20| O capitão retira a máscara

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― O que diabos está fazendo, Adams? ― Insisti na pergunta com a voz um pouco mais elevada. Me levantei do sofá rapidamente e o encarei confusa.

― O que parece que estou fazendo, Anna Lis? ― Rebateu. Foi a primeira vez que o vi tão sério.

― Não preciso que sintam pena de mim.

― Esta ficando louca? Não sinto pena de você. ― elevou o tom de voz deixando transparecer sua indignação.

E franzi ainda mais o cenho. Não estava acostumada com as pessoas se importando comigo.

― Estou disposto a perder aula para ficar com você, e tudo o que recebo em troca é isso?

― É só ir embora, Adams. ― Ralhei na defensiva.

Não preciso de caridade.

― Não!

― O que? ― Perguntei incrédula.

― Se eu for embora vou me sentir mal por ter deixado sozinha alguém incapaz de sustentar o próprio corpo. ― Reparei onde o olhar de Alec estava e ele tinha razão.

Eu estava tão na defensiva tentando não transparecer fraqueza, que não reparei no quanto estava fraca e em como me apoiava no braço do sofá. Minhas pernas tremiam, enquanto lutavam para aguentar o peso do meu tronco.

Alec andou até mim e me ajudou a sentar de volta no sofá. Agradeci em um murmúrio baixo e o rapaz assentiu. Ele se sentou em cima do centro entre a TV e o sofá, ficando de frente para mim. Apoiou os antebraços sobre os joelhos e me encarou com o olhar suave.

― Sei que não costuma ser uma garota fácil, mas facilita para mim... Apenas dessa vez! Confiar nas pessoas, na maioria das vezes, pode machucar, mas não pretendo te magoar, Lis. Tudo o que desejo é ficar com você até que sua febre passe.

― Por que devo acreditar em você? - Questionei.

― Porque sou a sua única opção, princesa.

Era um bom argumento. Não havia mais ninguém preocupado comigo, além dele. Ao menos era o que aparentava, que Adams de fato se preocupava. Depois de tudo, Alec insistiu em que eu tomasse um banho. Como eu própria não me aguentava em pé, ele me carregou até o banheiro e me botou embaixo da água fria com as roupas ainda em meu corpo. Ainda me sentia dolorida e sem forças, após o banho. Mas consegui tirar a roupa molhada e vestir um roupão sozinha. Quando sai do banheiro, encontrei Adams ajeitando as almofadas da minha cama.

Enquanto andava até a mesma igual uma velhinha perto de morrer, reparei em uma bandeja em cima da cômoda.

― Então o serviço de quarto é pacote completo? ― Brinquei ainda sentindo dores por todo o corpo.

― É tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar a engraçadinha ai...

Alec abriu espaço para que eu pudesse, finalmente, me deitar na cama, e em seguida caminhou até a cômoda para pegar a bandeja.

― Qual é a sua, Adams? ― O rapaz de olhos azuis, me fitou por alguns instantes, mostrando seu total desagrado com a minha pergunta.

― Eu não sei qual é o seu plano, mas não vai rolar nada entre a gente. ― avisei.

Uma risada sarcástica encheu o quarto, e semicerrei os olhos na direção do moreno.

― Por incrível que pareça, não tenho esse tipo de interesse em você, gatinha. ― Alec tinha um sorriso no rosto como se tivessem lhe contado a piada do ano.

― Então, o garoto de ouro é gay? ― O rapaz fez menção de dizer algo, mas o interrompi. ― Claro que sim! Por isso que grudou em mim... ai meu Deus, você queria uma BFF. ― Murmurei como se fosse a descoberta do ano. E o segredo também. Que polêmica séria " Alec Adams, o galinha da faculdade, curtia galo."

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