos durante o motocross...

Papai colocou fogo, cachaça... Ai que medo!

Fogo eu tenho, mas a cachaça, infelizmente, não...

Inferno.

Não custa nada tentar... Ainda mais eu, formado em quinze temporadas de Supernatural...

Nunca mais ando sem um pouco de sal no bolso.

Mas... Vamos lá! Partiu invocar um capetinha na encruzilhada.

Pior que nem encruzilhada tem nessa merda de estrada. Aow reta desgraçada!

Bora para o faça você mesmo, Henri, seja você mesmo sua própria encruzilhada.

Criou uma estradinha no chão. Desenhou com as mãos o símbolo. Desfez o último cigarro que tinha e colocou, colocou o tabaco no meio. Ascendeu.

Na falta de cachaça, será que os demo aceitam cigarro?

Nada.

Ahhhhhh. - desanimou.

Nunca poderei me lamentar dizendo que eu não tentei. Acabei com meu último cigarro, nessa palhaçada.

— Mestre, Fernando Del Toro, sempre são bem criativas as suas conjurações. Mas felizmente eu não fumo. — disse Isauro, em sua forma humanoide original.

Henri estava com os olhos tão arregalados que seus globos oculares poderiam saltar do corpo a qualquer momento. Era incapaz de pronunciar qualquer palavra, ou até mesmo pensar pois estava em completo estado de choque.

— Como minha magia de longe se compara à sua ou a do grande mestre Diego, infelizmente não conseguirei fazer muita coisa nessa situação.

A resposta de Henri foi um piscar de olhos incrédulos. O humanoide colocou em sua mão um smartphone.

— Esse número não é rastreavel e o ligará diretamente ao meu mestre.

— Espera... Quando você diz mestre, você se refere a quem? Benício ou Diego? Há quanto tempo você trabalha com esse tal grande mestre?

— A ambos, milorde. Eles são a mesma pessoa. E trabalho com ele há aproximadamente seis séculos milorde.

— Seis séculos... — repetiu pensativo. — Você antes me chamou de Fernando, certo?

— Ah, sim! Mil perdões. Esse é o seu nome original, conversávamos quando Milorde estava na dimensão dos espíritos, já que Milorde se recusava a reencarnar.

— Hãn?

— Em adianto, gravei um tutorial, prático de como se teletransportar para onde o senhor quiser. Suponho que funcionará melhor e será mais seguro do que te dar um carro.

Terra Proibida - EssênciaWhere stories live. Discover now