Capítulo 5

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Era sexta-feira e Rosamaria estava extremamente animada. Fazia duas semanas desde que havia voltado a viver ali e Naiane estaria em BH para visitá-la e ela sabia que ter a amiga ali seria uma lufada de ar fresco. Fazia tanto tempo desde a última vez que haviam se encontrado, e ambas estavam morrendo de saudade das palhaçadas e companhia uma da outra.

Uma batidinha na porta serviu para alertá-la de que a amiga havia chegado. Se apressou em receber a morena com um abraço apertado ali mesmo no hall de entrada.

- Que saudade de ti, Nai! Nem acredito que tu tá aqui mesmo.

- Nem eu, amiga! Achei que não ia conseguir, mas no fim deu certo – Naiane a abraçou de volta ainda mais forte.

Ela ficaria ali até domingo, mas já era alguma coisa. E ela sabia que a amiga precisava de um pouco de companhia. Pelo que haviam conversado por telefone, as coisas não estavam muito boas para a loira.

- Agora me solta e deixa eu entrar, vai. Tô cansada da viagem – deu uma risadinha e um tapinha na cintura de Rosa para que ela a deixasse se mexer.

As duas entraram e a loira se encarregou de pedir algo para jantar enquanto Naiane tomava um banho e acomodava suas coisas ali no apartamento. Não demorou muito para as duas estarem jogadas no sofá da sala, satisfeita depois de comer a pizza que havia sido entregue momentos antes.

- Desembucha logo, tô vendo essa sua cara de quem não tá aguentando mais ficar calada – a morena disparou e Rosamaria revirou os olhos.

- Que cara, Naiane? Tô fazendo cara nenhuma – a loira resmungou e olhou para a amiga que a encarava com uma sobrancelha levantada, suspirou e se rendeu – Não tem nada pra falar, esse é o problema.

A morena a olhou confusa por um momento e estudou sua expressão. Então se arrastou pelo sofá chegando mais perto da amiga a trazendo para um abraço carinhoso.

- Então é pior do que eu pensava? – Naiane perguntou e recebeu um aceno de cabeça da outra, então fez um carinho em seus cabelos e continuou – me conta, às vezes falar alivia o que você tá sentindo.

- Não tem muito o que contar, você já sabe tudo... Eu a machuquei, machuquei a gente né, por um medo bobo e agora ela não quer saber nada de mim. Não sei o que fazer pra me reaproximar e ela parece um Iceberg de tão fria e distante.

- Mas essa véia, quando quer, consegue ser bem cabeça dura né, como pode? – as duas riram do comentário da paraense – Sério, ela também nunca te deu a chance de realmente explicar as coisas. Tá bom que você foi bastante insensível cutucando a ferida dela, nisso eu concordo muito e queria te dar uns tapas por isso, mas ela devia ter ficado e conversado com você.

- Ô fia, tu tá do lado de quem? – Rosa brincou dando um tapa de leve na amiga, mas continuou – Ela não precisaria me deixar explicar se eu não tivesse causado todo esse caos... Bom, pelo menos ela não me expulsou do Minas quando me viu chegar.

- É, isso já é um começo – a morena riu – e sorte sua que a Thaisa também é sua amiga, porque eu tenho certeza de que ela teria feito isso.

- Meu alívio foi a Thaisa não ter me matado, acho que eu tava com mais medo disso, na real – as duas riram e continuaram papeando ali até o sono dar sinal de que já era hora de irem dormir. Por mais que o dia seguinte fosse sábado, Rosamaria ainda tinha treino pela manhã e devia estar bem descansada.

Quando se despertou, sentiu o cheirinho de café invadir toda a sua casa. Pelo visto Naiane já havia acordado e provavelmente estava preparando o café da manhã para as duas. Odiava acordar cedo, se levantou lentamente, fez sua higiene matinal e foi arrastando o pé até a cozinha encontrando a morena cantarolando algo enquanto se ocupava com o fogão.

Medo Bobo - RosattazWhere stories live. Discover now