- Mas ainda nem nos beijamos! - As palavras pularam da sua boca com um misto de sarcasmo e humor, me fazendo revirar os olhos instantaneamente. Eu estava ciente do por que da sua brincadeirinha, e foi um tanto surpreendente saber que ele tinha muitas lembranças do colégio interno.

- Então, nos últimos meses achou que eu havia escolhido o Alec? - Perguntei ignorando suas provocações.

- E não foi?

Deixei que um riso sem humor deixasse meus lábios. Até quando continuaremos nos afastando por "achismos" idiotas? Porra, Dean!

- Eu não poderia escolhe-lo nem se eu quisesse, achei que isso já estivesse bem claro!

- E por que não? - o rapaz parado a frente, cruzou os braços deixando eles maiores. Desviei o olhar da bela visão, e me deparei com seus olhos cravados em mim tão intensamente, que podia jurar que ele já havia desvendado todos os segredos da minha alma. Sua respiração estava irregular, e seus lábios entreabertos pareciam chamar pelos meus.

Óbvio que Dean sabia que ele era o único, e que meu coração o pertencia. Mas parecia não ser o bastante; ele queria ouvir as palavras saírem da minha boca. E por incrível que pareça eu estava disposta a dar isso a ele.

- Porque eu te amo, Dean Stone. - Um sorriso se formou em meus lábios quase que involuntariamente, tão grande quanto o alívio que sentia por ter finalmente liberado as palavras guardadas por tanto tempo. Dean também sorria, porém, de uma forma mais modéstia. Não fazia mal, pois seus olhos demonstravam todos os sentimentos de que eu precisava. 

(...)

- Senti tanto a sua falta! - Falei, sentindo minhas pálpebras pesarem.

- Não mais que eu a sua... - Rebateu, me apertando mais em seus braços.

- Todos esses meses longe de você, conseguiram ser ainda piores que os anos anteriores. - Confidenciei ruborizada.

- Eu sei... - Dean pausou sua fala por alguns milésimos de segundos. - Eu disse que depois que a tivesse por inteira, não conseguiria mais me afastar. Quase enlouqueci enfurnado no escritório, pensando em você. No seu cheiro, pele e lábios rosados. Cada célula do meu corpo pedia por você, era como uma maldita abstinência que nunca tinha fim. - Sua respiração estava pesada, e eu podia ver o desespero em suas palavras.

- Deveria ter voltado para mim assim que os sintomas começaram. - Brinquei.

- Sim, eu deveria. - Concordou, sério.

Seus dedos acariciavam com delicadeza o meu ombro, fazendo-me arrepiar algumas vezes.

- Como é sua vida em Brasília? - Puxei assunto depois de um breve silêncio.

- Entediante! - Disse simplesmente, e revirei os olhos frustrada, porém não desisti.

- Max me contou sobre a presidência, e vi em algumas manchetes sobre o seu novo cargo, e em como é muito bom no que faz! - Contei, orgulhosa dele.

- Não deixa de ser cansativo, e ainda tenho que ficar longe de você. - Confessou desinteressado.

- Como mesmo disse: Agora é sua responsabilidade cuidar da empresa! E apesar da distância ser torturante, sempre damos um jeito de voltarmos um para o outro; conscientemente ou não. - Sorri ao saber que minhas palavras eram verdadeiras. Dean Stone era o meu lar, e eu sempre voltaria para ele.

- Nada nunca mais ficará entre nós. - Murmurou baixinho.

- Nunca mais! - Por fim, fechei os olhos e me entreguei ao cansaço.

(...)

Fazia alguns minutos que havia acordado, e estava espiando a garota deitada ao meu lado dormir serenamente. Seus lábios rosados, e seus cabelos castanhos espalhados pelo colchão eram a coisa mais atraente que já havia presenciado em toda a minha existência. Com a ponta dos dedos, retirei uma pequena mecha que estava sobre seu rosto. E sorri ao me dar conta de que não era um sonho.

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